sexta-feira, 6 de maio de 2011

Jantar no tio Zé.


















Mal entro em casa, oiço a cadela a dar sinal e sinto o cheiro a natas e cogumelos.Aos poucos os nossos cheiros e sabores vão tomando conta e lugar.
Hoje estive em casa do meu tio José Manuel, o irmão mais novo do meu Pai e por quem ele tinha um enorme carinho.Foi este tio que esteve sempre lá.E continua a estar.
De todos os irmãos,foi aquele que ultrapassou todos os obstáculos, e chegou longe.Viveu na Argélia, esteve na Força Aérea, foi inspector da Judiciária muitos anos, tirou uma licenciatura e Mestrado em História,ao passo que trabalhava.Com ele podemos falar sobre tudo.
É um exemplo.Tem um coração do tamanho do mundo.Este meu tio,quer sempre ajudar e nunca nega ajuda.Acho isto uma capacidade incrível.Foi o meu tio que todas as semanas, me escrevia um email, longo, enquanto estive fora e me dava um sinal que é necessário.
Gabo-lhe a paciência, a lucidez,a vontade de querer aprender sempre mais, a capacidade para se colocar no lugar do outro, a capacidade de escuta e análise.
Hoje regressei para visitar uma casa, onde o único filho, o meu primo João, resolveu como a maioria dos jovens, Emigrar.Anda num cruzeiro, é professor de educação física e arriscou a sua sorte.Acho que fez muito bem.Ir para fora é uma experiência que nos faz sempre bem.Que nos abre horizontes.
É bom voltar aos laços, é bom conversar sobre a vida, sobre o que vai acontecendo e ás vezes até sobre o passado,é bom sentir que crescemos, mas há coisas que permanecem no mesmo lugar.
Acabámos a noite a provar licores, de canela, alfarroba e figo.
Fica um sabor doce, deste reencontro.

Sem comentários: