quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Natal 2012

 












 

 





Esta quadra de Luz e calor, foi maravilhosa.Fui vivendo um pouco da mesma, com diversos amigos muito queridos.
Apesar de todas as incertezas que por vezes nos assolam, tudo correu bem, tudo se encaminhou e me levou ao local mais quentinho, que podia haver.A estes primos,tios,que amo.
Ao meu Pai, ali presente de alma.
Sei dizer, que eram 00h40, ainda nem as prendas estavam abertas pois estava tudo ocupado a rir e a aproveitar a companhia do outro...e foi bem mais tarde, que nos dedicamos a essa troca de mimos simples, mas sobretudo aos afectos...que nos dizem, que o importante,sempre vai ser, estarmos juntos!Uma boa energia gigante toma conta de todos! 
E acho que mesmo antes do Natal, data oficial, eu o vivi aqui e ali, como um modo de vida.

A quadra ainda segue, desta vez em Roma para a passagem de ano...no encontro de TZ!
De 27 a 10 de Janeiro, ando por ali.
Depois os dias seguem numa aventura meio sem destino...por onde houver terra para correr.Eu e o Duarte mais uma vez.Confiando em cada dia...
E quando regressar a Portugal,2013 reserva-me surpresas que eu mesma lutei para ter.
Entre Angola e Londres, fiz uma escolha.
E assim irei eu.Uma vez mais.Desenhar o meu caminho.Feliz,sobretudo pelo que a vida me deu e continua a dar oportunidade de viver.
O ano que passou, foi cheio,agitado e na minha Lichinga,nos meus Konguitos!Melhor podia sempre ser, mas eu contornei tudo e atingi com grande pinta,todos, mas todos os objectivos.O ano que vem vai ser ainda melhor!
Bom ano a todos...com muita luz,magia e sonhos para cumprir!



E muito naturalmente a vida nos revela aquilo que nos faz falta e sobretudo quem...


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O que vai ser,é.

 





Os dias, sucederam-se num encadeamento natural...desde que cheguei.
Coloquei esforços, infindáveis para que tudo acontecesse num certo sentido...no que toca á minha vida e ao meu futuro.
Nunca controlamos tudo, mas há uma parte da nossa vontade, desejo ou mesmo intuição que podemos e devemos controlar.
Na minha vida tem sido sempre assim, há um curto período de tempo, que me sinto um tanto ou nada, á deriva, porque me detenho a pensar e a repensar, qual o caminho a seguir.
Viver não nos dá nenhum passaporte para passagens automáticas de uma cena para a outra, quase como que por magia.
O arranque de uma á outra cena, de uma á outra realidade, leva tempo...tira-nos energia, desgasta-nos.Faz-nos permanecer algum tempo, num limbo de emoções no que toca ao futuro.Nunca ao que somos,porque isso para mim, está mais do que certo.
A verdade é que quando atinjo o auge desse momento, em que muitas vezes um certo desespero se apodera de mim, a vida acaba por me responder, muito claramente...de uma forma que não posso ignorar o que me está a dizer, que devia ter confiado mais, desesperado menos.
E eis que mais uma vez comprovo, que a fé move montanhas e que quem espera sempre alcança de certa forma o que procura.
Quando pus os pezinhos em Portugal, tinha uma ideia esboçada de para onde gostaria de ir e o que fazer.Depois do esboço, veio um desenho mais sólido e consistente e quando finalmente estava quase tudo colorido...por uma bonita mescla de cores, abrem-se tantos outros caminhos, igualmente cheios de objectivos e desafios...interessantes.
Cá para mim, penso que África continua a chamar por mim, mesmo que para outro ponto.A porta abriu-se ao meu simples toque. 
Aquele continente arrebatou-me a alma para sempre.É sabido.
E depois existe o mundo Ocidental, que me parece tão frio, distante, apesar de estar mais perto geograficamente é cada vez mais vazio de sentido.E não sei como explicar este sentimento...quando sei que foi este o meu primeiro destino, quando projetei uma mudança para mim, novamente.
As coisas podem mudar ao segundo, no simples instante de uma palavra...de um piscar de olhos, de um gesto que nunca sabemos o quanto pode repercutir-se na nossa vida.
Se por um lado, rebento de uma certa alegria, por muito facilmente se abrirem portas diante de mim, por outro sinto que estou prestes a entrar num mundo vazio...onde nada se identifica comigo e onde tudo o que resulta, apazigua e consegue agir, é o que eu sempre usei...implacávelmente, contra todas as coisas que nos parecem impossiveis.
O AMOR.



E onde ele entra e actua, há efeitos nunca antes vistos.
Orgulhosa do que já fui capaz...em tão pouco tempo...mas ainda não chega.




segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Natal...já?


 

 
 
Dezembro.
Esta esta semana, seria suposto fazer a árvore de Natal?
Ainda não fiz nada, relativo ao Natal.
Isto ainda me soa a estranho,na minha cabeça, devia estar calor e as coisas deviam ser celebradas sem enfeites e afins.Mas agora estou por cá e terei que me habituar.Afinal eu pertenço aqui.
Já se sente uma certa agitação.Luzes que se acendem, cores que marcam...e consumismo que sempre se instala.

A minha ligação com o Natal não é propriamente, a que era há uns anos atrás.Vi coisas tão simples, por aí.Talvez este ano, devido a esta crise, as pessoas comecem finalmente a simplificar e percebam de uma vez, que o essencial não reside nas coisas, reside nas pessoas e nos afectos.
 
Os últimos Natais têm sido progressivamente mais tristes, sem o meu Pai.
Confesso, que há 3 anos que o meu natal, não passa por normalidade.
Na Turquia, vesti-me de palhaça e fui dar vida aos putos no hospital.Passei o dia aos pulos e a cantar.Nem eles percebiam porque estava ainda mais tresloucada, naquele dia.Eles que não celebram o natal.A ceia foi numa casa Turca, com uma família muçulmana.Também já o passei na rua, a dar sopa quente aos sem abrigo...e dormi muito melhor, nessa noite, mais do que se tivesse estado sentada a uma mesa a comer, quentinha e confortável, com as conversas de sempre e a abrir presentes pelas 00h...MEDO!
E fugir á regra, dá-me um prazer enorme.Porque o natal não está na regra, mas dentro de mim.
Acho que as pessoas, na sua maioria, ainda não percebeu isto.O Natal, acontece dentro.O que se vai vendo por fora, é apenas fantasia, que tarde ou cedo, morrerá.

Mas este ano vai ser um voltar ás origens.Vou passar o Natal, no Alentejo, onde o meu Pai nasceu, cresceu...e onde descansa.Vou estar onde encontro o riso das crianças...e onde a tradição ainda vai sendo o que era.Onde o frio aperta, mas há um fogo aceso capaz de o combater.
Onde aqueles que o conheciam ainda me podem levar a senti-lo mais de perto.É para ali que me puxa o coração.

Apesar de reencontrar uma família onde me sinto muito bem e da qual gosto muito, temo que o Natal, nunca mais volte a ser o que era.Esta é talvez a visão de adulta...que viu o Natal, em diferentes perspectivas.
Venham de lá as luzinhas, pela cidade fora, as músicas e os sabores da época e pode ser que eu me decida e ainda faça a árvore de natal.
 
E este ano, em vez de chorar a distância do que vivi, as saudades ou a cambalhota que fui obrigada a dar por perder um Pai que era no fundo o coração de tudo, posso agradecer a oportunidade tão avassaladora de mudar de vida, de ter conseguido realizar-me como ser humano.
E eu acho que, à falta de Thanksgiving, é para isto que serve o Natal: não para chorar ou lamentar o que se perdeu pelo caminho, mas sim abraçarmo-nos todos e agradecer as mudanças,as aventuras vividas, os amigos, a família,aquela que nunca desiste de nós e os bebés que já não são bebés mas que nunca deixarão de o ser. 
E é claro que a nossa vida não é perfeita, tão longe está disso, mas o que temos foi conquistado por nós e esse presente de Natal não se pode comprar.