quarta-feira, 22 de julho de 2009

Say a little prayer








Meu Deus, olá ...
Esta, é uma "oração" confusa ou uma tentativa de conversa, não sei, mas ouve-me só por um bocadinho.
A vida podia ser um tabuleiro de Xadrez em que o jogo começa, acaba e recomeça, até que alguém cai para o lado num xeque-mate final.
Eu sei que Tu estás aí, algures (em todo o lado e em todos os tempos) a orquestrar as peças do jogo - moves o cavalo, depois um peão, a seguir a Rainha, sacrificas umas quantas pelo caminho, ensinas-me o verdadeiro valor de algumas delas e peças que eu julgava estratégicas, estruturais mesmo, caem harmoniosamente ao som de Vangelis e "All those moments will be lost in time, like tears in rain".
E eu que achava que cairia com elas (sem elas), lá me aguento, reorganizo as defesas e planeio o ataque.
Mas tu não desistes, o que se calhar até é bom, podias largar-me para ali, esquecida a um canto, quieta e confortável nas muralhas reerguidas, mas não, qual bom pai, lembras-te sempre de mim e quando dou por ela, já me falta uma torre à esquerda e, mais à frente, perdi uma parte da infantaria.
É assim, como dizia há tempos uma grande amiga ao sabor de um café delicioso: "isto é sempre uma luta, caneco, tem de ser sempre tudo uma luta".


É verdade, é sempre assim, ir ao chão, cuspir para o lado, levantar as luvas e rir com desprezo ao KO que todos esperavam.
Rir é um grande remédio, aliás, rir é uma grande cura e os sorrisos deviam ser injectáveis numa qualquer vacina de distribuição gratuita (é só uma ideia).


Dizem que há uns truques artificiais que ajudam...mas eu confesso que aquele mar enorme ali à mão de semear tem em mim um efeito regenerador inimaginável. Ainda tenho de passar uns dias no mar, não sei porquê mas acho que lá, deves estar tão perto. Ou quem sabe o céu azul, ou as cores de 1000 flores nos campos, ou o som de qualquer órgão bem tocado acompanhado das nossas vozes, ou balançar-me numa rede debaixo de uma árvore frondosa.
E por isso, é deixar passar, guardar a jogada perdida e seguir o azul porque, o resto, "é vaidade e vento que passa" e "vale mais uma mão cheia de tranquilidade, que as duas mãos cheias de trabalhos e vãos afazeres" e acreditar ainda, sempre, que aquele Rei perdido num cheque-mate lixado, afinal, era só mais uma peça do jogo.




Obrigado por me escutares.




=)

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