Os dias passam a voar, e a calma,mais a vontade, de vir aqui, escassearam.
Agora que tenho mais tempo para respirar, volto ás rotinas de antes.E escrever é uma delas.Consigo escrever quando estou relaxada.Andei em stress, por causa do último trabalho.Não que fosse difícil, mas estar longe de todos, estando perto...custa.Mais o turbilhão de emoções boas que sempre deixo entrar em mim...a desconcertar-me.
No entanto a minha capacidade de superação tem aumentando e isso tem sido reconhecido.Lanço desafios a mim mesma, no sentido de lá chegar mesmo que custe.E chego.Faltam alguns, mas tudo a seu tempo.
O trabalho abunda, e tenho sempre uma semana de descanso entre pedidos...o que me permite mudar de ares e respirar.Olhar para dentro.No fundo é isso que não faço já há algum tempo, aqui no meu recanto preferido.Por isso hoje sentei-me e olhei para o que tenho feito, para o que isso me tem feito sentir...
1.A Família sempre a encontro...
Talvez menos do que gostaria, mas sempre que acontece, é uma alegria.A minha afilhada já anda e eu assisti aos primeiros passos.Agora percorre corredores...e é linda,linda,linda.Eles que estão sempre lá...para uma gargalhada ou um lamento...seja o que for.Estão, e isso como me descansa.Como me enche de vida e de cor.As caminhadas nocturnas na marginal ainda acontecem mesmo com um frio de rachar.Há sempre o que dizer entre um passo e outro.E o frio acorda-nos a alma.
2.O mais que posso...OUT.
Sempre que posso, procuro sair e sentir um sabor diferente...um lugar novo.Tendemos naturalmente a rumar aos mesmos locais, uma e outra vez...mas deixo que me surpreendam.E descubro recantos fabulosos.Tenho-me divertido muito...tirado o pó do esqueleto, como se costuma dizer.E aceito aqueles convites que são inesperados e por isso vividos intensamente, como uma surpresa boa.
3.Celebrei o dia da mulher...
Que dia de sol, de alegria e patilha fabuloso.A companhia foi sublime.Um ser humano fabuloso que vejo muito pouco mas que quando está, está.Começamos pelo sol na Avenida, pintada a rosa,uma homenagem ás mulheres.Depois embarcamos num sonho, fomos ao teatro.E acabei o dia a dançar...a dançar, depois de me rir muito e matar saudades, desta presença boa e positiva.Há dias que são de celebração.E todos os dias são bons para isso, mas há uns que marcam.
4.Perdi Noites a trabalhar...
Estive Out,por 1 mês...poucos os que vi.Tempo para mim foi mentira.Mas senti, os muitos com quem falei.Senti um apoio enorme de todos,para mim estar presa é um sacrifício.Gosto do que faço.Mas ficar sem me poder movimentar...apanhar um raio de sol...abraçar, sentir o vento,sufoca-me, por isso foi um mês de sacrifícios nesse sentido, mas que me levou a tomar algumas decisões importantes de mudança de alguns hábitos, que felizmente me ajudarão a viver melhor.
A missão está cumprida.Entro na vida destes anjos, como isso mesmo, um ano da guarda de noite e de dia.Acalmando ansiedades dos pais, trazendo luz...colocando tudo no devido lugar.Vidas que tomamos como nossas.Uma questão de ser profissional, mas que tem muito de coração.Pelo menos para mim.
5.Carnaval em Trás-os-Montes...
Muitas horas de caminho,um suposto retiro... para passar o Carnaval no local mais frio do País.Valeu-nos o lume também e uma pinguita para animar.Entre Montalegre e Boticas, assim andámos.Foi a feira do Oculto, a poção do Amor, foi as bruxas tudo misturado com corações, alusivos ao dia dos namorados.Foi bom estar longe de tudo e conhecer melhor aquele canto longínquo de Portugal.
Há cheiros e sabores únicos.E fiquei a conhecer a fonte dos Amores.BELO.
E vim de lá com uma certeza, que o caminho este Verão me leva a África, mas não a S. Tomé.
Há caminhos que mostram caminhos.
6.Turquia e Alemanha em Lisboa...
O Ahmet, esteve em Lisboa e trouxe a família e o seu rebento.Adoro receber amigos.Adoro quando do mundo chegam até mim, com vida nova, vida renovada.E vêm ver este cantinho de que um dia lhes falei, quando no mundo que corri, nos cruzámos.E assim sinto também eu, que sou uma turista na minha cidade, quando mostro o melhor que temos...e me deixo encantar por esta bela Lisboa.
7. Sete mil milhões de outros...
Consegui apanhar esta exposição no último dia.Foi confuso, foi hiper cheio,esperei uma hora ao frio de Inverno, mas fui com a companhia certa.E deu para absorver muito do que transmite.Testemunhos tocantes e o meu também ficou registado.Saímos a pensar, que nestes 7 mil milhões temos uma voz, temos lugar e somos todos tão diferentes.
8.Passei no Alentejo...
Estava frio, muito.Mas havia lume e calor humano.Foi das festas mais fortes, para mim, quando passam 5 anos da morte do meu Pai.Fez todo o sentido estar ali.Foi um regresso ás origens que preciso sempre de fazer.A paz do Alentejo toca-me como nenhuma outra.Sabe-me a Pai.De certa forma deixa-me mais perto dele daquilo que foi e me ensinou a ser.
O Alentejo, encerra em si segredos meus, que me fazem sorrir.
9.Os fins de tarde...
Esses continuam a fazer as minhas delicias. Dourados e amenos.A prometer um novo dia, um novo recomeço.E ás vezes acabo a dançar o que me ajuda a descomprimir...dançar tem sido uma assídua forma de exercício e energia positiva na minha vida.Uma descoberta de potencialidades escondidas e até de uma certa sensualidade.Nunca é tarde para nos reinventarmos.
10.O Fabian passou em Lisboa...
E nós fomos esperar por ele.Deixou a Ilha amada, que serviu durante 10 anos, para regressar à Colômbia.O trabalho que fez de forma significativa.E eu nunca hei-de esquecer a forma como nos acolheu...a porta de casa sempre aberta, o sorriso sempre pronto.A alegria tempestuosa...mas genuína.Ainda nos reunimos, mas há coisas que nem a presença de uma pessoa assim pode resolver.É pena.Fica o seu exemplo de vida e uma porta aberta na Colômbia.