Olhos que vêm,olhos que sentem... flutuam,acariciam, protegem, olhos que se apaixonam, todos os dias...pelo mundo.
quarta-feira, 30 de agosto de 2006
E estou de volta...
E é assim,que num dia estamos em Taizé...e de repente nos vimos de novo no nosso mundo...de sempre!
Não é fácil por vezes acordar...e deixar o que se viveu de tão forte,mas o que nos é pedido,é que vivamos de acordo com o que lá aprendemos.Amando simplesmente.
Muitos rostos me marcaram,muitos corações que descobri...olhares,e experiências que nos fazem sentir o Amor de Deus por nós.Estão todas aqui,tão vivas.Taizé é de facto uma casa,mais uma vez pude senti-lo...embora desta vez me tenha escondido,no seu silêncio durante 2 dias,assim só meus e dele...o grande encontro,aquele onde não lhe posso esconder nada,nem adiar decisões.E assim foi,longe do "mundo",mas perto de Deus.E agora o mundo que venha,que cá estou cheia de força e luz!Essa força que vos dou a todos,e que não posso guardar só para mim.
São tantas as hitórias,que preciso ainda de alguns dias,para digerir tudo...são tantos os presentes que ele me colocou no caminho,desde que comecei estas férias.
Tudo começou com o caminho de Santiago,o mais belo que percorri...para depois viajar no tempo,em entrega e alegria,e por fim Taizé,onde estive com tantas pequenas mas grandes vidas,na Olinda...esse local mágico,onde descobri aquele olhar capaz de me fazer estremecer por dentro...ao mais pequeno toque=)!
A vida fará com que eu vos possa transmitir tudo isto e muito mais...
Recordei cada um em especial.E o que pode haver de mais valioso,do que um pensamento no local certo á hora certa,a transbordar de amor?
Que sorte eu tenho por vos ter...que previlégio é viver,respirar!
E conhecer este local maravilhoso,onde podemos sempre voltar..sentir 1000 coisas diferentes.
No entanto agora sei,que voltar será sempre contigo,em mim...
"Il signore ti ristora, dio non al lontana.Il signore vienead incontrarti..."
sexta-feira, 18 de agosto de 2006
Partir...para Taizé!
Partir para casa...
É assim que me sinto de cada vez que me preparo para ir a Taizé...
Levo sempre tanta gente dentro de mim,gente que lá viveu comigo grandes momentos,gente que lá se cruzou comigo,gente que nunca lá foi e deseja ir,gente que amo,amo de verdade pelo que são e me ajudam a ser...é com todos estes que parto,ao encontro de tantos que me esperam...Taizé é e será sempre essa expectativa...mas a certeza de um encontro olhos nos olhos com o PAI,que nos criou e nos ama,e tudo faz para nos ver feliz.
É com ele que me vou encontrar,de uma forma mais intima,calorosa...para voltar e permanecer com esse brilho,que não se esgota jamais!
O AMOR!
Até ao meu regresso!
Rita...
quarta-feira, 16 de agosto de 2006
Ficam as imagens que falam por si...de 4 dias de verdadeira alma medieval...que me marcaram tanto.
Pessoas incrivéis,lugares puros,o nosso sorriso,e a alegria.Tanto que ficou.
A vontade de partir sempre,sem saber bem para onde e para quê?
Obrigado a quem os viveu comigo,TâNIA e Clarinha e todos.
Amo-vos muito...
sexta-feira, 11 de agosto de 2006
Chove en santiago...oiçam...vale a pena!
Chove en Santiago
meu doce amor
camelia branca
do ar brila
entebrecida ao sol.
Chove en Santiago
na noite escura.
Herbas de prata e sono
cobren a valeira lúa.
Olla a choiva pola rúa
laio de pedra e cristal.
Olla no vento esvaido
soma e cinza do teu mar.
Soma e cinza
do teu mar
Santiago,
lonxe do sol;
agoa da mañan
anterga trema no meu corazón.
De Luar na Lubre
Oiçam esta música maravilhosa...ecos de um caminho a Santiago,o mais belo caminho que algum dia percorri!
Aqui fica o link...
http://www.youtube.com/watch?v=3JQnIPv3n7s&mode=related&search=
Pray...
Hoje talvez haja Paz. Confia com toda a tua força que estás exactamente onde deverias estar. Não te esqueças das infinitas possibilidades que podem nascer da FÉ. Usa as graças que receberes e passa-as com o mesmo amor com que te foram dadas. Fica contente por saberes que és um filho de Deus... Deixa que essa Presença penetre no teu corpo e permite à tua alma a liberdade de cantar, dançar, se divertir e amar. Ela está lá para cada um de nós...
Nobreza e sofrimento de mãos dadas
Mafalda Veiga deu na passada segunda-feira em Coimbra um espectáculo memorável, que foi muito para além do que seria de esperar. Com o Gil Vicente à pinha, a artista este claramente à altura do momento e bem aconchegada se deve ter sentido no entusiasmo e dimensão dos aplausos que, sendo a ela dirigidos, levavam uma mensagem de solidariedade para com uma causa a que ela aderiu e muito bem compreendeu. Mafalda Veiga canta bem. Mas o que mais impressiona é a letra das suas canções, todas elas portadoras de uma mensagem que são âncoras a que muitas vezes nos temos de agarrar para que o chão não nos fuja debaixo dos pés.
A razão justificativa do espectáculo valia por si. Fazia parte dos primeiros passos de um movimentos de voluntariado que assumindo a solidariedade com o lema e o sofrimento do próximo como causa também sua, se propões desmistificar as doenças do foro oncológico, muito especialmente o cancro da mama, que infelizmente atinge muita senhora e que, se detectado a tempo, tem uma probabilidade de cura superior a 90%. Se assim é, a primeira coisa é ir por aí: sensibilizar a comunidade para um rastreio que leve à detecção do mal logo no seu inicio, por forma a que a medicina resolva o resto. Essa sensibilização (de que tem sido um militante incansável esse homem ilustres que é o dr. Manuel António, há vários anos a dirigir de uma forma notável o IPO de Coimbra) passa também, pela não diabolização deste tipo de doença. Uma espécie de estigma social, o medo de enfrentar uma realidade dolorosa, o desconhecimento e a convicção de que os males acontecem apenas aos outros, leva a que muita mulher negligencie os cuidados de prevenção e detecção precoce que hoje são de todo indispensáveis. Para conseguir tão nobres propósitos, aí está o Movimento Vencer e Viver, do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa contra o Cancro, a mobilizar meios e pessoas para intervir na sociedade, quer alertando para a necessidade de um diagnostico precoce, quer acompanhando as doentes em recuperação, quanto mais não seja incutindo-lhes no espírito que o mundo não acaba ao virar da esquina, nem sempre são fixas e inamovíveis as fronteiras do mundo. Só quem nunca adormeceu abraçado à morte, sem saber se vai haver amanha, pode não compreender a dimensão humana de um movimento desta natureza, a que Mafalda Veiga deu todo o seu apoio, escolhendo um reportório carregado de sentido, pelas mensagens de esperança e estimulo espalhadas pela letra das canções.
Foi um belo espectáculo. É verdade. A artista ajudou, entendendo a sua razão de ser e o propósito que se tinha em vista. O Gil Vicente acolheu a cidade. Levada pela nobreza da causa e pelo prestígio dessa mulher enorme que não pára de crescer no corpo de La Salete Bastos, líder e alma do movimento que, disfarçadamente, comporta dentro de si carradas de coragem e de nobreza. Levando a esperança por companheira, o Movimento partiu. A próxima paragem pode ser na casa de qualquer um de nós. Obrigada Mafalda.
quinta-feira, 10 de agosto de 2006
Explosão de Luz?
"Se aquilo que encontraste é feito de matéria pura...jamais apodrecerá.
Mas se o que viste foi apenas uma explosão de luz,como a morte de uma estrela,então não vais encontrar nada quando voltares.
Mas terás visto uma explosão de luz,e só isso... já valeu a pena ser vivido."
In o alquimista
Paulo Coelho
É e em elogio ao amor oiçam esta música fabulosa...e amem...
http://www.youtube.com/watch?v=0qe22ZbTe-s
ELOGIO AO AMOR
"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber.
O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Por Miguel Esteves Cardoso - Expresso
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber.
O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Por Miguel Esteves Cardoso - Expresso
Um homem é...tem de ser!
«Um homem é.Tem de ser.Levanta-se e já não é outra coisa.É sempre a subir.Um homem levantado do chão já não pára.Nunca pára.Mesmo quando se deita,é com a certeza de se erguer novamente.É sempre a subir e não se pára.Há coisas que abanam um homem de alto a baixo.Há coisas que tentam partir um homem, derrubá-lo.Mas depois de levantado,um homem é.Tem de ser.»
Carlos Geadas
Mudanças...tantas,em tão pouco tempo!
Mudanças...
Falo de mudanças,sim,essas que todos por vezes gostam de fazer,mudar algo de sitio,mudar de casa,mudar de ares,de ruas,de cidade...de estilo,de perfume...de tantas coisas,há quem mude de namorado,facilmente,como se de uma blusa se tratasse.
Felizmente há mudanças,que não queremos fazer,porque na vida tudo muda tão depressa?!E ai temos livre escolha de não querer mudar,certas coisas,já que outras mudam sem que consigamos sequer ve-las ir embora...
Neste momento sinto vontade de fazer um resumo das mudanças,que se têm operado na minha vida..as pessoas lindas que me transformaram,e me deram vida!
Falo de 2 amigas,que Deus quis levar para junto de si,por tanto as amar,duas estrelas,que brilham ainda em mim.
É assim que recebo a noticia,rodeada de gente,em Belém,que ao ouvir-me dizer que tinham falecido duas amigas,resolveram ir lanchar e conversar alegremente...ao que eu pergunto,será isto AMIZADE?
Contudo não quis estragar o momento,e fiquei.Enquanto tilintavam chávenas,na mesa,e se falava,eu só via na minha cabeça,imagens dessa aldeia linda onde estive em missão,Santana da serra,onde tive o previlégio de conhecer a ANDREIA,E A SUSANA,duas irmãs com vida suficiente para por uma aldeia a mexer logo pela manhã...para levarem para a frente um projecto que parecia não ter pernas para andar,para me fazerem acreditar,numa altura dificil para mim,que tinha de lutar sempre,porque muita gente precisava de mim.Hoje vejo que sim,valeu a pena essa luta,minhas amigas.Escrevo como se falasse,sei que escutam atentas.
No dia em que voltei a Sanatana,dei muitos abraços,e enxuguei lágrimas,saudosas de ti Andreia,da tua irreverência sadia,e da tua presistência e determinação Susana.Mas também ouvi a duas crianças,que me confidenciaram:" quando crescer,quero ser como elas"...
Foi isto que nos deixaram,sementes de vida,desejos,caminho para andar...nesse dia não fui despedir-me de vocês,mas receber-vos de forma diferente na minha vida.Vi nos olhos de todos,dessa terra linda que é a nossa,mudança,muito mudou,desde que estão com o pai,mas mudança vai gerar vida...estou certa.
Eras tu Andreia,que dizias:"quero ser missionária...como tu Rita!", se soubesses...como foste tão mais missionária do que eu,que tendo tudo falho,e tu sem grandes recursos,amavas tanto,impelias mudanças visiveis nessa nossa terra...
Cantei a estrela polar baixinho,aquela musica que vos ensinamos,e que nunca mais pararam de cantar,e que até os mais velhos da aldeia sabiam.Isto é o verdadeiro poder de contagiar os outros.Obrigado por isso...E POR ESTA SEDE DE VOS ENCONTRAR EM MIM.
Isto mudou,a minha vida,e a de tantos,embora os que estão perto não se tenham apercebido.
Mudanças,também as houve e há,cá dentro,decisões,o terminar de uma etapa,chegar aquela fase de transição,em que termina o curso,e se abre o momento de colocar em prática o que se aprendeu...não uma fase de receios,mas de incertezas,entre ficar ou partir.Entre dizer sim, aquilo porque se esperou tanto tempo,levantar voo,e mergulhar no mundo...ou permanecer calmamente,junto dos que se ama,porque achamos que precisam de nós,ou seremos nós que precisamos deles?
Muitas vezes as respostas já as sabemos há tanto tempo,sei-as desde que me entendo,que não fui criada para estar no mesmo lugar o resto da vida,a fazer o mesmo,o meu espirito é livre,e há tempos que deseja voar mais alto,para além destes pequenos mas grandes percursos...que me treinaram!
E entre muitas concretizações,belas...há estas mudanças,que inevitávelmente têm de acontecer,para que se possa evoluir.
Hoje é dia do PAI,e senti de súbito uma enorme vontade de escrever,e analisar mudança por mudança.Menos esta,que se chama,PAI.Essa,não posso analisar,porque não vai mudar nunca.Pai, é sempre Pai,e o que ele é, eu também sou...e amá-lo, amo, sempre cada vez mais,não é como qualquer amor,ou amizade que se deixa de sentir,e "partimos para outra"...aconteça o que acontecer,há coisas que não mudam...porque são mesmo eternas,e a eternidade é algo demasiado belo,para ser explicado!
Pai,pai,pai,esta palavra pequena,e este sentido GIGANTESCO.
Por fim olho para mim,ao espelho,mudanças...também as encontro,são os sitios que passam por mim,e eu por eles,são as pessoas,que nos marcam,e nós marcamos,são as palavas que nos doem na alma,por não serem verdade,e as que nunca mais saem de nós por nos fazerem sentir amor,assim puro...não muda em mim a vontade de amar,de ver o mundo com olhos mágicos de criança,não muda tanto...mas muda muito.
Cresce um Deus...que me habita faz tempo,e me conhece,e essa é a minha maior força!
Mudar pode ser bom ou mau,mudar pode ser crescer,mas também obdecer ao que o mundo e os outros nos pedem...assim sendo,considero a todo o momento,que cresço...e não obdeço!
Atenta fico,aos desafios que se avizinham...
Rita
Falo de mudanças,sim,essas que todos por vezes gostam de fazer,mudar algo de sitio,mudar de casa,mudar de ares,de ruas,de cidade...de estilo,de perfume...de tantas coisas,há quem mude de namorado,facilmente,como se de uma blusa se tratasse.
Felizmente há mudanças,que não queremos fazer,porque na vida tudo muda tão depressa?!E ai temos livre escolha de não querer mudar,certas coisas,já que outras mudam sem que consigamos sequer ve-las ir embora...
Neste momento sinto vontade de fazer um resumo das mudanças,que se têm operado na minha vida..as pessoas lindas que me transformaram,e me deram vida!
Falo de 2 amigas,que Deus quis levar para junto de si,por tanto as amar,duas estrelas,que brilham ainda em mim.
É assim que recebo a noticia,rodeada de gente,em Belém,que ao ouvir-me dizer que tinham falecido duas amigas,resolveram ir lanchar e conversar alegremente...ao que eu pergunto,será isto AMIZADE?
Contudo não quis estragar o momento,e fiquei.Enquanto tilintavam chávenas,na mesa,e se falava,eu só via na minha cabeça,imagens dessa aldeia linda onde estive em missão,Santana da serra,onde tive o previlégio de conhecer a ANDREIA,E A SUSANA,duas irmãs com vida suficiente para por uma aldeia a mexer logo pela manhã...para levarem para a frente um projecto que parecia não ter pernas para andar,para me fazerem acreditar,numa altura dificil para mim,que tinha de lutar sempre,porque muita gente precisava de mim.Hoje vejo que sim,valeu a pena essa luta,minhas amigas.Escrevo como se falasse,sei que escutam atentas.
No dia em que voltei a Sanatana,dei muitos abraços,e enxuguei lágrimas,saudosas de ti Andreia,da tua irreverência sadia,e da tua presistência e determinação Susana.Mas também ouvi a duas crianças,que me confidenciaram:" quando crescer,quero ser como elas"...
Foi isto que nos deixaram,sementes de vida,desejos,caminho para andar...nesse dia não fui despedir-me de vocês,mas receber-vos de forma diferente na minha vida.Vi nos olhos de todos,dessa terra linda que é a nossa,mudança,muito mudou,desde que estão com o pai,mas mudança vai gerar vida...estou certa.
Eras tu Andreia,que dizias:"quero ser missionária...como tu Rita!", se soubesses...como foste tão mais missionária do que eu,que tendo tudo falho,e tu sem grandes recursos,amavas tanto,impelias mudanças visiveis nessa nossa terra...
Cantei a estrela polar baixinho,aquela musica que vos ensinamos,e que nunca mais pararam de cantar,e que até os mais velhos da aldeia sabiam.Isto é o verdadeiro poder de contagiar os outros.Obrigado por isso...E POR ESTA SEDE DE VOS ENCONTRAR EM MIM.
Isto mudou,a minha vida,e a de tantos,embora os que estão perto não se tenham apercebido.
Mudanças,também as houve e há,cá dentro,decisões,o terminar de uma etapa,chegar aquela fase de transição,em que termina o curso,e se abre o momento de colocar em prática o que se aprendeu...não uma fase de receios,mas de incertezas,entre ficar ou partir.Entre dizer sim, aquilo porque se esperou tanto tempo,levantar voo,e mergulhar no mundo...ou permanecer calmamente,junto dos que se ama,porque achamos que precisam de nós,ou seremos nós que precisamos deles?
Muitas vezes as respostas já as sabemos há tanto tempo,sei-as desde que me entendo,que não fui criada para estar no mesmo lugar o resto da vida,a fazer o mesmo,o meu espirito é livre,e há tempos que deseja voar mais alto,para além destes pequenos mas grandes percursos...que me treinaram!
E entre muitas concretizações,belas...há estas mudanças,que inevitávelmente têm de acontecer,para que se possa evoluir.
Hoje é dia do PAI,e senti de súbito uma enorme vontade de escrever,e analisar mudança por mudança.Menos esta,que se chama,PAI.Essa,não posso analisar,porque não vai mudar nunca.Pai, é sempre Pai,e o que ele é, eu também sou...e amá-lo, amo, sempre cada vez mais,não é como qualquer amor,ou amizade que se deixa de sentir,e "partimos para outra"...aconteça o que acontecer,há coisas que não mudam...porque são mesmo eternas,e a eternidade é algo demasiado belo,para ser explicado!
Pai,pai,pai,esta palavra pequena,e este sentido GIGANTESCO.
Por fim olho para mim,ao espelho,mudanças...também as encontro,são os sitios que passam por mim,e eu por eles,são as pessoas,que nos marcam,e nós marcamos,são as palavas que nos doem na alma,por não serem verdade,e as que nunca mais saem de nós por nos fazerem sentir amor,assim puro...não muda em mim a vontade de amar,de ver o mundo com olhos mágicos de criança,não muda tanto...mas muda muito.
Cresce um Deus...que me habita faz tempo,e me conhece,e essa é a minha maior força!
Mudar pode ser bom ou mau,mudar pode ser crescer,mas também obdecer ao que o mundo e os outros nos pedem...assim sendo,considero a todo o momento,que cresço...e não obdeço!
Atenta fico,aos desafios que se avizinham...
Rita
Para a ANDREIA E SUSANA...que tanto amo!
Se me amas,não chores!
Se conheces o mistério do céu onde agora vivo
este horizonte sem fim,
esta luz que tudo reveste e penetra,
não chorarias,se me amas!
Estou já absorvido no encanto de Deus,
Na sua infindável beleza.
Permanece em mim o teu Amor,
Uma enorme ternura
que nem tu consegues imaginar.
Vivo numa alegria purìssima.
Nas angústias do tempo,
Pensa nesta casa,
Onde um dia
Estaremos reunidos para além da
Morte,
Matando a sede
na fonte inesgotável da alegria
e do amor infinito.
Não chores
Se verdadeiramente me Amas!
Sto.agostinho
"È preciosa aos olhos de Deus a morte dos seus amigos..."
Amo-vos...e sinto em mim a vossa presença...
Milão...foi um alargar de esperanças e sonhos!
MILÃO...
Passado quase um mês,depois do regresso,a palavra que fica,é sem dúvida,ALARGAR!
Faz tempo que queria escrever,sobre o que vivi...mas as palavras atropelavam-se na memória,de tão vivas que estavam...e estão! Quis talvez digerir,no correr dos dias tal experiência.
Sinto ainda,o frio que se fez sentir,o cheiro ao entrar na fiera para as refeições,ou as vozes alegres,que entoavam cânticos por todos os lados,em todas as lìnguas...incrivel!
Preparar esta peregrinação teve sem dúvida um sabor especial,uma enorme expectativa,de que tudo corresse bem,alguns meses de espera,de promenores importantes,que sei hoje que marcaram a diferença!
Contudo ia também,para viver o encontro e abstrair-me desse aspecto,da
responsabilidade!
E foi o que fiz,mal cheguei a Milão,vendo que cada grupo partia feliz,para o seu local de alojamento...abri os braços e deixei que a neve que caìa,me beijasse o rosto e alma...e entreguei-me á magia de cada um dos que estavam comigo,dos se cruzavam no meu caminho,e rezava em segredo,dentro de mim,para que tudo corresse bem,com os que tinha desafiado a vir até Milão!
E foi assim que 10 pessoas,se lançaram á descoberta, numa cidade perfeitamente desconhecida em busca da sua paróquia de acolhimento,chamada "Jesu á nazaré",nos arredores de Milão,na localidade de Turro...
Estaria a mentir se dissesse que o cansaço não me consumia o corpo...estavamos literalmente de rastos,sim a viagem de 2 dias e 2 noites,não tinha sido fácil...mas o coração esse nunca se cansou!
Apanhamos o "metropolitano",e a ansiedade de chegar era enorme,entre malas,gorros,luvas,e muita neve e frio...a união deste grupo maravilhoso,começava ali,na entreajuda,na espera paciente de cada um...
Esperava por nós o 53,autocarro que passou a fazer parte dos nossos dias em Milão,onde se passaram grandes momentos de cantorias e até de danças...e partilhas!
Uma cruz no alto de uma torre,deu-me a indicação de que tinhamos chegado a "casa"...e assim com alegria rompemos igreja dentro,onde nos esperavam alguns jovens...com enorme vontade de acolher.As bagagens no chão indicavam-nos que não estávamos sós...havia mais gente,eram Polacos!
Imediatamente,nos serviram chá quente,e um delicioso PANNETONI!!E entre conversas,fomos conhecendo aqueles rostos,que até então eram desconhecidos,mas que nos marcariam para o resto da vida,pelo simples facto de nos acolherem!Aos poucos fomos sendo distribuidos,percebemos também que na nossa paróquia seriam acolhidos 66 jovens,e que 30,não teriam familias,mas ficariam na igreja,sentia-me preparada para qualquer uma das situações.Ao ligarem para as familias
percebia do outro lado expectativa...tal era a minha também...percebi que teria de ficar sozinha numa familia,mas que teria 4 crianças incrivéis,para me iluminar estes dias,e com um sorriso estampado no rosto parti com o pai do Diego,que todo o dia distribuiu jovens por aquelas casas...no seu carro!
A neve continuava a encantar esta chegada,tudo coberto de branco...e a chegar finalmente a "casa",onde se abriu a porta com vontade de o fazer,e para além de 4 crianças eu tinha á minha espera,9 mágnificas crianças,que sorriam,de olhos brilhantes.A avó estava com elas,pois os pais não tinham ainda regressado do trabalho!Eram primos e vizinhos,todos em alegres brincadeiras...uma casa cheia de vida!Imediatamente trocámos palavras,naquele dialecto estranho que adoptamos,de espanhol+italinao+inglês...e lá nos entendemos!Houve tempo para tomar banho,tomar um café,com panetoni,e perceber o amor daquela avó pelos seus netos,que brincavam na enorme sala...mas tinha de me apressar,a ida para a fiera chamava por mim,para o jantar e para a 1a de muitas orações!O meu grupo esperava na paróquia...onde tentava construir um boneco de neve!!
Partimos por fim,rumo á fiera,para o 1º jantar e oração,as ruas estavam cheias de jovens,que caminhavam na mesma direcção...os transportes cheios não de gente,mas de calor humano,onde todos se sorriam,numa comunhão sem fim...
Chegados á fiera,foi ver novemente a alegria,enquanto se espera pela refeição,que faz lembrar a simplicidade de Taizé.
Rostos diferentes,tão queridos que desconheço,sorriem-me,e eu agradeço estar ali...
E desde então,as refeições foram sempre assim,momentos de oração de grupo,momentos de muitas gargalhadas,de conhecer tanta gente que vem de outros países,local de grande agitação...onde uns chegam,e outros partem...onde se partilha e se troca mais do que se pode iamginar!
A oração,esse momento de alento,para o espirito...assim foi no pavilhão 9,lá estavamos todos,sentados no chão,em recolhimento,perante uma decoração feita com amor, por tantos que se empenharam...
Os irmãos começaram a entrar ao som dos magnificos cânticos,e eu instintivamente,procurei com o olhar,o nosso IR.ROGER,e quis naquele momento ouvir a sua voz cansada,e ver de novo os seus cabelos brancos!
De facto não o vi,e isso ainda fez com que deixasse correr uma lágrima,mas fechei os olhos,e senti que ele ali estava a olhar para os 50.000 jovens ali naquela noite,e sorri.Os dias foram avançando,as orações passaram a ser para mim, cada vez mais intensas, momentos cada vez mais especiais,onde depunha todos os meus fardos,as minhas alegrias,e me lembrava de todos os que amava,e que não estavam ali em Milão...era ai que sentia,a força que Deus tem nas nossas vidas,e a forma mágnifica como me apaixono pelo seu amor...
O regresso a casa,era sempre uma aventura...as tardes para conhecer um pouco de Milão,que tem surpresas,uma cidade essencialmente industrial...e vestida de branco,foi bom descobri-la,na companhia de um grupo,que me fez vibrar...com tudo!E um obrigado a essas pessoas...SR.HENRIQUE,pelo seu testemunho de força,HUGO,por seres o nosso guia,SÓNIA,pela cumplicidade,JOÃO GUEDES,pela amizade que nos une,JOÃO MOTA,por ter descoberto um amigo,CARLOS,pelos gritos fabulosos,RITA,pela tua atenção aos outros, LUCINDA,pelo sorriso terno,MARTA,pela tua loucura...a todos um muito obrigado,por dias intensos,onde o AMOR de DEUS,nos acompanhou sempre...e sei que nos marcará para sempre!
ESTOU ALEGRE...PORQUE ESTÁS ALEGRE!
ESTOU ALEGRE...DIZ-ME PORQUÊ?
Amo-vos tanto...!!!!!
A festa das nações,um momento lindo,onde cada um mostrou um pedaçinho da sua cultura,onde todos demos as mãos,e nos abraçamos,e demos graças por entrar em 2006,cheios de DEUS...muita música,muita animação,para acordar na manhã seguinte com um sorriso!
A missa,foi um momento alto...com as familias,todos começamos bem o 1º dia de 2006!Entre fotografias...e abraços,seguiu-se o almoço,momento de maior contacto,com quem nos acolheu,e nos esperava á noite com leite quente,e muito amor para dar!
Um almoço cheio de alegria,com as crianças a correr á volta da mesa,e a neve a cair novamente lá fora para se despedir de nós!Um cenário que dificilmente esquecerei...Obrigado Daniela e Ricardo, e aos bambinis,letizia de 2 anos,Frederico de 5,Francesca de 7 e Lorenzo de 9...pelo que aprendi,pelo que me quiseram dar...de coração!
A hora da Partida aproximava-se e o coração apertava,mas mais 2 dias de viagem,nos esperavam...mas agora partiriamos com mochilas cheias de tantos sentimentos,para dar...para aplicar,e recordar...como faço agora!
A chegada á igreja,foi com emoção,abraços longos,promessas de reencontros,cumplicidades tão pessoais de cada familia,de cada jovem acolhido...
E o nosso Prior,Don Marco...uma pessoa linda,que foi a familia do nosso SR.Henrique...estava feliz,tal como todos os que nos acolheram estes dias,Diego,Luigi,Chiara,Marino,Mohamed(MOULAY BOUSSELHAM!!!)...E TANTOS OUTROS!!
Acompanharam-nos até ao metro...partimos por fim.
Sei que continuar a obra deste homem,que iniciou esta peregrinação de confiança,será estar lá...participar,nunca baixar os braços,na construção de um mundo,onde a paz é possivel,e vocês que lá estiveram...sabem que sim,que é possivel...então mãos a obra!
Conto tanto com vocês...e contem sempre comigo,aqui estou para ver nascer os frutos de uma experiência assim...
Taizé espera-me na Páscoa,para mais um momento forte...afinal,o que vale a pena na vida?Não serão momentos como este?Pergunto-vos...
"EL ALMA QUE ANDA EN AMOR,NI CANSA,NI SE CANSA"
Rita
É num dia quente e calmo...
(E num certo verão eu escrevi…)
E é num dia quente e calmo, que dou, por mim a recordar verões passados, dias que marcaram o início ou o fim de uma etapa.
Muitos já estarão de férias, outros porém trabalham o ano inteiro, na esperança de melhorar a vida.
Agora, é ver quem as tem de braços abertos para entrar nelas como se fosse um mergulho no mar! E respira-se fundo…finalmente chegaram.
E ruma meio mundo para o Algarve, os parques de campismo ficam pelas costuras, os Emigrantes regressam à sua aldeia perdida no Portugal profundo…para reencontros, e saudades guardadas no tempo.
Nos olhos das crianças; e isso a mim é o que mais me fascina; há aquele brilho, de algo de novo que está prestes a chegar…de brincadeiras tardias, que no tempo de escola ninguém as deixa permanecer. E chegam as amizades de verão, e os amores, quem não os teve, e não passou o mês de Setembro ainda na lua?
É o sabor das coisas, aquele que lhe queremos dar…e a que sabem as férias? A sal? A saudade? A aventura, a liberdade…a tanto.
Afinal em cada verão, foi tanto o que se deu, ainda mais o que ficou e já ninguém pode apagar.
É clara a ideia que guardo de cada verão, e do que cresci com os olhares que recebi, com os sorrisos, com as histórias contadas, paisagens que lá continuam, e somos nós que passamos por elas…não elas por nós!
Ver o sol nascer ou pôr-se…cantar até que a voz me doa, deixar-me levar pelos dias, não ter relógio…”nem paradeiro”…
E foi preciso ter mais alguns anitos em cima, para perceber…que férias não são mais que o meu tempo…e posso dá-lo a quem e como quiser, este verão espera-me um mês de voluntariado…longe, um pouco longe daqui…mas mais perto daquilo que eu sou, e desejo dar.
Basta colocar a mochila ás costas, um sorriso no rosto…e partir.
Rita
quarta-feira, 9 de agosto de 2006
O inesperado é o minuto seguinte...
Quantas vezes temos planos, e sonhos na nossa cabeça e no nosso coração…que queremos concretizar…e por algum motivo, se desfazem assim como um punhadinho de areia…e andamos meses à espera do grande dia…ou do momento certo, e depois aceitamos simplesmente, que não é possível.
E quando as razões que nos impedem, são tão tristes como a perda de alguém que amamos…alguém com quem privamos, ou simplesmente alguém que tínhamos como modelo, exemplo a seguir…aí começamos a aceitar lentamente, que nada acontece por acaso. E se tivemos de ficar, foi porque foi mesmo o melhor para nós!
Dezasseis de Agosto de 2005, 22 horas, estava eu a receber o ar da noite, em pleno Alentejo, e recebo uma mensagem, chega da Alemanha, de Colónia, onde está agora a decorrer a Jornada Mundial da Juventude, que reúne milhões de jovens!
Em poucas palavras…dizia: “ Rita, assassinaram o Irmão Roger, esta noite em Taizé…”
E vocês perguntam, mas quem é o Irmão Roger?!
Se vos disser…que foi alguém, que lutou pela paz, que ajudou refugiados da 2ª guerra mundial, que com apenas 25 anos se instalou numa pequena aldeia no sul de França, de nome Taizé…perto de Cluny, e atraiu aí, milhares de jovens, de todas as religiões, desde 1940, que conviviam alegremente, num sitio que mais parecia o paraíso…vocês acreditam?
Um homem que transpirava luz e paz por todos os poros, eu estive lá… a escassos metros dele, olhei-o nos olhos, e a sua mão tocou-me na cabeça…e acendeu em mim a chama que é taizé…vivi uma semana intensa, onde o amor é a base, e só vale se soubermos transpor para a nossa vida diária, o que aprendemos em taizé…a servir o outro a amá-lo, seja de que religião ou raça for…acredite no que acreditar.
Pois…uma pessoa assim, não merecia ser assassinada.
Tinha 90 anos, e muito a fazer ainda…uma grande mensagem a dar ao mundo, a milhares de jovens que todas as semanas chegam a taizé.
Mas foi assassinado, por uma mulher Romena, que o esfaqueou 3 vezes, na sua igreja, na oração da noite perante 2500 jovens, que impotentes assistiram a tudo. Apesar de ter sido assistido prontamente, não resistiu aos ferimentos.
Roubou-lhe a vida, com que direito?
Foi uma estrela que brilhou na terra…e grata estou, por ter iluminado o meu caminho, a certa altura. De tudo farei para mater o seu espírito vivo…descansa em paz querido Irmão Roger.
Um dia se puderem, vão até taizé…e verão que tudo o que digo é verdade.
Meu pequeno paraíso…
Rita
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