Telhal.Tocando a hospitalidade.
Tenho sabor a Outono, ás cores das árvores do Telhal, amareladas e castanhas,tenho nos olhos o céu á noite visto da varanda, e o burburinho dos míudos dentro de casa, a chuva a escorrer dos vidros...e o calor humano, mesmo dentro dos tunéis frios.
Guardo, um cobertor no chão para nos sentarmos e eles a pedirem que contasse uma história...e o seu silêncio atento, enquanto a contava, deitados com as cabeçças uns nos outros,sentindo já o frio do inverno. Os sorrisos aquecem e disso nunca tive dúvidas.Os abraços muito mais.E recebendo tanto amor, como posso eu não o querer dar?
Tenho ainda em mente as suas palavras, escolhidas e explicadas com profundidade e verdade. Acabo por descobrir sempre e cada vez mais, com o tempo, que o Telhal, é um campo de missão, tão grande, como o continente Africano.Ali há tanto a fazer como lá.Embora as necessidades sejam diferentes.
E é em missão que me sinto...desta vez a missão aconteceu com 27 pessoas, que sei que saíram dali tocadas e diferentes, mesmo que não o descubram já.É que estas coisas e nestas idades,levam o seu tempo a dar frutos e a desabrochar.
Mas é este trabalho de semear, que me move, de ver um dia mais tarde, nascer mais e mais hospitalidade.Porque ser hospitaleiro, é sê-lo sempre, para lá dos muros do Telhal. Pela casa, havia música, havia agitação (ás vezes demais e fora de horas!), mas havia sobretudo, vontade de ali estar e de dar.E isso é o mais importante.
Ainda recebi a visita da Márcia e esperei por outras que não chegaram. Os objectivos foram atingidos e senti, que tocar a vida dos outros com a nossa vida é algo tão simples, que esta foi a melhor prenda de aniversário que podia receber, antecipadamente. E o dia e a semana vão saber bem melhor, pelo que se viveu e partilhou.Sem dúvida.
São estes momentos que nos vão preenchendo e afagando, outros mais dolorosos que possam existir e existem mesmo.
E sabem o que é melhor nisto tudo, é que posso sempre voltar a casa,(Telhal) e sentir-me assim. Lá dentro, estão vidas, demasiado preciosas.E cá fora...sabemos bem como são as coisas. Cabe-nos a nós mudá-las, mas nem sempre se consegue.Embora nunca se desista.
Boa semana e obrigado.
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