Olhos que vêm,olhos que sentem... flutuam,acariciam, protegem, olhos que se apaixonam, todos os dias...pelo mundo.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Quase a partir!
Não tenho o peso de achar que, se pudesse, mudaria o meu passado.Nada, mas mesmo nada mudaria, porque com tudo isso, eu cheguei aqui.
Nem que sejam pequeninas coisas, há sempre aquelas que lamentamos, consequentes ou inconsequentes, pela acção ou pela consequência.
Mesmo sem isolar momentos, olhando para trás, dou-me conta de que sempre vivi com atenção. Fui sempre muito observadora, mas também um pouco distraída, dispersa.O que até era bom.Fi-lo inconscientemente, na loucura adolescente de querer experimentar tudo. Nunca deixava de parar, para dizer a mim mesma que era bom, bonito, mau ou doloroso.Ainda hoje o faço.É por isso frequente conseguir associar a determinada sensação, a consistência de uma imagem, de uma mensagem, de um pedaço de informação, de um sabor ou de um cheiro.
E é muito bom recordar determinada vivência como boa, fazendo-lhe corresponder aquilo que, então, lhe imprimiu o “sabor” a bom.
Verdadeiramente, vivi muitos desses momentos. Passei por eles, conscientemente e já focada na busca seguinte.Não há tempo a perder.
O que à partida poderia não ter qualquer importância, assumiu-se agora (à luz de uma tardia tomada de consciência) como uma prioridade.
Hoje, sorvo cada instante e arregalo os olhos a todos os pormenores, delicio-me com aromas, passeio-me em quadros e paisagens, digiro cada conversa em que participo e cada linha que leio.Se, até agora, olhava para a minha vida como um filme amputado, hoje, esse filme passou a ser a cores, tem banda sonora diversificada e é visto três dimensões.
Por isso, dou por mim a fazer coisas ou a reparar em pormenores deliciosos.
Habituei-me por exemplo a dizer “olá, bom dia” ao Senhor que inevitavelmente varre a minha Rua por volta das 8:30 da manhã, ao que ele já me responde com um “olá bom dia, já viu este tempo?...então até amanhã”.
Noutros tempos, seria apenas uma vassoura incógnita no meu caminho.
Habituei-me a olhar para o céu, limpo, azul, para o sol, para o mar, e a agradecer por isso...só por existirem e eu os poder sentir, assim.Noutros tempos seriam coisas normais.
Não haveria eu de olhar para as pessoas, e admirá-las, senti-las, querer-lhes bem e observar quem são e o que encerram em si.
Habituei-me a olhar para um doente mental, da mesma forma que olho para um amigo.Porque é isso que ele é.Um amigo, tão ou mais valioso que qualquer outro.Noutros tempos, seriam pessoas distantes da minha vida, admira-los-ia na mesma,mas certamente não os amava assim, deste jeito.
Começo a habituar-me a agarrar missões, a acreditar nelas e a dar-lhes forma, cor, rostos.
Qualquer missão é boa e válida para mim, desde que possa Amar.
E é isso que me preparo para fazer, dentro de 2 dias.É isso que muitos dos meus amigos se preparam para fazer, neste início de Agosto.Partir, ter férias úteis, que visem o Outro, alguém, dar-lhe tempo e atenção.
Ficamos unidos...embora distantes em Km.
Lavo os pés, calço as sandálias e preparo-me para o caminho!
É também isso, isto de Amar.
Aos amigos que partem amanhã, para lá.
(Taizé, 2005)
Com o tempo, passámos a ser feitos de momentos lembrados com uma nostalgia doce que não queremos largar.
Não é só o que sobra, é sobretudo o "entretanto" em que persistimos sem conclusão...e permanente.
Não é só o que sobra, é sobretudo o "entretanto" em que persistimos sem conclusão...e permanente.
Pintamos frequentemente os dias com uma cumplicidade assumida em silêncio.Não exigimos mais, mas também não prescindimos desses instantes implicitamente nossos.
Sabemos que temos entre nós o indizível que nos une e é nesse inconfessável que nos estreitamos, para logo nos separarmos em tudo o resto.
Aproximámo-nos, entrelaçámo-nos!
Agora que a distância nos traz de novo, queria que soubesses que te guardo para nunca mais te esquecer, Taizé.
Sei que vou no melhor lugar, no vosso coração.
E estou onde mais faço falta, neste momento.
Até breve.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Tapada de Mafra
Estou estafada.é certo.
Mas foi revigorante.O verde, o fresco, até mesmo o calor, o sol da manhã...a beijar-nos.
A mão deles na minha ao caminhar.O sentido de grupo, passos lentos e calmos, sem pressas, em união.Todos se ajudam e preocupam com o outro.Todos.
Mesmo como eu gostava que fosse sempre e deveria ser em qualquer caminho da nossa vida, fosse ao lado de quem fosse.Saboreia-se melhor as coisas.
O silêncio por vezes, divino.Apenas o som dos nossos passos.E de repente um animal espreita, disfarçado até então, pelas cores da natureza envolvente.O céu azul de um azul tão intenso.
Os olhares dos animais cruzando-se com os nossos.Esse contacto puro que sempre fascina.
Fomos mais longe,os Gamos (nas últimas imagens) eram tão amigáveis que vinham comer nas nossas mãos...lambendo as migalhas.Até iam comendo a banana de um doente, que se descuidou...foi rir!Puxaram a banana pelo plástico que a envolvia e uma vez no chão, iam trincá-la, mas foi travado a tempo!
Mas o seu lado selvagem não os deixava serem tocados.Um espécie de espaço vital e divino que preservam.
Já os Javalis, são mais distantes, mas engraçados...caminham por ali, observando-nos atentos...vão e voltam muitas vezes, fazendo o mesmo percurso, sempre em busca de comida.
Junto ao parque de merendas, na hora de almoço, é vê-los a chegar, de todos os cantos.
Acho mesmo que já se habituaram ao burburinho das crianças que inundam a tapada.Em vez de passearem em centros comerciais, ao fim de semana, vão até lá que vale muito a pena.Respira-se.
O Deodato, passou a caminhada toda pendurado em mim, levei o meu peso e o dele, hoje sim sou uma coxa convicta e mais visível.Todos se portaram muito bem, e cada vez me orgulho mais dos meus meninos grandes, que me ensinam tanto.
Fica o sabor de um dia que terminou na Natália em S.Pedro de Sintra, com a Lu, entre um cheesecake e uma groselha, a conversa em dia e depois perdidas pelas terrinhas ao redor de cascais para fugir ao trânsito, ao qual acabámos por não fugir.
Agora dormir, que amanhã é dia de preparar o campo de férias.
Reuniões e escolhas, nem sempre fáceis, mas precisas.
Até á minha próxima paragem, por aqui.
P.s O meu pai, está "bem", calmo, aqui pertinho de mim.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Amanhã vou caminhar.
E hoje tanto caminhei.
O dia foi longo hoje!
Podia descrevê-lo apenas como longo, mas foi mais do que isso.
Ando a 1000 á hora.Mas gosto de andar assim.
Ontem dormi no Telhal, porque hoje, tinha ás 7h15 de acompanhar um doente ao hospital, pois o voluntariado é bem mais do que cantar umas músicas e dar de comer á boca.No meu entender.
É nestas coisas que também se vê o espírito de cada um.
Conheci outros voluntários, que como eu se apaixonaram pela casa, pelos doentes e há muitos anos ali fazem serviço.Um serviço digno de ser ver e sentir.Estou ainda a começar a caminhar.
E numa carrinha branca, lá partimos nós, sendo distribuídos por esses hospitais.
Eu fui logo a 1a, com um doente muito querido, que pedia cigarros a toda a gente, bolos e cafés.Reparava nas mulheres grávidas e dizia que "estavam felizes, ui, ui"...falava com toda a gente e ouvia o seu rádio no máximo, sem se importar se os outros queriam ouvir ou não e foi muito bom acompanhá-lo.Ver, como as pessoas reagem á diferença, muitas reagem tão bem, outras olham de lado e outras ignoram.O médico recebeu-o bem, perguntou-me se era família, disse que era voluntária, (mas tive vontade de dizer, sim sou família porque quero ser!) ao que ele respondeu ao doente que estava cheio de sorte.
Lá viemos da consulta, com tudo marcado e organizado.E ele sempre a absorver o mundo á sua volta com olhos despertos e perguntas directas.Foi um desafio.
Depois de ter feito a estrada de belas, umas quantas vezes, eram 14h30, estava no Hospital, para ver o meu pai.Surpreendido, de me ver tão cedo, disse-me logo que ia ter alta.A médica apareceu logo de seguida, e falou claramente.
Ele tem que vir a casa, porque não pode estar assim tanto tempo no hospital.A infecção regrediu um pouco, mas assim que sentir febre, tem de voltar.Ela diz que é bom que passe uns dias aqui.
Eu nem penso se muitos ou poucos, tê-lo aqui é tão bom.Vê-lo olhar para as suas coisas...sentir a sua casa.
Do hospital fui a casa em 20 min, organizar as coisas, e segui para a Baixa, onde me encontrei com a Márcia.Foi bom espairecer contigo.
Sentia-me cansada mas com muita energia.E o dia parecia ser 2 dias em vez de 1.
Vim jantar e neste momento o meu pai ressona como se não houvesse amanhã no quarto ao lado e eu adoro esta sinfonia.Que saudades.
Hoje, porém não durmo em casa, vou dormir de novo ao Telhal, pois amanhã temos a caminhada á tapada de Mafra com os doentes...desta vez mais curta, 4.5 Km.Espero não encontrar de frente nenhum javali!
Por isso hoje na minha cama, dorme a minha irmã, que vem ficar com o meu pai.Tem que ser de vez em quando.
Comprometi-me e não esperava pela alta hoje, mas estou feliz, apesar de tudo e da correria.
O campo de férias aproxima-se...e estou ansiosa.
E é isto.
Sei que o discurso hoje, foi assim meio matemático como se fosse uma acta do meu dia...mas tou podre de cansada e amanhã estarei pior.Há muito mais que queria dizer e descrever, mas está tudo aqui guardado.Acreditem.
Tudo isto só me faz sentir, Viva e cheia de força para dar.
Obrigado aos que me suportam e me dão cor.
Sem vocês...seria bem mais duro.
Vou aterrar na cama, quando lá chegar.
Fui.
E hoje tanto caminhei.
O dia foi longo hoje!
Podia descrevê-lo apenas como longo, mas foi mais do que isso.
Ando a 1000 á hora.Mas gosto de andar assim.
Ontem dormi no Telhal, porque hoje, tinha ás 7h15 de acompanhar um doente ao hospital, pois o voluntariado é bem mais do que cantar umas músicas e dar de comer á boca.No meu entender.
É nestas coisas que também se vê o espírito de cada um.
Conheci outros voluntários, que como eu se apaixonaram pela casa, pelos doentes e há muitos anos ali fazem serviço.Um serviço digno de ser ver e sentir.Estou ainda a começar a caminhar.
E numa carrinha branca, lá partimos nós, sendo distribuídos por esses hospitais.
Eu fui logo a 1a, com um doente muito querido, que pedia cigarros a toda a gente, bolos e cafés.Reparava nas mulheres grávidas e dizia que "estavam felizes, ui, ui"...falava com toda a gente e ouvia o seu rádio no máximo, sem se importar se os outros queriam ouvir ou não e foi muito bom acompanhá-lo.Ver, como as pessoas reagem á diferença, muitas reagem tão bem, outras olham de lado e outras ignoram.O médico recebeu-o bem, perguntou-me se era família, disse que era voluntária, (mas tive vontade de dizer, sim sou família porque quero ser!) ao que ele respondeu ao doente que estava cheio de sorte.
Lá viemos da consulta, com tudo marcado e organizado.E ele sempre a absorver o mundo á sua volta com olhos despertos e perguntas directas.Foi um desafio.
Depois de ter feito a estrada de belas, umas quantas vezes, eram 14h30, estava no Hospital, para ver o meu pai.Surpreendido, de me ver tão cedo, disse-me logo que ia ter alta.A médica apareceu logo de seguida, e falou claramente.
Ele tem que vir a casa, porque não pode estar assim tanto tempo no hospital.A infecção regrediu um pouco, mas assim que sentir febre, tem de voltar.Ela diz que é bom que passe uns dias aqui.
Eu nem penso se muitos ou poucos, tê-lo aqui é tão bom.Vê-lo olhar para as suas coisas...sentir a sua casa.
Do hospital fui a casa em 20 min, organizar as coisas, e segui para a Baixa, onde me encontrei com a Márcia.Foi bom espairecer contigo.
Sentia-me cansada mas com muita energia.E o dia parecia ser 2 dias em vez de 1.
Vim jantar e neste momento o meu pai ressona como se não houvesse amanhã no quarto ao lado e eu adoro esta sinfonia.Que saudades.
Hoje, porém não durmo em casa, vou dormir de novo ao Telhal, pois amanhã temos a caminhada á tapada de Mafra com os doentes...desta vez mais curta, 4.5 Km.Espero não encontrar de frente nenhum javali!
Por isso hoje na minha cama, dorme a minha irmã, que vem ficar com o meu pai.Tem que ser de vez em quando.
Comprometi-me e não esperava pela alta hoje, mas estou feliz, apesar de tudo e da correria.
O campo de férias aproxima-se...e estou ansiosa.
E é isto.
Sei que o discurso hoje, foi assim meio matemático como se fosse uma acta do meu dia...mas tou podre de cansada e amanhã estarei pior.Há muito mais que queria dizer e descrever, mas está tudo aqui guardado.Acreditem.
Tudo isto só me faz sentir, Viva e cheia de força para dar.
Obrigado aos que me suportam e me dão cor.
Sem vocês...seria bem mais duro.
Vou aterrar na cama, quando lá chegar.
Fui.
terça-feira, 28 de julho de 2009
No meio desta agitação.Pai.
O meu pai está bem, dentro do que é possível.
Parece que acertaram com o tipo de antibiótico de vez.
Hoje encontrei-o de óculos na ponta do nariz, a ler o Jornal.Bom sinal.Há quanto tempo não o via.
Depois do habitual gelado, e da barba feita, percebi que á volta do meu pai, que não se levanta da cama, vai-se criando uma agitação bonita de se ver,que só visto.
Enquanto lá estive, veio um senhor levar o jornal do dia, para ele ler e levou uma revista do meu pai para ler, deram 2 dedos de conversa e seguiu para o quarto, agarrado ao carrinho do soro.
Passado mais um bocado, veio uma senhora Brasileira, que me indicou um dia destes a máquina do café para ir tirar um para o meu pai, passou a visitá-lo todos os dias e ali fica a ver um pouco de televisão e a falar da vida.
E o meu pai, ou não fosse meu pai, dá-lhes conversa... e da grande.Falam de tudo, e acabam sempre por transmitir que ali se ajudam, estando todos na mesma situação de internamento, só se têm uns aos outros.
Mais tarde apareceu um senhor que é da terra do meu pai, e esse sim, deu-lhe conversa que nunca mais acabava.Ele era, as sardinhas de água doce do Alentejo, era os anzóis, as canas de pesca, a vida por lá...e nisto interrompiam, para ver a TV.Eu apenas assistia sentada na cadeira e deleitava-me com o ar de contentamento de todos eles.Ás vezes calhava virem os 3 de uma vez,ou um saia para dar lugar no cadeirão ao outro, ou ainda iam e vinham cruzando-se no corredor e dizendo que o Sr.Miguel (meu Pai) tinha lá a filha (eu) isto no espaço de 2h, ali.
Achei um piadão, como o meu pai, não saindo da cama, continua a atrair á sua volta, boas pessoas, que procuram um pouco de paz, e alegria, falando com ele.Porque é isso que ele transmite e agora mais do que nunca continua a transmitir.É também isso que eu sinto na sua presença, ou assim que entrava em casa, mal punha a chaves na porta.Desde sempre.
Meu querido Pai, único.
O meu pai está bem, dentro do que é possível.
Parece que acertaram com o tipo de antibiótico de vez.
Hoje encontrei-o de óculos na ponta do nariz, a ler o Jornal.Bom sinal.Há quanto tempo não o via.
Depois do habitual gelado, e da barba feita, percebi que á volta do meu pai, que não se levanta da cama, vai-se criando uma agitação bonita de se ver,que só visto.
Enquanto lá estive, veio um senhor levar o jornal do dia, para ele ler e levou uma revista do meu pai para ler, deram 2 dedos de conversa e seguiu para o quarto, agarrado ao carrinho do soro.
Passado mais um bocado, veio uma senhora Brasileira, que me indicou um dia destes a máquina do café para ir tirar um para o meu pai, passou a visitá-lo todos os dias e ali fica a ver um pouco de televisão e a falar da vida.
E o meu pai, ou não fosse meu pai, dá-lhes conversa... e da grande.Falam de tudo, e acabam sempre por transmitir que ali se ajudam, estando todos na mesma situação de internamento, só se têm uns aos outros.
Mais tarde apareceu um senhor que é da terra do meu pai, e esse sim, deu-lhe conversa que nunca mais acabava.Ele era, as sardinhas de água doce do Alentejo, era os anzóis, as canas de pesca, a vida por lá...e nisto interrompiam, para ver a TV.Eu apenas assistia sentada na cadeira e deleitava-me com o ar de contentamento de todos eles.Ás vezes calhava virem os 3 de uma vez,ou um saia para dar lugar no cadeirão ao outro, ou ainda iam e vinham cruzando-se no corredor e dizendo que o Sr.Miguel (meu Pai) tinha lá a filha (eu) isto no espaço de 2h, ali.
Ainda por ali fiquei a contar as novidades do fim de semana e ainda nos rimos muito.
Deixei-o como sempre com muito custo acenando no corredor, ao que ele responde sempre levantando o braço.
Começam a ser até os gestos, habituais.
Achei um piadão, como o meu pai, não saindo da cama, continua a atrair á sua volta, boas pessoas, que procuram um pouco de paz, e alegria, falando com ele.Porque é isso que ele transmite e agora mais do que nunca continua a transmitir.É também isso que eu sinto na sua presença, ou assim que entrava em casa, mal punha a chaves na porta.Desde sempre.
Meu querido Pai, único.
Saudade
Mesmo no coração de Sintra abriu sensivelmente há um mês este espaço que deixa qualquer um cheio de SAUDADE.
O salão de chá, café/galeria e loja apresenta uma delicada colecção de objectos. O espaço foi todo remodelado e repensado com materiais exclusivamente portugueses.Mas o chão denuncia bem as vivências ali dentro, no passado.
Sentimo-nos em casa. Um projecto/sonho concretizado por marido e mulher.
Logo no meu primeiro dia, estabeleci um contacto com o Dono, diga-se cómico, que não parava de falar no meu brinco de minhota, pois ele percebe de pratas, e ainda me ofereceu uma telha de amêndoa sabendo que é meu conterrâneo da Amadora.
Ali somos bem recebidos.Mas mesmo bem.
[Obrigado, foram a companhia perfeita!O que nós nos rimos!]
Vale mesmo a pena passar por lá e visitar todos os cantos à casa, a antiga Fábrica de Queijadas Finas Mathilde (c.1850).
Ainda não vi os cantos todos.Tem esplanada...e loja!
Depois da visita apetece sentar, dar dois dedos de conversa com uma boa companhia e saborear as delicias que por ali moram.Doces alentejanos, fresquinhos.Bebemos chá de erva príncipe, e folhados de marmelada com requeijão...hum mm.
Eu vou voltar com certeza!
E levar-vos comigo!
(Mas que spot fantástico)
Por aqui, Ama-se, á velocidade da Luz!
Estou de volta.
(Monforte)
À volta do pequeno cruzamento, reúnem-se algumas casas, e ao fundo da estrada, vislumbro a casa onde desejei voltar muitas vezes.Ali dentro está um mundo, que vocês nem calculam de tão vasto e belo que é, mas também sofrido...mas amparado, cuidado e amado.
Foram alguns quilómetros, para testemunhar a gratidão e a humildade de quem nos recebeu tão bem e foi a maneira de regressar com um coração cheio e aconchegado para casa.
Estou de volta.
Com os sonos por regular ainda, com o cheiro a Alentejo e o brilho nos olhos do que vivi.
A uma velocidade supersónica, vivo momentos daqueles que nos marcam para sempre.
Fortaleço-me com aquilo que a vida me dá, gentilmente.E agradeço.
Fiz-me ao caminho, aquele que é o meu e eu adoro percorrer.
Fiz-me ao caminho, aquele que é o meu e eu adoro percorrer.
Eu diria que estavam mais que trinta e cinco graus mas nunca fui muito boa a avaliar distâncias ou temperaturas. A diferença entre a minha cidade e o Alentejo começou logo no alcatrão, que passa de uma largura de um carro para duas largas faixas de rodagem mas o Sol queima exactamente da mesma maneira.
Montemor o novo
O itinerário começou pela paragem em Montemor o novo, onde me encontrei com a Lena "Tirapikes", para seguirmos para Assumar.
(Monforte)
Pelo caminho, passagem em Monforte, Sousel...e outras terrinhas, verdes, brancas, pacatas e quentes.Boa conversa, música e partilha até chegarmos ao destino, para o almoço em comunidade!
E por fim, Assumar!
(Centro de recuperação de menores, Assumar)
À volta do pequeno cruzamento, reúnem-se algumas casas, e ao fundo da estrada, vislumbro a casa onde desejei voltar muitas vezes.Ali dentro está um mundo, que vocês nem calculam de tão vasto e belo que é, mas também sofrido...mas amparado, cuidado e amado.
Um gostinho a campo missionário, já em fase de conclusão, onde fiz questão de estar, no último fim de semana.Era importante para mim.
Foram alguns quilómetros, para testemunhar a gratidão e a humildade de quem nos recebeu tão bem e foi a maneira de regressar com um coração cheio e aconchegado para casa.
Foram e serão todos os quilómetros do mundo, para testemunhar o trabalho feito naquela casa e a luta pela vida daquelas meninas, que não desistem e são felizes só de nos verem surgir.
E por pouco, já me esquecia do mundo e da vida aqui e estava lá, pronta para me entregar ao serviço, ao que fosse preciso fazer.Assim como sou.
E foi também dizer ás companheiras de caminho e formação, que estou com elas, e que as acompanho sempre, seja qual for o rumo.
Abraçar a Catarina e recordar o campo do ano passado e dizer-lhe com o olhar, que vou com ela e sei da sua entrega.Nunca duvidei deste momento.
Foi também uma noite animada, de chinelo em riste, mais a Lena, á caça da melga alentejana, que pica como nenhuma outra...eram toalhas pelo ar, chinelos e risos!
Foi missão.Tudo, foi missão.
Domingo, debaixo de um sol tão forte e um calor abrasador,(ali conseguimos ouvir mesmo o calor e é como se o pasto seco entrasse a qualquer momento em combustão espontânea.), que parti para casa.
Antes ainda passeamos, eu e a Lena tirapikes, pelas ruas empedradas de Estremoz, bebemos uma água na praça do rossio e seguimos cada uma para a sua direcção, mas ao mesmo tempo sentimos que estamos juntas nos passos que damos.
Estremoz
Foi uma viagem pelas estradas do Alentejo, que me fazem sempre sentir liberdade, pela imensidão das paisagens, alternando o falso fresco do ar condicionado com as baforadas de calor que fugiam à desordem dos pinheiros.Eu perdida no meu MP3, pensei e voltei a pensar nas voltas que a vida dá e nas coisas boas que ela nos traz.Abraçava essa missão que tenho, para cumprir...agora.
No final deste fim de semana, podia encher o meu peito com a alegria inexplicável que sentia por ser jovem hospitaleira e descobrir-me assim.Sentindo que ganhei.Como pessoa, como missionária, como Rita, de todas as formas, as mais belas que possam imaginar.
Á noite fui respirar Lisboa e soltamos as palavras numa conversa á beira rio no parque das nações, isto já depois de ter feito 4 terérés, e muita conversa na Póvoa.Cinco meninas que caminham juntas, apesar de não se verem sempre, sabem que estão lá umas para as outras.
É sempre tão bom, voltar aí.Vocês sabem porquê!Há aquele sentimento de família, onde cabe sempre mais um e se partilha tanta coisa.
Beira rio, Lisboa
Chegava a casa já de madrugada, estafada, mas com aquele sentimento de ter feito 1001 coisas num curto espaço de tempo e tudo coisas que me preenchem bastante.Mas eu acho que no fundo fiz apenas uma, que resume tudo isto.
Amar.
Passa tudo por aí.
É muito fácil viver feliz, com um pé em ambos os lados e com pessoas especiais.
É muito fácil e simples, estarmos exactamente onde queremos estar e onde somos precisos e necessários, se assim o desejarmos e aceitarmos o inesperado como uma dádiva fabulosa.
É o lema de há muito - um pé onde somos felizes aqui, outro de coração no Mundo e onde nos quiserem.
Sempre!
sábado, 25 de julho de 2009
Constata-se...
Que está uma noite maravilhosa lá fora!
Que não tenho sono, algum.
Que noites assim, cansam os pés, mas iluminam a alma, pela presença, mesmo que seja o local mais cansativo...que se possa imaginar.
Começar com a Lu e acabar com o Paulo, perfeito.
Porque amizade assim, sabe bem.
Obrigado.
Que está uma noite maravilhosa lá fora!
Que não tenho sono, algum.
Que noites assim, cansam os pés, mas iluminam a alma, pela presença, mesmo que seja o local mais cansativo...que se possa imaginar.
Começar com a Lu e acabar com o Paulo, perfeito.
Porque amizade assim, sabe bem.
Obrigado.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
weekend!
E então é assim...
Hoje dou um pulinho a Óbidos á feira medieval...que ando a sonhar com ela.
Amanhã faço-me ao caminho, rumo ao alentejo e volto Domingo!
Espero que cheia de força, apenas por vos ver.
Bom fim de semana.
Hoje dou um pulinho a Óbidos á feira medieval...que ando a sonhar com ela.
Amanhã faço-me ao caminho, rumo ao alentejo e volto Domingo!
Espero que cheia de força, apenas por vos ver.
Bom fim de semana.
Interiorizar-te
Nós temos instantes.
É isso que são, breves ocasiões feitas de presença mútua.
Às vezes, são uns segundos apenas mas vêm carregados de toda a consistência do tempo que nos antecede.
Reparo neles, não depois, mas sim no preciso momento em que acontecem, é aí que lhes dou espaço para existirem, dou-lhes intenção para que se suspendam e, em troca, eles permanecem.
Guardo-nos assim, interiorizo-nos assim.
Interessante verbo este - "interiorizar". Fui ao dicionário ver como o português paginado o define e lá diz: "tornar interior; trazer para dentro de si".
Já viste bem? Eu agarro nos nossos instantes e torno-os interiores a mim, trago-os para dentro e guardo-os por debaixo da pele, tornam-se parte do que sou.
Percebes agora como vives em mim?
É isso que são, breves ocasiões feitas de presença mútua.
Às vezes, são uns segundos apenas mas vêm carregados de toda a consistência do tempo que nos antecede.
Reparo neles, não depois, mas sim no preciso momento em que acontecem, é aí que lhes dou espaço para existirem, dou-lhes intenção para que se suspendam e, em troca, eles permanecem.
Guardo-nos assim, interiorizo-nos assim.
Interessante verbo este - "interiorizar". Fui ao dicionário ver como o português paginado o define e lá diz: "tornar interior; trazer para dentro de si".
Já viste bem? Eu agarro nos nossos instantes e torno-os interiores a mim, trago-os para dentro e guardo-os por debaixo da pele, tornam-se parte do que sou.
Percebes agora como vives em mim?
Mas tudo isso, não chega.Não é suficiente.
Ainda.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Say a little prayer
Meu Deus, olá ...
Esta, é uma "oração" confusa ou uma tentativa de conversa, não sei, mas ouve-me só por um bocadinho.
A vida podia ser um tabuleiro de Xadrez em que o jogo começa, acaba e recomeça, até que alguém cai para o lado num xeque-mate final.
Eu sei que Tu estás aí, algures (em todo o lado e em todos os tempos) a orquestrar as peças do jogo - moves o cavalo, depois um peão, a seguir a Rainha, sacrificas umas quantas pelo caminho, ensinas-me o verdadeiro valor de algumas delas e peças que eu julgava estratégicas, estruturais mesmo, caem harmoniosamente ao som de Vangelis e "All those moments will be lost in time, like tears in rain".
E eu que achava que cairia com elas (sem elas), lá me aguento, reorganizo as defesas e planeio o ataque.
Mas tu não desistes, o que se calhar até é bom, podias largar-me para ali, esquecida a um canto, quieta e confortável nas muralhas reerguidas, mas não, qual bom pai, lembras-te sempre de mim e quando dou por ela, já me falta uma torre à esquerda e, mais à frente, perdi uma parte da infantaria.
É assim, como dizia há tempos uma grande amiga ao sabor de um café delicioso: "isto é sempre uma luta, caneco, tem de ser sempre tudo uma luta".
Esta, é uma "oração" confusa ou uma tentativa de conversa, não sei, mas ouve-me só por um bocadinho.
A vida podia ser um tabuleiro de Xadrez em que o jogo começa, acaba e recomeça, até que alguém cai para o lado num xeque-mate final.
Eu sei que Tu estás aí, algures (em todo o lado e em todos os tempos) a orquestrar as peças do jogo - moves o cavalo, depois um peão, a seguir a Rainha, sacrificas umas quantas pelo caminho, ensinas-me o verdadeiro valor de algumas delas e peças que eu julgava estratégicas, estruturais mesmo, caem harmoniosamente ao som de Vangelis e "All those moments will be lost in time, like tears in rain".
E eu que achava que cairia com elas (sem elas), lá me aguento, reorganizo as defesas e planeio o ataque.
Mas tu não desistes, o que se calhar até é bom, podias largar-me para ali, esquecida a um canto, quieta e confortável nas muralhas reerguidas, mas não, qual bom pai, lembras-te sempre de mim e quando dou por ela, já me falta uma torre à esquerda e, mais à frente, perdi uma parte da infantaria.
É assim, como dizia há tempos uma grande amiga ao sabor de um café delicioso: "isto é sempre uma luta, caneco, tem de ser sempre tudo uma luta".
É verdade, é sempre assim, ir ao chão, cuspir para o lado, levantar as luvas e rir com desprezo ao KO que todos esperavam.
Rir é um grande remédio, aliás, rir é uma grande cura e os sorrisos deviam ser injectáveis numa qualquer vacina de distribuição gratuita (é só uma ideia).
Rir é um grande remédio, aliás, rir é uma grande cura e os sorrisos deviam ser injectáveis numa qualquer vacina de distribuição gratuita (é só uma ideia).
Dizem que há uns truques artificiais que ajudam...mas eu confesso que aquele mar enorme ali à mão de semear tem em mim um efeito regenerador inimaginável. Ainda tenho de passar uns dias no mar, não sei porquê mas acho que lá, deves estar tão perto. Ou quem sabe o céu azul, ou as cores de 1000 flores nos campos, ou o som de qualquer órgão bem tocado acompanhado das nossas vozes, ou balançar-me numa rede debaixo de uma árvore frondosa.
E por isso, é deixar passar, guardar a jogada perdida e seguir o azul porque, o resto, "é vaidade e vento que passa" e "vale mais uma mão cheia de tranquilidade, que as duas mãos cheias de trabalhos e vãos afazeres" e acreditar ainda, sempre, que aquele Rei perdido num cheque-mate lixado, afinal, era só mais uma peça do jogo.
E por isso, é deixar passar, guardar a jogada perdida e seguir o azul porque, o resto, "é vaidade e vento que passa" e "vale mais uma mão cheia de tranquilidade, que as duas mãos cheias de trabalhos e vãos afazeres" e acreditar ainda, sempre, que aquele Rei perdido num cheque-mate lixado, afinal, era só mais uma peça do jogo.
Obrigado por me escutares.
=)
And the show goes on!
Espero pelo dia em que o farão na minha estação...
Impressionante como contagiam...e faz bem!
Contra o stress...não há melhor!
terça-feira, 21 de julho de 2009
No Zoo, em missão, com as meninas de Assumar!
Vieram de Assumar, Monforte, e saíram cedo para chegar a Lisboa ao 12h.
Vieram de Assumar, Monforte, e saíram cedo para chegar a Lisboa ao 12h.
Eu levei menos de 40 min a por-me no zoo, como por magia, junto delas.
Hoje, passei lá o dia, com a malta do campo missionário e as meninas de Assumar.
Hoje, passei lá o dia, com a malta do campo missionário e as meninas de Assumar.
Que bom foi rever toda a gente...que bom foi poder entrar ainda que por um dia, numa comunidade, que é a minha.
A minha noção de normalidade, muda radicalmente sempre que estou com estas meninas. Conseguimos fazer com elas o que queremos e ainda ficamos admirados porque nos surpreendem sempre.É verdade que nos cansam...puxam por nós e exigem atenção redobrada, mas são do mais belo que há.
Demos um pulo à alimentação dos leões marinhos, depois de almoçarmos, num dia quente sobre Lisboa.
Entre caminhar devagar,fico sempre fascinada pelos recantos infinitos e pelas cores chamativas das aves e dos macaquinhos de 1001 espécies e nomes diferentes.Ou pelos sons que nos fazem crer, que não estamos em pleno centro de Lisboa.
Chegadas de todos os lados, o Zoo, é inundado de crianças de olhos abertos e á descoberta.Assim estava eu, depois da milionésima vez lá, sempre me deixo surpreender, com tanta variedade de animais, cores, sons e cheiros também.
É passada uma mensagem, sempre com vista a sensibilizar, de preservar as espécies, a desflorestação, ecologia, para que não seja apenas uma visita, mas algo que fique.
Paz de espírito no oceanário do Zoo de Lisboa. Tudo muito azul, tudo muito simples, tudo muito natural acompanhado de música. O fascínio dos golfinhos e das focas que nos fazem sentir a liberdade da natureza. Todo um deleite para os sentidos, este espectáculo.
Passamos assim este dia, entre abraços saudosos que há muito queria dar e receber, a energia que dura e dura, das meninas e uma despedida que me custou muito.Por mim tinha ido escondida na bagageira do autocarro...só para poder continuar assim, na vossa presença que marca e encanta.A de todos, meninas, companheiras de caminho...todos.Mas estamos juntas.
Até pode não existir nada para festejar, por esta altura, mas os dias assim, são literalmente perfeitos e eu não me importo de os acabar pensativa e saudosa no sofá a ver uma tontice qualquer e tudo o resto perde a importância porque não me falta nada.Desde que possa dar.
Só pedia que pudesse repetir assim esta felicidade de me dar, em dias consecutivos, sem ter que esperar outra vez.
E foi logo a seguir, quando cheguei ao pé do meu pai cheia de boa energia.
É já amanhã e depois... e a cada minuto que me dou.
wwoowww!
Your world Is nothing more
Than all The tiny things
You've left Behind
So tenderly Your story is Nothing more
Than what you see
Or What you've done
Or will become
Standing strong
Do you belong
In your skin J
ust wondering
Gentle now
A tender breeze Blows
Whispers through
The Gran Torino
Whistling another
Tired song
Engines humm And bitter dreams Grow
A heart locked In a Gran Torino
It beats
A lonely rhythm All night long...
Pai
Um bocadinho melhor, encontrei o meu pai.
Hoje, houve gelado, á sobremesa, porque achei que merecia.E no final da refeição, cafézinho (descafeinado), que lhe soube pela vida.
Que mais pode dar prazer e satisfação a uma pessoa que está permanentemente na cama, do que os cinco sentidos?
Faço de tudo, para os apurar mais, para os estimular.Mas admito que ao meu pai o que mais estimulo é o paladar.Tudo com conta, peso e medida.
Vim embora reconfortada, por vê-lo a sorrir...só isso, já me faz ganhar o dia.
Amanhã há mais...mimos!
Um bocadinho melhor, encontrei o meu pai.
Hoje, houve gelado, á sobremesa, porque achei que merecia.E no final da refeição, cafézinho (descafeinado), que lhe soube pela vida.
Que mais pode dar prazer e satisfação a uma pessoa que está permanentemente na cama, do que os cinco sentidos?
Faço de tudo, para os apurar mais, para os estimular.Mas admito que ao meu pai o que mais estimulo é o paladar.Tudo com conta, peso e medida.
Vim embora reconfortada, por vê-lo a sorrir...só isso, já me faz ganhar o dia.
Amanhã há mais...mimos!
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Montanha Russa?
Afinal, o meu pai não vem a casa.
Tocou o telefone, pensando nós que seria a confirmação da alta, mas do outro lado apenas ouvimos que ele já não teria alta, porque piorou.
Agravou-se tudo, a febre voltou e a infecção deu sinais evidentes na urina, que não pode vir.
Estes altos e baixos, são normais da doença, mas são como uma montanha russa nas nossas emoções e certamente nas dele.Uma montanha russa, com loopings, e pior, sem poder prever o fim.
Eu que o esperava, como sempre anciosamente, que só faltou colocar flores no quarto dele...eu que só queria que ele não tivesse a passar por isto.Assim.
Bom, daqui nada vou estar com ele.
Tentar amenizar o seu mau estar com um sorriso e alguns mimos.
=(
Afinal, o meu pai não vem a casa.
Tocou o telefone, pensando nós que seria a confirmação da alta, mas do outro lado apenas ouvimos que ele já não teria alta, porque piorou.
Agravou-se tudo, a febre voltou e a infecção deu sinais evidentes na urina, que não pode vir.
Estes altos e baixos, são normais da doença, mas são como uma montanha russa nas nossas emoções e certamente nas dele.Uma montanha russa, com loopings, e pior, sem poder prever o fim.
Eu que o esperava, como sempre anciosamente, que só faltou colocar flores no quarto dele...eu que só queria que ele não tivesse a passar por isto.Assim.
Bom, daqui nada vou estar com ele.
Tentar amenizar o seu mau estar com um sorriso e alguns mimos.
=(
domingo, 19 de julho de 2009
É...do fim de semana!
Uma despedida.
Uma noite para comemorar e inesquecivél.
Muitas alegrias.Um olhar no futuro.
Um bom café, acompanhado de conversa da boa e demorada.
Uma ida á grande casa, onde há tantos amigos, daqueles que sentimos que nunca se vão cansar de nós.E eles também teêm dias maus, oh se teêm.
Mas ali há sempre o abraço, o sorriso, a alegria de nos ver chegar...e ás vezes as dores são grandes e o sofrimento enorme.Mas isso deixa de importar e por isso os nossos problemas também se deitam para trás das costas.
Calor convidativo e eu já só penso em partir por aí a fora á descoberta do verão deste País.Mas tenho que aguardar o melhor momento.
Amanhã o meu pai vem para casa, se tudo correr bem.
Na terça feira terei as gentes do Campo Missionário em Lisboa, para uma visita ao Zoo, o que me vai dar imenso gosto, estar com eles.
Ainda quero passar na medieval de Óbidos até domingo.
Em Agosto, começa o campo de férias mais aguardado...e eu mal posso esperar, ainda por cima, descobri hoje a piscina do Telhal, fantástica, fabulosa, só precisa de ser despejada, ser limpa e voltar a encher.Voluntários?
Ajuda precisa-se.Um dia fica feito.
E assim entro em mais uma semana, sentido que ninguém mais do que eu mesma e Deus, mexe as peças do meu puzzle.
E espero por mais que não queira, impaciente mas confiante, pelo rumo dos próximos tempos, que depende de tanta coisa.
Boa semana!
sábado, 18 de julho de 2009
Ontem, fizeste-me pensar que...
Procura os teus caminhos, mas não magoes ninguém nessa procura.
Arrepende-te, volta atrás, pede perdão.
Não te acostumes com o que não te faz feliz, revolta-te quando julgares necessário.
Alaga o teu coração de esperanças, mas não deixes que ele se afogue nelas.
Se achares que precisas voltar, volta.Se perceberes que precisas seguir, segue!
Se estiver tudo errado, começa novamente.
Se estiver tudo certo, continua.
Se sentires saudades, mata-as.
Se perderes um amor, não te percas.
Se o achares, segura-o!
=)
Fernando Pessoa
Sabes bem que sim.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Pai
Ao que tudo indica, este reanimar do meu pai, em começar a comer, inspirou a médica em dar-lhe alta por uns tempos.A sua vida nos últimos 2 meses, foi hospital.Não vê outra realidade.
Ele vem de facto a casa, vamos ver se é amanhã.
O filme volta a repetir-se na minha cabeça, a ultima vez que veio a casa, também foi numa sexta feira, mas sábado á tarde, estava a regressar ao hospital.
Por isso desta vez, não vou criar expectativas.Vem e fica o tempo que tiver que ficar, conforme o seu estado assim pedir.Estamos conscientes de que há coisas nele que não funcionam bem ou pararam.
Temos que estar atentos ao mínimo sinal.Pois isso pode fazer toda a diferença.
Será bem recebido.Hoje preparei uma gelatina de maçã, para poder comer depois das refeições, pois a gelatina hidrata, concentrando em si grandes quantidades de água.Um mimo.
Certifico-me de que tudo está no seu lugar e respiro fundo, para recomeçar a luta aqui por casa.
Uma luta que não é fácil acreditem, mas que travo, com o maior Amor.
Ao que tudo indica, este reanimar do meu pai, em começar a comer, inspirou a médica em dar-lhe alta por uns tempos.A sua vida nos últimos 2 meses, foi hospital.Não vê outra realidade.
Ele vem de facto a casa, vamos ver se é amanhã.
O filme volta a repetir-se na minha cabeça, a ultima vez que veio a casa, também foi numa sexta feira, mas sábado á tarde, estava a regressar ao hospital.
Por isso desta vez, não vou criar expectativas.Vem e fica o tempo que tiver que ficar, conforme o seu estado assim pedir.Estamos conscientes de que há coisas nele que não funcionam bem ou pararam.
Temos que estar atentos ao mínimo sinal.Pois isso pode fazer toda a diferença.
Será bem recebido.Hoje preparei uma gelatina de maçã, para poder comer depois das refeições, pois a gelatina hidrata, concentrando em si grandes quantidades de água.Um mimo.
Certifico-me de que tudo está no seu lugar e respiro fundo, para recomeçar a luta aqui por casa.
Uma luta que não é fácil acreditem, mas que travo, com o maior Amor.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
"Viste como te levou Yahveh
O teu Deus e Senhor
Por todo o caminho que percorreste
Até chegar a este lugar
Permanece, permanece em Mim
Assim a atrairei e a levarei ao deserto
Falar-lhe-ei ao coração
Fora já dali eu lhe darei as suas vinhas
E o vale como porta da esperança
E lhe direi: "Tu és o meu povo"
Me responderá: "Tu, o meu Deus"
Permanece em Mim, Permanece em Mim"
Da Bíblia sagrada
Rita...destranca-me!
Imaginem-se em pleno Alentejo.Calor abrasador.Campo missionário.
Dão-vos 30 min para a sesta merecida.Aos 15 min, quando passam já pelas brasas, alguém vos bate na janela do quarto e diz:" Rita...Rita, destranca-me que tou aqui fora trancada!"
Uma pessoa pensa que está a sonhar, e vira-se para o outro lado, pensando que ninguém normal, fica trancado do lado de fora de uma casa.Lá me decidi a levantar e a abrir a porta, pensando enquanto dava os passos, que não ia encontrar ninguém do outro lado da porta.Mas estava, ela de facto ficou trancada para lá das extensas planicíes alentejanas.É possivel.
Foi a risada total.Na casa toda.Contagiando-se pelo País,Jh e imagine-se por duas lindas Missionárias que estão em Moçambique e vão ler isto amanhã ao acordar.
E assim ficou eternizado o "Destranca-me" neste grupo de formação missionária.Todos o usam, e sabem porquê.
E agora?
Quem vai destrancar esta rapariga, lá para os lados do Alentejo, se eu não estou lá?
Saudades.
(Eis as protagonistas, (Susana,Eu,Catarrina,Leonor) deste episódio único e marcante...com ar de psico's e decerto com patologia grave!)
Fujam!
quarta-feira, 15 de julho de 2009
PARABÉNS a esta menina!
Hoje estou longe, mas continuas a fazer-me sorrir na tua inocência.
Continuo a sentir a expectativa que criavas só de saber que começava mais um dia cheio de brincadeiras novas, que esperavas de mim.Como se eu tivesse uma caixinha mágica onde guardava segredos que todos os dias desvendava para ti...e para as princesas desse teu castelo.Sabes ainda hoje, acho que transporto comigo essa tal caixinha de pequenas magias, que me ajudam a pintar os dias, com palavras "bordadas a purpurina".E foste também tu, do alto dos teus 13 anos, que me ensinaste a fazê-lo.
Na tua bolinha de sabão, que ninguém pode compreender, és feliz.
E é por isso que eu, te admiro tanto e nunca te esqueço.
Um dia muito feliz minha querida.
Em breve abraço-te, nesse teu mundo...
Este Projecto tem Coração
É bom quando se vê um projecto crescer, um projecto que á partida morreria na praia, se não tivéssemos pegado nele, acreditado e movido esforços para o levantar, manter de pé e fazê-lo perdurar, quem sabe por muitos anos!
Na verdade é por contagio que isto se vai alargando...de forma bonita.Antes não tinha ninguém, agora não param de cair emails a oferecer mãos e muito coração, e eu já tenho que recusar, pois não podemos ser mais do que os visados do projecto.
Este é o inicio de algo...que vejo nascer e me emociona, pela forma como está a acontecer e como aqueles que comigo o quiseram agarrar se empenham.
Tudo é novo e não sabemos bem como vai ser...mas confiamos e vontade não nos falta (á grande maioria pelo menos ;).
Agora é continuar a unir ideias e esforços para que tudo resulte.
Se fosse eu,a criança,o jovem ou mesmo o adulto, gostava, que alguém se entregasse por mim desta forma, e me fizesse ter as melhores férias que algum dia tive...só porque sim, porque todos têm direito a férias, a liberdade, a cor, com cheiro a verão.E a minha cor só existe, quando a vejo reflectida nos outros também.
Obrigado, por CoNTAgIAr.Te!
É bom quando se vê um projecto crescer, um projecto que á partida morreria na praia, se não tivéssemos pegado nele, acreditado e movido esforços para o levantar, manter de pé e fazê-lo perdurar, quem sabe por muitos anos!
Na verdade é por contagio que isto se vai alargando...de forma bonita.Antes não tinha ninguém, agora não param de cair emails a oferecer mãos e muito coração, e eu já tenho que recusar, pois não podemos ser mais do que os visados do projecto.
Este é o inicio de algo...que vejo nascer e me emociona, pela forma como está a acontecer e como aqueles que comigo o quiseram agarrar se empenham.
Tudo é novo e não sabemos bem como vai ser...mas confiamos e vontade não nos falta (á grande maioria pelo menos ;).
Agora é continuar a unir ideias e esforços para que tudo resulte.
Se fosse eu,a criança,o jovem ou mesmo o adulto, gostava, que alguém se entregasse por mim desta forma, e me fizesse ter as melhores férias que algum dia tive...só porque sim, porque todos têm direito a férias, a liberdade, a cor, com cheiro a verão.E a minha cor só existe, quando a vejo reflectida nos outros também.
Obrigado, por CoNTAgIAr.Te!
terça-feira, 14 de julho de 2009
O cúmplice e irrequieto silêncio entre nós.
É o mês dos regressos, como se todos fossem emigrantes em parte incerta.É o mês de os receber de braços abertos.
Por meados de Agosto já cá devo ter os amigos mais lindos, que estão espalhados pelo mundo.
O ano passa e o pensamento toca-os muitas vezes.Não resistem a este sol, a este calor, a esta luzBoa!A este ambiente de festa, a estes petiscos...Lá fora ganha-se dinheiro, abrem-se horizontes...mas é aqui que tudo sabe melhor!
Há saudade, há lembranças que fazem sorrir e ao mesmo tempo uma confiança que nos diz, que o tempo e a distância nada desfazem, mas tudo unem.
Há conversas que condensam tudo o que se viveu durante o ano, há aquela lágrima que esperava por nós, o abraço e por fim o sorriso que leva á loucura de rebolar na relva, num dia de sol, de atirar areia, de caminhar lado a lado, na certeza de que as partidas estão para breve, mas ficará sempre em porto seguro a nossa amizade, aquilo que se viveu...e ainda está para vir.
Não há nada melhor que partilhar com alguém que não víamos há tanto tempo, o que temos vivido bom e mau e o entusiasmo com que o fazemos...porque na verdade apenas não nos vimos durante largos meses, mas estivemos sempre lá e como isso se sente.
E entre o ver e o sentir, há grandes diferenças.
Há quem se veja todos os dias e não nos faz sentir absolutamente nada.
Há quem se veja, uma vez no ano, e todos os dias apenas de pensarmos nessas pessoas, tudo se remexe por dentro.
A simples existência de alguém é algo muito belo e que nos transcende de certa maneira.
As horas com vocês deviam esticar. . .
Danças com História
Danças com história, que me encantaram e me fizeram viajar muitos séculos atrás.
Danças com história, que me encantaram e me fizeram viajar muitos séculos atrás.
Foi deslumbrante...o cuidado e a forma como cada passo desta dança nos deixa presos...e nos remetem para um tempo em que todos os gestos tinham uma leitura diferente.
Os sinais eram outros...e aprendi muito, acerca disso, eu que leio sinais em todo o lado.
Os trajes são réplicas fiéis do que se vestia na altura...tal como penteados, expressões...modos de estar.É fabuloso.
Foi na excelente companhia da Lu, e dos seus pais, que fomos no Sábado até Montelavar e nos deslumbrámos com estes passos mágicos e sons quase divinos.
E mesmo que as noites estejam frias...e não nos façam sentir verão,momentos assim, vão sempre lembrar verões passados e viagens no tempo que já lá vão...mas marcaram.
Esta foi mais uma...sem tirar os pés do chão!
Do fim de semana e do Pai
O fim de semana, foi um tempo para mim, que mesmo cheio de outros e tempo para os outros, foi tempo para mim.
Dei comigo a contemplar um pôr do sol, ao qual já me habituei, ali no Telhal.Dei comigo a escutar o som da água a correr de olhos fechados e a sorrir, dei comigo a dançar por dentro.
Por várias vezes, me vi a reflectir e a pensar em cada passo que tenho dado e ainda quero dar.
Abraço projectos, entusiasmo-me com outros tantos.Abraço pessoas, e entusiasmo-me com todas elas...e quanto mais as conheço mais quero conhecer.
Vale tanto a pena, quando nos damos e quando arriscamos partir, ficando.Porque é quando se fica que se parte verdadeiramente.Descobri.
E ficar, tem sido aquilo que tenho feito, pelo meu pai, por mim.
Hoje, quando cheguei ao hospital,estava a comer.Comida,leia-se!Sólidos.Não comeu muito, mas já é muito bom.Assim não fica tão fraco.
Hoje estava também muito animado.Melhorou a olhos vistos...de repente.
Conversava, ria-se, queria falar muito.Assim o escutamos e acalentamos os sonhos que ainda tem e não perdeu.Que bom!
Entre muitos e bons saliento este:
Quer comprar uma cana de pesca, para ir para a barragem pescar e diz mesmo, que quando voltar a andar, será a 1a coisa que vai fazer, quando sair dali.
Esta noite, sonhou com sardinhas de água doce, porque um senhor lhe falou nisso e disse que eram muito boas, e o meu pai, á semelhança dos ditos chicharos, ficou a falar nisto.
Disse-me que as via a saltar prateadas e grandes.Quer comê-las com bastante cebola ou fritas!Imagine-se para o que lhe deu.De facto o meu pai, surpreende-me, porque tal como eu, estes desejos e pequenos sonhos tomam conta dele de um momento para o outro e ele vibra tanto com tudo, que contagia todos.Tenho impressão que todos os doentes do quarto estavam a querer comer sardinhas de água doce naquele momento e discutiam qual a melhor forma de as cozinhar.Mas também coitados, a comida ali é péssima, facilmente se sonha com um pitéu!
E é isso mesmo que vou fazer, procurar as ditas sardinhas de água doce, que vêm de uma barragem ao pé do Torrão no Alentejo, e cozinhá-las e levar-lhas.Nem que tenha que lá ir.
Já o conheço, sei que falará nelas a semana toda.
Por isso amigos, se souberem onde se vendem aqui em Lisboa, ou arredores, apitem...
São os últimos desejos que lhe posso satisfazer e vou ao cabo do mundo se for preciso!
Tudo o que quero é vê-lo sorrir.
Boa semana!
O fim de semana, foi um tempo para mim, que mesmo cheio de outros e tempo para os outros, foi tempo para mim.
Dei comigo a contemplar um pôr do sol, ao qual já me habituei, ali no Telhal.Dei comigo a escutar o som da água a correr de olhos fechados e a sorrir, dei comigo a dançar por dentro.
Por várias vezes, me vi a reflectir e a pensar em cada passo que tenho dado e ainda quero dar.
Abraço projectos, entusiasmo-me com outros tantos.Abraço pessoas, e entusiasmo-me com todas elas...e quanto mais as conheço mais quero conhecer.
Vale tanto a pena, quando nos damos e quando arriscamos partir, ficando.Porque é quando se fica que se parte verdadeiramente.Descobri.
E ficar, tem sido aquilo que tenho feito, pelo meu pai, por mim.
Hoje, quando cheguei ao hospital,estava a comer.Comida,leia-se!Sólidos.Não comeu muito, mas já é muito bom.Assim não fica tão fraco.
Hoje estava também muito animado.Melhorou a olhos vistos...de repente.
Conversava, ria-se, queria falar muito.Assim o escutamos e acalentamos os sonhos que ainda tem e não perdeu.Que bom!
Entre muitos e bons saliento este:
Quer comprar uma cana de pesca, para ir para a barragem pescar e diz mesmo, que quando voltar a andar, será a 1a coisa que vai fazer, quando sair dali.
Esta noite, sonhou com sardinhas de água doce, porque um senhor lhe falou nisso e disse que eram muito boas, e o meu pai, á semelhança dos ditos chicharos, ficou a falar nisto.
Disse-me que as via a saltar prateadas e grandes.Quer comê-las com bastante cebola ou fritas!Imagine-se para o que lhe deu.De facto o meu pai, surpreende-me, porque tal como eu, estes desejos e pequenos sonhos tomam conta dele de um momento para o outro e ele vibra tanto com tudo, que contagia todos.Tenho impressão que todos os doentes do quarto estavam a querer comer sardinhas de água doce naquele momento e discutiam qual a melhor forma de as cozinhar.Mas também coitados, a comida ali é péssima, facilmente se sonha com um pitéu!
E é isso mesmo que vou fazer, procurar as ditas sardinhas de água doce, que vêm de uma barragem ao pé do Torrão no Alentejo, e cozinhá-las e levar-lhas.Nem que tenha que lá ir.
Já o conheço, sei que falará nelas a semana toda.
Por isso amigos, se souberem onde se vendem aqui em Lisboa, ou arredores, apitem...
São os últimos desejos que lhe posso satisfazer e vou ao cabo do mundo se for preciso!
Tudo o que quero é vê-lo sorrir.
Boa semana!
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