sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Recortes, da Rua Feliz.




































A Rua Feliz.
Impossível de descrever.
Apesar da lama, quando chovia e aí eu dizia que era rua Infeliz...foi ali que muitos momentos mágicos aconteceram.
O nome da rua, não podia ser mais fiel.Na nossa rua havia um lar, onde os mais velhos viviam e nos davam os bons dias...da varanda onde viam passar o tempo,haviam bodesque não nos deixavam dormir, havia galinhas, gente a passar que sempre cumprimentava, havia uma padaria, onde o pão sabia a força, quentinho, logo de manhã...e nessa padaria um papagaio, a Mita,um gatinho bebé...e sorrisos.O nosso nome sempre a ecoar de alguma casa, ou rencanto, por entre as bananeiras.Crianças, muitas...bandos delas.Traquinas.Criativas.Belas.
Havia o cantinho da D.Zinha, mãe do Vando, que fazia uns biscoitos de côco, e vendia ovos, roupa, crédito para o telemóvel...
A Rua Feliz, era banhada pelo Rio Papagaio.Ali lavavam a roupa, a loiça, ali chapinhavam, ali o sol brilhava ou mesmo a lua...
Devo ter atravessado a Ponte sobre o rio, centenas de vezes, uns dias mais feliz do que outros, uns dias mais cansada, encharcada da chuva ou de suor, outros aos saltos, a dançar e a cantar!
E ao chegar a casa, ao entrar na Rua Feliz, o sentimento era o mesmo...a vida seguia calma, num leve leve nunca antes sentido...e para sempre aprendido.



sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Príncipe - A Chegada








































Partir de Lisboa, com a certeza de que Amar era palavra de ordem.
Primeira paragem em S.Tomé, onde já se sentiu a simpatia do povo, que descaradamente pedia para tirar selfies nas esquinas...mas o mesmo sentimento que tive na chegada ao Príncipe, tudo está parado no tempo, e devoluto...aguardando o tempo que ainda está por vir.O que nao deixa de ter um  certo encanto.Como um filme que ficou sempre na mesma cena.
Só as pessoas, essas parecem não parar.Sabem que há que lutar...e essas sim, merecem toda a minha atenção.
Madrugada, fizemos a marginal, rumo ao aeroporto para apanhar a pequena e caricata avioneta, que nos levaria ao Príncipe.A vista de tirar a respiração.E cada vez mais perto...o coração batia.
Na mesma avioneta que um dia nos levaria de volta...e onde o coração bateria à mesma, mas pela dor de uma despedida...
Eis que ao avistar a ilha, o verde e o azul saltam a vista.Seria ali, seria ali o nosso campo de missão.Estavam ali as pessoas que mudariam para sempre a nossa existência.Seria ali o Amor.
E ele aconteceu.





quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Das minhas cores.





O meu coração é do mundo inteiro.De todos os sítios onde já amei.Mas o meu coração é Africano.Agora mais do que nunca, sei.A forma de celebrar a alegria é igual.E foi quando lá cheguei, há uns anos, que percebi, é aqui que eu pertenço.E esse sentimento nada mudou, apenas se confirmou.