segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Um rádio sempre a tocar, um coração avariado que não posso desligar...





Desculpa-me se voltei a acreditar.Acho que voltámos a acreditar. Não digas a ninguém, é segredo. Perdoa por me ter perdido entre poemas que são meus – sempre à procura do teu cheiro. Por não saber dizer do brilho dos teus olhos grandes e da grandeza do sorriso que me roubaste. Tu não sabes. Shiuuuu. Desculpa se ainda lembro todas as palavras e gestos – guardo as tuas mãos nos meus ombros – e deixa que também eu te abrace sem medo de cair. Esquece o que não te disse e ignora se rio demais. Não repares se enrolo o cabelo enquanto falo ou se brinco com o anel que trago no dedo. Não adivinho esse olhar dourado preso a mim. Quase a revelar segredos. E um arrepio sincero quando me notei reflectida. Eu não sou feita de improvisos, sou feita de istantes genuínos – e também medos que escondo atrás do espelho.

Estou a imaginar a nossa dança.E procuro o meu vazio nos braços dos outros. Em ti, encontrei vida: a claridade de um momento feliz.Um não.Muitos. E agora escrevo. Desculpa-me por escrever desejos e cobardias que não sei calar. E já nada te afasta, as palavras abrem-se como caminhos na minha pele, e a tua voz flutua lentamente na memória. Até cair em vertigem nos meus sonhos mais luminosos. Experimento um grito que te chame e tento abrir os olhos mas resta-me a invisibilidade das noites (im)possíveis.


Apetece-me um lugar onde me possa comover, uma janela para o (teu) mundo, onde possa chorar a alegria de te ver. De olhos despertos para um coração desmantelado. Preciso arder contigo, quero o teu rosto junto ao meu, outra vez. Numa dança qualquer. Deixa-me afogar na doçura deste erro. E desculpa (esta insistência cega que geme baixinho) se te levo comigo.



sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Coisas transformam-se em mim...



O mundo é grande demais.
Coisas transformam-se em mim,
Por todo o mundo é assim.
Isso nunca vai ter fim.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Around here.












































Um dia o sol brilha e queima-nos a pele.Outro dia esconde-se e deixa tudo parecer cinzento.A Beleza sempre está lá.
E outros dias somos surpreendidos pelo manto branco que podemos ver quando acordamos.É mágico.Exactamente como nós.Uns dias cinzentos, outros de sol...mas a magia acaba sempre por acontecer.
Os dias começam cedo, entre ski e patinagem no gelo, há tempo para um chocolate quente e dois dedos de conversa.Mas a atenção é sempre para eles.Brincam,pulam, saltam, fogem, zangam-se, clamam por atenção, choram, riem-se e pregam partidas.Acordam e não querem sair da cama, acordam com pesadelos...comem mais do que a conta, mas amanhã não querem comer.Vestem e despem a roupa 3 ou 4 vezes até encontrar a que querem.Dançam no banho e deixam-me numa nuvem e vapor...que só visto.Subo e desço, corro atrás eles com as roupas e as escovas de dentes.
Mas no fundo, quando a casa fica vazia, sem eles, eu sinto esse silêncio.Pesado.
Mesmo com todas as birras e canseiras para sair de casa, vestir, comer,tomar banho..é quando chega a noite e se acende a lareira antes do jantar, que me sabe pela vida juntar-me a eles, para ver um filme, ou apenas estar, ali a ouvir o lume estalar e sentir o calor que emanam por estarem todos juntos.
Quando adormecem e eu posso ocupar-me das minhas coisas, antes que o sono chegue sem avisar, fico a pensar que apesar de tudo, da distância dos meus e das minhas coisas, sou uma sortuda, por poder entrar na vida deles assim e partilhar com eles, este sol, esta montanha...a neve fria, a paz que é ouvir o rio a correr lá em baixo.Fazer aquilo que gosto, em cenários tão diferentes, enquanto viajo o mundo...que desejo conhecer.Cruzando-me com pessoas maravilhosas que dificilmente esquecerei.Porque marcam.E como marcam.
Mas eu sei que nada do que deixei para trás, saiu do sítio.Há coisas eternas.
Depois deste mês intenso do qual ainda faltam 2 semanas, vou viajar sozinha ou acompanhada, uma passagem por Taizé e depois quem sabe Marrocos com o Duarte.O melhor companheiro de sempre para viajar!
Ainda não decidimos o destino...mas queremos sol e algo remoto.
Mas com a velocidade dos dias aqui, vou querer concerteza um tempo para mim, só meu.E isso inclui os meus também,os que Amo mais que a própria vida...porque todos os dias dão a vida por mim.


Fui aprendendo a celebrar o tempo do fim e do começo de um novo ciclo. Fui renovando a fé e a esperança no que a vida me reserva. Fui deixando para trás dias de dúvidas, retrocessos e equívocos.
Fui aprendendo a reconciliar-me com o sol que trago cá dentro. Fui aprendendo a valorizar a resistência, a resiliência, e a apoiar-me em tudo o que tenho de bom para lutar contra tudo o que ainda me assusta. Confio na certeza de que a cada dia tudo recomeça. E que no que depende de mim, pode sempre ser melhor. 
Alguém me disse um dia que «a vida vale sempre, sempre a pena». Nunca mais esqueci. Nunca mais me permiti esquecer.




sábado, 3 de janeiro de 2015

I am Ok!We are Ok.

































Os dias correm.Parece que ainda ontem cheguei,mas afinal,passam 11 dias...que me embrenhei nas montanhas deste cantão.Tenho tempo para as olhar uma e outra vez.Para onde quer que olhe vejo branco e verde.É de tirar a respiração.Começo a conhecer melhos os trilhos e os caminhos, na cidade...e as pessoas também.Isto é quase um big Brother...intensamente vivido,por todos os que aqui trabalham.O frio já veio em força e já se foi.Agora temos dias de sol, com chuva e neve nem vê-la, a que caiu ficou e continua a tornar tudo mais mágico.
E finalmente as caras na casa vão mudar.Amanhã é dia de partidas e chegadas.
Aos poucos o Staff começa a ser a pequena família aqui na casa, e as cumplicidades e a ajuda vão surgindo.Uma equipa jovem ajuda e muito a levar o barco.
Depois é a sucessão natural dos dias a deixar-me saber que tudo tem um tempo, uma hora, que há formas de ser que temos que saber levar...
Nos entre-meios vou pensando no ano que já arrancou e que é bom começar a trabalhar...em movimento, longe de tudo o que me é habitual.Sempre fui uma rapariga desprendida...e estes chegar e partir fazem-me bem.Refrescam a rotina que tanto procuro quebrar.
E este local tem muito de mágico...há um silêncio sagrado...nestes vales, um rio que corre lá em baixo e uma luz que me toca especialmente nos dias de sol.Fico muitas vezes perdida nestes horizontes e com muitos rostos que amo no pensamento.
Ainda falta um bocadinho para ir embora...longas 3 semanas.
Mas quando chegar quero abraçar de novo os que me são queridos e sentir a paz que é o dever cumprido e com sucesso.
Keep on...