Um dia o sol brilha e queima-nos a pele.Outro dia esconde-se e deixa tudo parecer cinzento.A Beleza sempre está lá.
E outros dias somos surpreendidos pelo manto branco que podemos ver quando acordamos.É mágico.Exactamente como nós.Uns dias cinzentos, outros de sol...mas a magia acaba sempre por acontecer.
Os dias começam cedo, entre ski e patinagem no gelo, há tempo para um chocolate quente e dois dedos de conversa.Mas a atenção é sempre para eles.Brincam,pulam, saltam, fogem, zangam-se, clamam por atenção, choram, riem-se e pregam partidas.Acordam e não querem sair da cama, acordam com pesadelos...comem mais do que a conta, mas amanhã não querem comer.Vestem e despem a roupa 3 ou 4 vezes até encontrar a que querem.Dançam no banho e deixam-me numa nuvem e vapor...que só visto.Subo e desço, corro atrás eles com as roupas e as escovas de dentes.
Mas no fundo, quando a casa fica vazia, sem eles, eu sinto esse silêncio.Pesado.
Mesmo com todas as birras e canseiras para sair de casa, vestir, comer,tomar banho..é quando chega a noite e se acende a lareira antes do jantar, que me sabe pela vida juntar-me a eles, para ver um filme, ou apenas estar, ali a ouvir o lume estalar e sentir o calor que emanam por estarem todos juntos.
Quando adormecem e eu posso ocupar-me das minhas coisas, antes que o sono chegue sem avisar, fico a pensar que apesar de tudo, da distância dos meus e das minhas coisas, sou uma sortuda, por poder entrar na vida deles assim e partilhar com eles, este sol, esta montanha...a neve fria, a paz que é ouvir o rio a correr lá em baixo.Fazer aquilo que gosto, em cenários tão diferentes, enquanto viajo o mundo...que desejo conhecer.Cruzando-me com pessoas maravilhosas que dificilmente esquecerei.Porque marcam.E como marcam.
Mas eu sei que nada do que deixei para trás, saiu do sítio.Há coisas eternas.
Depois deste mês intenso do qual ainda faltam 2 semanas, vou viajar sozinha ou acompanhada, uma passagem por Taizé e depois quem sabe Marrocos com o Duarte.O melhor companheiro de sempre para viajar!
Ainda não decidimos o destino...mas queremos sol e algo remoto.
Mas com a velocidade dos dias aqui, vou querer concerteza um tempo para mim, só meu.E isso inclui os meus também,os que Amo mais que a própria vida...porque todos os dias dão a vida por mim.
Fui aprendendo a celebrar o tempo do fim e do começo de um novo ciclo. Fui renovando a fé e a esperança no que a vida me reserva. Fui deixando para trás dias de dúvidas, retrocessos e equívocos.
Fui aprendendo a reconciliar-me com o sol que trago cá dentro. Fui aprendendo a valorizar a resistência, a resiliência, e a apoiar-me em tudo o que tenho de bom para lutar contra tudo o que ainda me assusta. Confio na certeza de que a cada dia tudo recomeça. E que no que depende de mim, pode sempre ser melhor.
Alguém me disse um dia que «a vida vale sempre, sempre a pena». Nunca mais esqueci. Nunca mais me permiti esquecer.
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