terça-feira, 27 de novembro de 2012

31.


 

 







 
 
 
 
 
Passam trinta e um anos desde que nasci. 
Sei que fui uma bebé muito amada, com um crescimento normal,mas tenho a sensação que fui sempre meio rebelde e, como não sinto pena nenhuma disso, sei que ainda hoje o sou.Caracteristica que me tem levado a conquistar os sonhos.Os que mais queria, os que me fizeram discutir...porque seriam bons para mim, ou não.
Cumpri-os.E ainda faltam tantos.

 Foi um aniversário diferente: passado em casa,perto da família que existe aqui, dos amigos mais queridos e com toda a alma com outros tantos espalhados pelo mundo que se lembraram de mim.Existem laços que parecem ser de sangue e os chegam a substituir e a anular.E eu sei porque o digo.
Lembro-me dos 23 ano, no hospital, depois de ser operada, ainda com dores e meio sem saber o que ia acontecer.Lembro-me de querer sair dali, mas pensar que tinha o maior presente de todos, a vida.
Lembro-me dos vinte e cinco anos e uma festa de arromba com 50 pessoas.Metade dessas pessoas desapareceu.Ficaram 4 ou 5, e que amo muito. 
Lembro os 27 em plena aventura, rumo a Escócia, primeiro um avião e depois um comboio, para reencontrar o Duarte, sem um sítio para dormir com espaço e a partilhar tudo, as palavras desenfreadas pela saudade,com neve na janela, e frio, muito frio, mas um calor que ate hoje perdura.Ou lembro os vinte e nove na Turquia com uma família Turca, que me acolheu como filha.E tive um lindo bolo e um anel de princesa.
Mas desta vez houve surpresas que não esperava.Foi tudo tão natural, aconteceu...e eu deixei que estes dias fossem indo e me contagiassem com uma alegria extrema e profunda gratidão pelas pessoas maravilhosas que me rodeiam.
Mas tive saudades.Saudades do meu sol e dos meus rostos de Moçambique.Um bocadinho só.
Pelo menos tive uma data de crianças lindas  a cantar-me os Parabéns e roubar-me o protagonismo no momento de soprar as velas e por isso dou-me por satisfeita...pois para eles aquele momento tem magia.Com ou sem os Konguitos, senti essa cor.

Tinha uma foto perdida, do meu Pai, nas malas ainda por desfazer, que guardo como garantia do cheiro de Moçambique, e quando me chegou às mãos, foi como se fosse um sinal. 
Eu sei que muitas coisas são difíceis, como esta crise, como o facto de já não o ter aqui, mas, se parar para pensar, há algumas que só precisam de mim mesma para acontecer. E por isso gostava de continuar a adoptar isto como o meu lema nos próximos anos: nada é impossível! (Tendo em conta tudo o que já aconteceu na minha vida)
E assim sendo há umas coisas a que me proponho no futuro: perder mais peso (para ajudar ao peso perdido), continuar a viver pelo Mundo (embora me tenha afeiçoado a alguns locais que me marcam, quero ver e tocar mais este planeta!) e agora o desejo de sempre,escrever um livro. Infelizmente, para este último desejo, falta-me muito, inclusivamente perceber como se faz. Mas ninguém paga por tentar!E a mim não me falta o que contar.
Gostava de encontrar de vez o meu príncipe desencantado (que sei ser irreal,ahahah!) e ter uma família, ter um filho.Amar.Lutar por esse amor diariamente.

E prometo tentar viver com menos ansiedade, aceitar os ensinamentos que os momentos mais vulgares nos trazem todas as vezes que lhes damos atenção, ser menos colérica e impulsiva, duvidar menos do meu desempenho como ser humano,pois está mais do que provado que surte bons efeitos. 
Nada mau, para apenas mais um ano de vida e para os 31 que passaram.

E hei-de continuar acreditar tanto em mim como a minha mãe e o meu pai, quando eu nasci e era ainda promessa de vida. Eles sabem bem o que fizeram. E criaram uma miúda que vive como louca a vida que ganhou, e mesmo que não muito normal,ela vive feliz.
No final de contas, os Parabéns não são todos para mim, mas para os meus pais, que me puseram no mundo e para os que me encontrando, me fizeram assim.
Todos, todos,todos os que se cruzaram comigo, (mesmo que por pouco tempo). 
:)

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