segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Malawi, passaporte visa e visita á Missão Namwera!











































Eram 5h da manhã quando saltei da cama, desta vez não ia para a escola.
O destino era a fronteira.Malawi.
Os meus dias em Moçambique estavam condenados a terminar no dia 31 de Outubro caso não obtivesse os carimbos necessários.
A viagem de ida foi rápida, 2h30 e fresquinha.A saída de Moçambique foi tranquila...não houve qualquer complicação.
A cidade de Mamdimba é a última antes do Malawi é pequena.
A chegada á fronteira, vimos imensos camiões.É ponto de troca de dinheiros, de meticais para cuachas,troquei 1000 meticais, fiquei com 8000 cuachas.O Malawi é muito pobre, mais do que Moçambique, apesar disso, o aspecto visual, aqui impressiona pela positiva, pois as casas, têm uma estrutura mais sólida, parecida com as casas Inglesas, são ainda traços históricos, do domínio Inglês.
Os campos cultivados  possuem outra organização.A prova de que sendo pobre, não é preciso deixar cair as estruturas ou deixar tudo ao abandono.Isto foi em parte uma lição para mim...
Fomos em direcção a uma missão católica, Namwera, onde irmãs Italianas, possuem um internato, super organizado, que adorei conhecer.Receberam-nos muito bem.Uma vez que tinha que passar algumas horas no Malawi, para poder carimbar o passaporte.
Visitámos todas as partes desta missão, que é gigante e bem conseguida.Há 34 anos que se instalaram por ali, sendo uma ajuda preciosa para aquele povo.As regras são bem claras, ás 4h da manhã a sala de estudo está cheia de raparigas a estudar.Cerca de 190 raparigas, de cabelo rapado, saia azul, camisa branca e meias brancas até ao joelho.Ali são felizes, vêm de todos os locais, estudar.O ensino é bom e de qualidade, formando-as em tudo.Costura, culinária, informática,inglês, (língua oficial do Malawi).São elas que organizam os espaços, limpam, arrumam...etc.
Senti muito boa energia por ali, claro que fui visitar o jardim infantil, também muito organizado  e com óptimas condições.Chegada a hora de partir, depois de uma água bem fresca, era a vez de ir direitinha á fronteira, tentar a minha sorte.Ou conseguia o carimbo, ou daí a 2 dias estava a voar para Portugal,sem me despedir dos meus alunos...sem ultimar nada.
Como é óbvio, tive que pagar 1000 meticais a mais, para o senhor do balcão, porque ele exigiu logo que percebeu que eu falava inglês.Fiquei com eles entalados, pois foi a primeira vez que me subornaram á séria.Paguei e vim embora com os carimbos, aliviada.
No entanto, em Lichinga a viagem não pode ser alterada nessa mesma tarde e a possibilidade de partir, tornava-se cada vez mais real.E o meu coração cada vez mais pequenino.
A viagem de regresso foi feita com uma luz deliciosa enquanto o sol ia desaparecendo no horizonte.
Cheguei a casa já o sol se escondia.
Comecei a olhar para tudo, com uma certa saudade, mas não perdi a esperança.No sábado de manhã passei 2h nas linhas aéreas de Moçambique e tentei a todo o custo alterar a viagem...consegui alterar a viagem Lichinga-Maputo, mas não a viagem Maputo/Lisboa.Estou ainda em lista de espera.
Respiro fundo e penso que não há dinheiro no mundo que pague dias a mais, num local onde se ama estar, com quem se ama estar.Além disso celebrar 30 anos aqui, será muito especial.
Ainda assim, adorava regressar ao Malawi, para conhecer melhor aquela cultura, que embora paredes meias com Moçambique difere e em muito com esta cultura.
E terei todo o tempo do mundo para o fazer, já, já no próximo ano!
=)

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