terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Tvi




Amanhã, ainda nem sei bem como,estarei em direto na Tvi, pelas 15h20.O programa é o da Fátima Lopes.
A razão é muito simples, o tempo que damos aos outros, uma passagem de ano diferente, voluntariado, o Telhal, a Jh.
Algo que tem preenchido a minha vida.
Espero conseguir contagiar e transformar o mundo ainda mais.
Para quem estiver a trabalhar, pode ver em directo pelo site abaixo, apenas tem que clicar em TV, e depois escolher Tvi.
Vemo-nos por lá.
=)


http://www.extralive.tv/

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Hoje,Lisboa ficou assim.

























O sol queimava-me a pele quando saí de casa.
Agasalhos pendurados no braço...passos decididos, rumo ao cais das colunas, para um pôr do sol, entre Lisboa e eu.A sós.Foi onde me levou o coração.
Sempre que me deparo com o Rossio e aquele castelo imponente ao cimo, murmuro :"Minha Lisboa, que bonita és..."
As ruas,apinhadas de gente, a ultimar as prendas.Atrás de mim caminhava uma pessoa, que falava ao telefone e dizia:"Já viste!!! falta-me nada mais nada menos a prenda mais importante, isto é um drama, onde é que eu vou arranjar algo para ele??".
Ao fundo uma neblina cerrada, fez-me avançar, mesmo sabendo que o sol não viria a este encontro que marquei com ele.
Assim também acontece na nossa vida.
E a desilusão inicial, transformou-se aos poucos numa enorme surpresa.O que encontrei foi um cenário encantador.Afinal o Inverno acaba de chegar, banhando a minha cidade de uma neblina onde apetece caminhar, apenas na companhia dos pensamentos.
Haviam crianças a brincar ás escondidas num espaço tão amplo como aquela praça, outros optaram por se sentar a comtemplar o que ninguém esperava para o final de mais um dia de intenso sol.
Lá cheguei por fim ao cais das colunas.Como o fim de um percurso.Os barcos deixavam as suas sirenes entoar graves pelo ar, sem os poder ver.A vinte metros não se via nada.Mas pressentia-se tudo.A beleza de um rio largo que conheço bem.A beleza de nem sempre se saber o que está para lá, o que virá, mas no entanto confiar.Por ali fiquei, encantada com cada pequeno acontecimento.Com as gaivotas que por ali sempre andam agitadas.Vão e vêm pessoas, um acto que se repete ano após ano.
Perco a conta ás vezes que pisei este cais, com diferentes pessoas, em diversos momentos.Gosto sempre de ali voltar.Ao amanhecer depois de uma noite a dançar, ao entardecer depois de um dia de trabalho, com amigos que visitam Lisboa,sozinha ou com muita gente, alegre ou triste.
Para terminar bem, sentei-me no mítico café das arcadas, fundado em 1782.Detive-me nos eléctricos a passar e no sabor do café e uma leitura de Mia Couto, que me falava de Moçambique, terra onde ele nasceu e pela qual nutre um amor imenso.
No fundo, hoje, foi um "Olá" e um "até já" a Lisboa.Saudoso.Pensativo.Sereno.
Tenho pena de estar tão longe desta cidade e por tanto tempo, mas aqui já fiz tanto e dei tanto.
O mundo chama, mais uma vez.E o meu sim, não podia estar mais certo.
Hoje relembrei, que aconteça o que acontecer, devemos tirar sempre o lado mais belo das coisas...e se não houver sol, haverá certamente um outro encanto, uma outra luz...assim queiram os meus olhos.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O meu natal, são as pessoas.






























A escassos dias do Natal.
Falar de Natal para mim este ano será talvez, complicado ou muito simples, dependendo da perspectiva.
Complicado, passar um natal sem o meu Pai.A casa demasiado vazia, sem a sua presença.Ou mesmo fria.Não há volta a dar.
Já não falo das correrias consumistas, que há muitos anos,deixaram de fazer parte do meu natal.Já não falo, dos telefonemas de alguns familiares e pseudo amigos, que apenas nesta época se lembram que existimos.Já não falo numa mesa cheia de comida, porque fui comendo tudo o que é típico do natal, por aí, entre uma conversa e um café, eu, que já não paro em Portugal e mato logo o desejo dos nossos sabores.
Já não falo de tantas coisas, que se falam, apenas e só nesta altura.
Para mim, natal é uma forma de vida.É desde o momento em que abro os olhos, até que os fecho, no momento em que recebo alguém com um abraço e um sorriso.
A solidariedade é de facto muito bonita, mas para além de uma época, as pessoas precisam de amor, não só de cabazes, mais 11 meses por ano.Mas é que nesta altura, cai bem.Parece melhor.
Para mim actos como estes são todo o ano,toda a vida, é uma escolha.Ainda que me leve para longe, é perto das pessoas que me encontro.É a olhar cada uma nos olhos, a sentir o que são, o que desejam, a ser-lhes fiel com a minha alegria e fortaleza, do seu lado, seja aqui, em África ou noutro canto do mundo.
É assim que constantemente eu sinto a união de uma enorme família que nunca me falha, a família mundo...que ao longo dos anos, se foi tornando a maior, mais bela e unida que conheci.Ainda com todas as crises, conflitos...afinal todas as famílias passam por isso.E esta, é tão grande e diversa.
Mas é ainda, apesar de tudo, maravilhosamente belo.O mundo.
E é por isso que o natal acontece.Porque se dá entre pessoas, que se amam,partilham, acolhem,geram vida, calor.E eu sinto-o.E só isso permite nascer no nosso coração aquele que um dia morreu por nós.
E por esta perspectiva, o Natal é infinitamente belo, sagrado, único.Porque se pára e se pensa no que foi o nosso ano, porque um novinho em folha se aproxima, é tempo de se desejar, de sonhar.Sonhar é extremamente importante na nossa vida.Os sonhos e a luta, nunca se largam.
Eu sonho e luto por um mundo melhor.Este presente é meu para o mundo.E é talvez o único que tenho.
Porque a mim resta-me apenas isso mesmo, um mundo inteiro por amar e descobrir e os sonhos.
Pode parecer pouco, mas é por demais valioso.E não o troco por riqueza alguma.
Que seja natal, hoje, amanhã, depois e para sempre, todos os dias da nossa vida.
Isso mesmo, como um compromisso.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Momento a sós.



























Ser mãe, implica verdadeiramente uma mudança.
Passa-se a viver em função daquela vida.O tempo para si mesma é quase nenhum.
As coisas que se faziam antigamente, ficam muitas vezes para trás.Não que isso seja mau, mas quando se regressa ao que se fazia, com aquelas pessoas, deve saber muito bem.
Ainda não sou mãe, mas vi e senti na 1ª pessoa o amor e a dedicação que se deposita nessa parte de nós, que é um filho.
Num destes dias no Porto, tirámos algumas horas da tarde para nós e mesmo com chuva, vagueámos pelas ruas velhas do Porto, bebemos café e chocolate quente intercalado...para não enjoar e rimos como antigamente.
Voltámos a ser a Clara e a Rita, caminhando sem destino e apanhando aqui e ali recantos e peças mágicas.Entrar numa loja de tintas e telas e pincéis e ver os olhos da Clara a brilharem.
É bom mergulhar no que é tradicional...e Português.Acho que um dia cinzento e muito frio se tornou maravilhosamente belo aos meus olhos, pela caminhada a duas.Pelas memórias...pelas figuras de sempre, por mim protagonizadas..(das quais a Clara se ri sempre imenso...olhando para mim boquiaberta!)
Regressámos a casa, já escurecia e encharcadas pela chuva.Mas por dentro, aquele calor...dos dias frios e com neve, por aí nessa Europa fora.
Não sei quando voltaremos a ter um momento assim, daqui a um ano talvez?
Mas este soube pela vida.

Afinal é isto que também fazem os irmãos, para além de nos amarem?
=)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Do que ficou no Porto...



























O ar frio de inverno, os passeios em silêncio, colmatados com um livro e um café.Os pensamentos sobre o futuro.Sobre o presente e o que já lá vai.
O bafo quente da cozinha enquanto preparava o jantar e esperava por eles!As compras diárias, como se de uma obrigação que me dá muito prazer, se tratasse.
As ruas cheias da baixa, o céu azul tão azul.Descer os Aliados, com a Ir.Beta dando corda ás palavras, mais depressa do que os próprios pés.
Conversas de missão pela tarde fora, sem pressas.
O acolhimento.
O retorno a casa, num qualquer autocarro, de gente que retorna do seu trabalho e anseia pelo quente sabor de sua casa.Tal como eu.As luzes de natal, acesas...a lembrar algo que não se pode deixar esquecer por agora, para uns, para outros fonte da sua existência.
O sorriso do Juca e os seus braços frenéticos ao som da música.
Um olhar fixo, para aquilo que me chama e me toca.Aqueles que são de ninguém, um pouco como eu.Agora entendo-os melhor.
Ser de ninguém.Preferir estar só, ainda que á chuva e ao frio, ainda que sem comida, a fazer parte de uma grande fachada.
É uma opção.Uns terminam na rua, outros percorrem o mundo, fazendo dele a sua família.
O Porto é belo, pelo amor que sempre trago e pelo brilho que me deixam na alma.