Tem sido cada vez mais frequente, pedirem-me que fale sobre o que vivi.E o que vivi não só relativo á missão e a África.Vivi muito mais do que África e a missão estendeu-se e estende-se a muitos outros lugares e realidades.É certo que África tem o seu impacto em mim, que todos podem perceber.Mas isto foi um evoluir, um crescendo e cada lugar,cada pessoa, cada experiência, me trouxeram aqui...e eu mesma olho para a minha história e pergunto-me como fui eu viver tanta coisa?
A verdade é que quando abro o coração e falo sobre isso...fico leve.Fico com um sorriso e um brilho nos olhos que é inexplicável...mesmo quando recordo o que doeu.E se doeu.
Uma coisa aprendi, que calçar os sapatos dos outros, é fundamental, para entender porque são assim, mesmo que eu não goste do que dizem, fazem, como reagem...mesmo que me irritem profundamente.Se calçar os seus sapatos, talvez possa sentir as dores que sentem...o desconforto que é andar com aqueles sapatos, ou o conforto e perceber porque transmitem paz, harmonia, o má energia.
E se todos fizéssemos este exercício sem julgar o outro, porque é como é...seria tudo tão mais fácil.
É esta atitude que levo, quando vou em missão.Fosse na Roménia, fosse na Turquia, em Moçambique ou em S.Tomé, aprendi a não julgar.E estando tão perto daquelas pessoas aprendi a andar com os seus sapatos...e como custa.Ninguém disse que é fácil.Mas ajuda, em muito a essa entrega que é preciso fazer.
E foi assim que aconteceu nas Caldas da Rainha, com estes grupos de Jovens maravilhosos, que foram uns ouvintes atentos e entusiasmados, fazendo as perguntas mais certas...e maduras que podia esperar.
Foi muito bom, perceber o potencial que cada um encerra em si, para servir.E espero que o meu exemplo que acho tão pequenino...possa ajudar muitos outros a seguir o seu coração.
Neste mesmo dia, vim a correr das Caldas, para Lisboa, para fazer o mesmo a um outro grupo, que vai para Angola e Moçambique.E soube-me pela vida, recordar o amor.Porque tudo isto é uma grande história de Amor, que ainda não prevê desfecho e vou escrevendo.
Até lá, hei-de partir e chegar as vezes que puder, abraçar, sorrir, sonhar, gastar-me por quem precisa...ou ficar de vez com quem precisa.
God Knows.
1 comentário:
Estive nesse workshop e só posso agradecer o que nos ensinou nesse bocadinho que esteve connosco.
Tenho a certeza que ninguém saiu igual de lá. Eu não saí certamente.
E cava vez mais procuro "calçar os sapatos dos outros" para assim os compreender e não julgar.
A si, só posso desejar que continue a tocar na vida de quem se cruza consigo como nos tocou naquele dia.
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