segunda-feira, 30 de março de 2009



A semana a começar...













Hoje a noite, correu mais calma, da 1h ás 6h20 da manhã, o sono foi seguido e sem sobressaltos, mas bem antes do despertador tocar, a voz do meu pai despertou-me.Eu estava ferrada, pois a noite anterior não me permitiu dormir em momento algum.
Continua cheio de febre, o pijama estava encharcado e as forças mais fracas do que ontem.Suspeitamos de alguma infecção.Insistiu em ir sozinho á casa de banho e teve uma quebra de tenção e quase caiu.Neste momento está a dormir.Hoje vai para o hospital, onde deve ficar internado para transfusão de sangue e recuperar.Conseguimos convencê-lo a ir de ambulância para ser despachado um pouco mais depressa e não ter de esperar horas esquecidas num corredor.Espero eu.
Num dia normal, a esta hora já estaria no trabalho.Mas não o podia deixar assim, só depois de o deixar entregue a quem o pode ajudar mais do que eu, descanso e vou para o trabalho.
Por isso acordei, tomei um banho, preparei-lhe um bom pequeno almoço, que quase não comeu e que me pediu que lhe desse á boca, foi a primeira vez que o fiz e lembrei-me de muitos doentes e idosos que acompanhei em semanas missionárias.Voltar a fazer tudo o que lhes fiz ao meu pai, é no mínimo estranho, mas faço-o com muito amor e firmeza, pois sei como agir,ás vezes fico espantada com a minha desenvoltura, e desembaraço para com ele.Como se já soubesse qual a melhor forma de agir.
Quando estava com essas pessoas, em campos de trabalho, pensava que um dia podiam ser os meus pais a precisar daquela dedicação, e isso assustava-me na altura.Pois esse tempo é agora e chegou para o meu Pai.
Sentei-me aqui com o pequeno almoço á frente, como com a calma que não é habitual de manhã...e quis escrever, talvez por saber que vocês estão desse lado e me escutam...e têm sido uma força.Talvez por saber que isto está a ser tudo tão doloroso, mas eu me sinto cheia de força para o que vier.Porque aprendi a viver com ela, diáriamente, mesmo nos dias em que está tudo bem e sorrio.E é ela que me vale agora.
Atiro-me de cabeça numa nova semana, sem saber bem como e de que jeito...
Confiando...com uma esperança que é em tudo, conformada.


10 comentários:

Fernando De Jesus disse...

Querida Ritinha, quem me dera não estar tão longe, em alguns sentidos... Não te posso oferecer muito, para além das minhas preces e da disponibilidade com a qual me coloco à tua disposição para te ouvir. Há um tempo para tudo: e agora, da minha parte, é tempo de te escutar, tal como me o fizeste e ajudaste inúmeras vezes. Estou aqui, Ritinha. Tão longe, mas talvez tão perto... de ti. Um abraço apertado e um beijinho na testa***

NRF disse...

A tua força vence as barreiras todas...

Maga Medéia disse...

é muito dificil encontrar forças para este momento...
quando uma pessoa deixa de poder mexer-se e precisa de estar dependente para poder comer...isos assusta tanto...
será que é uma situação ultrapassável e que o meu pai ainda vai ser feliz e ter dias de bem-estar junto de nós?
Tantas perguntas começam a chegar à nossa cabeça...
Tenho que ir trabalhar, mas não tenho a tua força mana, e não sei como esconder os olhos inchados e as lágrimas que teimam em chegar...como vou levar a via para a frente...
beijos...

Cat@ disse...

meu amor, estamos juntas. Sempre."Vai correr tudo bem"... Beijinhos grandes pa ti linda

Anónimo disse...

Não sei quem és, não te conheço, vim parar ao teu blog.Percebi que és uma rapariga muito especial e cheia de força.Continua assim, e mesmo que a luta com o teu pai seja inglória, outras vais ajudar a vencer com esse sorriso lindo.
Obrigado pela partilha.

Alguém.

«The Blogger» disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
«The Blogger» disse...

Querida "Rita Ramalho", ainda hj te disse isto, se há alguem q tem força e consegue vencer barreiras, obstáculos e afins, esse alguém és TU, sem a mínima dúvida. E o teu pai sendo Pai de alguém como tu, tb ele vai transpor esses obstáculos todos.

Força, já sabes q podes contar a força do meu pensamento, q neste momento é ao encontro do teu pai e teu tb, q vai!

Aquele abraço,
Bruno

erute disse...

um abracito grande :)

Liliana disse...

Olha a pouco de conheço é verdade, mas sei que é um momento dificil para ti..deu pa perceber...mas tu es forte e optimista e é essa força k tens k transmitir ao teu pai...eu ao contrario de ti nunca pensei dar de comer a minha mãe mas quanto o fiz senti uma força interior enorme que hoje ainda nao consigo explicar...nem sabia como dar nem que fazer, mas aprendi...situaçoes parecidas esta...
bem se precisares tou aki
beijinhos

Peregrina disse...

Força Rita!
Vai tudo correr bem!
Um beijo
Anita