sexta-feira, 1 de novembro de 2013

My sweet November.







Nasci em Novembro.E em Novembro se celebra este dia, em que lembramos os que partiram.Se me alegro por um lado, encolho o coração por outro.

De entre as perdas de pessoas na minha vida, as que mais me doeram, pelo inesperado, foram pessoas de fé. De muita fé. Partidas injustas, imerecidas. Para quem foi - cedo demais. para quem ficou - desamparado, sozinho demais. Nesses momentos questiona-se sempre o Deus que na visão de muitos não as protegeu, que não as tratou como deviam. o Deus que tanto adoravam. Esse Deus esteve e ainda estará presente.


Eu, me confesso, especialmente nesses momentos, e sou uma mulher de fé n'Ele. E sou ainda mais da fé nos actos. nas atitudes, nos gestos. acredito pouco no que se murmura, no que se promete, no que se apenas se diz,  acredito mais no que se faz, no que se dá, no que se entrega.. acredito mais no Amor, do que na adoração. 

A fé que sempre me fez correr foi o sorriso no rosto do próximo. Foi o carinho sentido, a ternura partilhada, ajuda entregue, não a piedade, a misericórdia ou o sofrimento em nome de alguém que não está sequer presente. 

Mas, por mais paradoxal que seja, foi a fé destas pessoas que partiram - no momento em que partiram - , que me fizeram acreditar ainda mais em algo superior, a que chamo DEUS. a paz que sei que cada uma teve, a pureza como sempre enfrentaram o destino, inesperado. A forma como sempre deram a cara à luta. Só pessoas com uma fé tremenda conseguem ser assim,tão puras e com tanta força, que tinha de vir de algum lado mais espiritual que físico. Provavelmente da mesma fonte do sentimento, inconsciente, que me indicou o exacto momento em que devia despedir-me delas. Que numa ocasião me fez não voltar atrás para ter uma discussão sobre coisas mundanas e me deixou assim um riso como a ultima recordação. E que noutra ocasião me fez, sem tempo, contra as pressas de todos, desviar do caminho cinco minutos, e me deixou assim um sorriso.Como ultima recordação. 


Saudades de todos os que amo e partiram.Sobretudo do meu Pai.
Infelizmente o nosso governo, retirou-nos este dia que reservava-mos a uma união,  beijada com frio de Outono, em família, indo ao cemitério apaziguar a saudade e com sabor a castanhas.E por fim voltar a casa com o silencio das longas estradas do Alentejo.Pensando neles.

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