O fim de semana, foi um tempo para mim, que mesmo cheio de outros e tempo para os outros, foi tempo para mim.
Dei comigo a contemplar um pôr do sol, ao qual já me habituei, ali no Telhal.Dei comigo a escutar o som da água a correr de olhos fechados e a sorrir, dei comigo a dançar por dentro.
Por várias vezes, me vi a reflectir e a pensar em cada passo que tenho dado e ainda quero dar.
Abraço projectos, entusiasmo-me com outros tantos.Abraço pessoas, e entusiasmo-me com todas elas...e quanto mais as conheço mais quero conhecer.
Vale tanto a pena, quando nos damos e quando arriscamos partir, ficando.Porque é quando se fica que se parte verdadeiramente.Descobri.
E ficar, tem sido aquilo que tenho feito, pelo meu pai, por mim.
Hoje, quando cheguei ao hospital,estava a comer.Comida,leia-se!Sólidos.Não comeu muito, mas já é muito bom.Assim não fica tão fraco.
Hoje estava também muito animado.Melhorou a olhos vistos...de repente.
Conversava, ria-se, queria falar muito.Assim o escutamos e acalentamos os sonhos que ainda tem e não perdeu.Que bom!
Entre muitos e bons saliento este:
Quer comprar uma cana de pesca, para ir para a barragem pescar e diz mesmo, que quando voltar a andar, será a 1a coisa que vai fazer, quando sair dali.
Esta noite, sonhou com sardinhas de água doce, porque um senhor lhe falou nisso e disse que eram muito boas, e o meu pai, á semelhança dos ditos chicharos, ficou a falar nisto.
Disse-me que as via a saltar prateadas e grandes.Quer comê-las com bastante cebola ou fritas!Imagine-se para o que lhe deu.De facto o meu pai, surpreende-me, porque tal como eu, estes desejos e pequenos sonhos tomam conta dele de um momento para o outro e ele vibra tanto com tudo, que contagia todos.Tenho impressão que todos os doentes do quarto estavam a querer comer sardinhas de água doce naquele momento e discutiam qual a melhor forma de as cozinhar.Mas também coitados, a comida ali é péssima, facilmente se sonha com um pitéu!
E é isso mesmo que vou fazer, procurar as ditas sardinhas de água doce, que vêm de uma barragem ao pé do Torrão no Alentejo, e cozinhá-las e levar-lhas.Nem que tenha que lá ir.
Já o conheço, sei que falará nelas a semana toda.
Por isso amigos, se souberem onde se vendem aqui em Lisboa, ou arredores, apitem...
São os últimos desejos que lhe posso satisfazer e vou ao cabo do mundo se for preciso!
Tudo o que quero é vê-lo sorrir.
Boa semana!
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