quarta-feira, 22 de junho de 2011

O grande reencontro com a minha Mana.




(Almeida 2002, na semana em que nos conhecemos...)





(Ponte de Lima, 2010 na última vez que estivemos juntas...)



Amanhã parto rumo ao Porto.
O motivo é apenas um...abraçar a minha IRMÃ.
Passa um ano sobre a grande volta ao norte logo após a morte do meu Pai.Refugiei-me no Porto, durante 2 semanas, em que quem aturou os meus dias maus, foi a Clara, quem se riu comigo e sonhou, foi a Clara.
Acho que nunca estivemos tanto tempo longe fisicamente, porque afinal ela está sempre presente.O Amor é um sentimento que nutrimos por certas pessoas de forma única, porque têm o especial dom de se fazerem presentes na nossa vida.São laços de sangue.São mais do que isso.Se há alguém que esteve sempre lá, mesmo a 4000 km de distância, foi a Clara.
Se há alguém que sempre acreditou que ia realizar todos os meus sonhos, que ia correr o mundo e ser feliz, que vinha a Lisboa, apenas para sonharmos juntas, foi a Clara.Se há alguém que me ensinou o verdadeiro significado da palavra irmã, foi a Clara.Porque ela é, a irmã que qualquer pessoa desejaria ter.Eu tenho.
Desde aquele dia em que partilhámos o chão para dormir em sacos cama, na Guarda, que nunca mais a vida foi possível seguir uma sem a outra.
(A Clara acaba de me ligar e tivemos 1h17 minutos ao telefone...)
Agora há um rebento, que vou conhecer.E quero muito.
É já amanhã que os abraço.Mal posso esperar.
Com sorte ainda damos um salto ao S.João...
A aventura vai ser ir de boleia para o Porto, com duas amigas Romenas.O plano B, é entrar num qualquer autocarro ou comboio.Mas o gosto da aventura, sabe sempre bem, mesmo dentro do meu próprio país.Desde a Roménia que não ando á boleia...tenho saudades.
É preciso apenas sorte.
O regresso é quando tiver vontade...

domingo, 19 de junho de 2011

Voluntária Portuguesa, morta em Moçambique






"Maria, estava como voluntária da ALVD na Missão Católica do Alto Molócuè (Zambézia) Moçambique.
Cumpria o seu primeiro ano de voluntariado.
No passado domingo, 12 de Junho, o grupo dos padres com os voluntários foram a Mulevala à ordenação de um sacerdote diocesano do Gurúè. No regresso, e já de noite, a 15 quilómetros da missão do Molócuè, encontraram um camião acidentado no meio da estrada. Pararam. A Maria Arbona com outras duas senhoras foram ver o que se passava. De repente, aparece um carro a alta velocidade que colhe as três senhoras. A mais jovem nada sofreu. Uma irmã religiosa também foi internada, mas teve alta pouco depois. A Maria Arbona ficou muito maltratada. Ontem, 15 de Junho, estava para ser operada. No entanto, teve duas paragens cardíacas, sendo necessária a reanimação. Não foi operada.
Hoje, dia 16 de Junho pelas 17 horas de Lisboa, fomos informados do seu falecimento no hospital de Nampula.
Recordo o seu sorriso que me presenteou quando em Maio estive com ela e o António Ribeiro na missão do Alto Molócuè. Rezemos a Deus por ela e por todos os dehonianos e leigos de Moçambique que estão a sofrer por esta inesperada partida da Maria."



É com muita tristeza que recebo esta notícia.
Porque se mata alguém que dá 1 ano da sua vida á missão?Já foram muitos os missionários mortos, em África.Mas mesmo assim, milhares de pessoas, como eu, continuam a querer abraçar este continente, e a dar a nossa vida por este povo.Qual a razão que leva alguém a querer matar alguém que está ali para ajudar?
Poderia sentir medo, receio,uma vez que falta menos de um mês para partir, mas não sinto, ao invés sinto ainda mais vontade de ir e arriscar.
Afinal a vida é um risco, e morrer é algo eminente a cada segundo que passa.Pode acontecer ao sair da porta de casa, como em Moçambique...
Morrer em missão, seria uma morte feliz, a cumprir um sonho.
Antes assim, do que numa morte anunciada e dolorosa por doença.
Admiro cada vez mais, quem parte e literalmente a sua vida.Como a Maria.

Sesimbra!













RoMania In Lisbon!

Esta foi a semana Romena.
Duas amigas que conheci na Roménia, vieram a Portugal...

Miky





















A Miky, estava em Erasmus em Évora, quando eu estava em Bucareste.Conheci os seus amigos, e no dia do seu aniversário pediram-me para lhe ligar e falar com ela em Português, ela estava em Lisboa nesse dia.Foi giro.
Em Julho a Miky chega a Bucareste, e finalmente conhecemo-nos.Passámos bons momentos até Setembro.
Quem diria que um dia estariamos juntas em Lisboa?
Resolveu fazer uma viagem e rever amigos e locais, vai andar  semanas na estrada.Uma parte do percurso vou acompanhá-la até ao Porto.
O dia que passei com a Miky em Lisboa , foi como sempre um revisitar a minha cidade.Falámos sempre em Português, e adoro o seu acento.O sol brilhou tanto que apanhei um escaldão, mas o cheiro a rio que não posso esquecer, e o fado pelas ruas sempre a tocar, os sabores de Lisboa, e é claro o café no Nicola, onde tivemos 2h á conversa.Soube tão bem.A Miky é uma apaixonada por Portugal.
A proxima aventura será ir de Boleia para o Porto.E voltar.
Afinal na Roménia eu fiz Km á boleia.



Emese







A Emese, parou em Lisboa para fazer escala, antes de se mudar para os Açores, por 6 meses, onde vai fazer um intercâmbio.Conhecemo-nos num festival na Transilvânia, onde organizamos uma biblioteca viva, fomos muito bem recebidos.Foi portanto a minha vez de retribuir todo esse calor, que vou encontrando pelo mundo fora.
Fiz-lhe um jantar tipicamente Português e depois de muito recordar, adormeceu, pois o cansaço não perdoa.Partiu pela manhã, muito cedo e cheia de sonhos, é assim que gosto de reencontrar as pessoas, prontas para se atirarem de cabeça num futuro que só elas mesmo podem construir.
A Emese, vive na Transilvânia, uma parte Húngara, da Roménia, onde todos são católicos e não Ortodoxos, onde as tradições são bem diferentes, embora estejamos no mesmo País.
Foi bom revê-la e reencontrá-la.Pode ser que a vá visitar a Ponta Delgada.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Gosto.Do Stº António.E de ser livre.



Gosto da liberdade que é falar com estranhos em noite de festa.Gosto das ruas cheias de gente, da confusão em noite de Stº António.Gosto de cheirar a sardinha, de comer na rua e do travo a hortelã na sangria.Gosto dos gritos da multidão e gosto de sorrir para quem passa.É como se nesta noite, tudo fosse permitido.Sem vergonhas, sem constrangimentos.Eu raramente me reprimo de ser quem sou, porque o faço seja onde for ou quando for.Mas gosto especialmente de ver que todos se soltam um pouco mais numa noite assim, mais uma vez, sem vergonhas, sem barreiras que nos podem deixar aquém daquilo que somos e queremos fazer.
Gosto de arcos e balões e manjericos, gosto de (ainda que cansada), rir-me dos enganos pelas ruas numa cidade que conheço e Amo, apesar da minha distância constante nos últimos tempos.Gosto de subir rua, descer rua e descobrir em todos os recantos uma nova luz, uma festa,triliões de cores, cheiros a esta Lisboa que é única.Foi aqui que eu nasci.
Mas este ano não perdia esta noite por nada, e falar com quem não conheço e ver a mistura de idades que se vai vendo.Gosto de Lisboa e disto tudo.
Não gosto de gente que tem vergonha de ser livre e tudo critica apenas com o olhar ou que tudo lhe parece mal ou despropositado.Não gosto sobretudo quando estão demasiado perto de mim e não sabem sequer como agir ou o que fazer, ignorando uma cultura que é a sua, mantendo uma imagem que afinal também não lhes pertence.O Stº António é uma festa popular, e não se pode esperar nada mais nada menos do que naturalidade.
Voltando ao que gosto, gosto de me rir, de abraçar e de brincar, sem medo de perder aquilo que sou, pois é quando o faço que me torno ainda mais EU.
E então vejo ainda mais claramente aquilo que me move, pessoas, afectos, espontaneidade, gente com alma.
Obrigado a quem esteve comigo por inteiro, nesta noite...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O som do silêncio

É tão fácil falar... É tão difícil ficar calado...

Ou será difícil falar, e fácil remetermo-nos ao silêncio?


Eu falo muito, mas para mim é exactamente ao contrário, nunca consigo falar quando preciso - e digo preciso porque esta incapacidade verbal acontece-me, quando tenho algo importante a dizer, que é quase sempre - e ainda por cima gosto muito de silêncio.

Sobretudo de silêncios confortáveis, que não sejam ensurdecedores.

Claro que sei o quanto é bom conversar, mas é raríssimo encontrar alguém que perceba o que isso realmente significa e não tenho paciência para combates quando quero captar uma pessoa e transmitir-me a ela.

É tão bom, dois intervenientes que se propagam um pelo outro, a discordância a tornar-se intrigante e envolvente, algo que queremos entender; a concordância de repente a suspender-nos num estado de quase beatitude.

E o riso.
Por vezes acontece, o riso, e é como uma coisa mágica, um laço invisível que une como o fogo solda duas partes separadas, que por momentos se tornam uma só.

E se há um olhar espôntaneo trocado e aceite sem constrangimento... pode ser um nó que nunca mais se desdá.




Qqqrrrttttppppppp... dzing! :)

Mas continuo a ouvir alguns ecos,que me dizem :" afinal és alguém que quero presente, porque me sabes ler...até á alma..."

Não posso deixar de sorrir ao relembrar o contexto e, sim, faz-me sentir compreendida de uma forma que muitos já não sabem - coisa rara! - e menos solitária, também.

Até por causa de quem assim me falou.

E apraz-me, igualmente, concordar que tenho mesmo muita vontade de viver e sorrir sem fim, com o brotar natural dos dias...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Moçambique




É, está confirmada a minha ida no início de Julho, para Moçambique.
Estou esfuziante.O coração não pára no peito só de pensar nisso.
Contra todos os planos, a Turquia vai ter que ficar adiada.
Há coisas na vida pelas quais sempre esperamos e lutámos e quando chegam não podemos dizer simplesmente que não.Por mais aliciante que fosse a proposta em Istambul, não deixaria África e os meninos de chocolate, por nada neste mundo.
E de repente,eu disse um sim,em resposta a uma pergunta tão simples.Apenas respondi, quero!Mesmo com todos os riscos, que são bem maiores do que em todos os locais onde já estive.Mesmo assim.
Estas semanas vão ser para vacinas, vistos e organizar o que falta.Pois já não falta assim tanto.
É isto que acontece quando estamos abertos ao inesperado.Continuo a insistir em ñão fazer muitos planos, em deixar que a vida se desenhe um pouco á minha frente, sem querer estar constantemente com o lápis na mão.
Lembro-me que trilhei muitos caminhos, mas nunca foi possivel, ou por uma razão ou por outra.Não importa agora.
Importa apenas, todos os objectivos que vou conseguindo levar para a frente, em nome de um mundo melhor.
E para aqueles que me conhecem bem e estão perto, sabem tão bem o que isto significa!
África e tudo o que guardei...até este dia, para os que vou acolher em Missão.



(E não foram precisas passadeiras vermelhas...)

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Da Infância...






Amigos de Infância quem não os tem?
Eu tenho o privilégio de ter ainda, uma amizade com a minha colega de carteira, com quem pintava a manta na escola primária.A história é antiga,começa na barriga das nossas mães, que trabalhavam juntas e estiveram grávidas ao mesmo tempo, a Marisa nasce em Agosto e eu em Novembro de 1981.
Aos 5 anos, entramos juntas para a escola primária, onde nos sentamos lado a lado na mesma carteira, e assim se passaram anos, em que as brincadeiras, segredos, traquinices e zangas, se sucederam.
A Marisa pintava a manta, tinha ideias descabidas e eu sempre a servir de assistente.A Marisa ficava de castigo, inúmeras vezes e aquilo partia-me o coração.Ela era pequenina e franzina e eu era grandalhona e saía sempre em sua defesa, quando lhe batiam.
Até que a Marisa chumbou e eu continuei.Ainda na mesma escola,as brincadeiras de rua, por morar a 5 minutos da sua casa, não pararam.Eram dias no quintal, no jardim, a ser crianças, livres, felizes, mas sempre a pintar a manta.Uma dupla imbatível de Bucha e estica!
A Marisa muda de casa, para mais longe, e deixamos de nos ver tão frequentemente, o que nos custou imenso.Mas a vida continuou.Sonhos que se cumpriram e outros que ficaram pelo caminho.
Nunca perdemos o contacto.E quando nos encontramos, é festa garantida e quando não nos zangamos.
Mas o passado tem uma força incrivél, e basta tocar nele para nos rirmos como se não houvesse amanhã da porcaria que fazíamos juntas.
Ontem passei o dia com ela e foi muito bom!
Temos vidas diferentes, escolhas diferentes, rumos que em nada se cruzam, mas sorrimos apesar das adversidades que vamos encontrando.Não deixando de sonhar.E isso é o mais importante.

E já que hoje é dia da criança eu deixo a lembrança das mulheres que somos e das crianças que fomos e ainda somos.

Ser pai e ser Mãe...













Ser Pai e ser mãe é uma grande responsabilidade.
No passado fim de semana fui visitar a família Santos, amigos de quem gosto muito e que me acompanham sempre quando estou longe.
A nossa ligação começou no colégio onde trabalhava, onde o Daniel, era da minha sala, e até hoje, nunca mais nos largámos.
Adoro os serões de conversa e brincadeira, as aventuras partilhadas, e os sabores da Venezuela, que a Lina tão bem faz.Desta vez as arepas, e a carne mexada!hummm...
Mas a grande lição que tiro desta família, é o ser Pai e ser Mãe.Eles são um exemplo, do que é um Pai e uma Mãe.Dão a atenção necessária e não exagerada, cuidam e protegem, brincam e cedem, dizem não, mas levam tudo a bom porto com muita calma, sem ser preciso birras e quando as há, resolvem-se a bem.E eu orgulho-me muito disso e por ver o Daniel crescer feliz e equilibrado a todos os níveis.É uma criança incrivél, e meiga.Dá vontade de o abraçar sem parar.Vivo, de olhos profundos e sorriso doce, brinca, salta, pula, tem personalidade vincada, sabe dizer não e não pára de nos surpreender.Enche-me de energia positiva.Cada vez mais.Agora que já diz tudo, não paramos de conversar, e adoro as suas respostas prontas.A última que me fez rir foi eu perguntar qual a sua cor preferida, e ele responder que era a batata frita, ou seja, amarelo.
Adorei as conversas que eram como as cerejas...e estar sempre aqui para o que for preciso.Assim como sei que eles estão.
Fica um doce sabor...sempre e cada vez mais.

(E se um dia for mãe, vou lembrar-me de todos os bons exemplos que recebi.Como este, entre outros.)