quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Missão Alcoutim.Fevereiro.








































Os Km feitos, já faziam sentido para mim.
Mas nunca umas brasas me souberam tão bem e fizeram tanto sentido.
Nunca uma boca sem dentes me pareceu tão bela.Nunca umas rugas me levaram para caminhos de vida, vividos e sofridos, repletas de histórias para contar.
Como semear alhos, favas e afins,nunca foi um ensinamento tão importante, como agora.
Como temperar azeitonas, fazer pão ou matar um porco, dá agora pano para mangas.Escutamos com a atenção real, de quem precisa desses ensinamentos para viver.
Remontamos aos tempos da guerra civil Espanhola...ao contrabando vindo do outro lado do rio, em que um mês em Espanha alimentava bocas deste lado, durante 6 meses.
Ouvimos o que parece nunca ter sido dito.Amparamos as saudades, dos netos, filhos e de um tempo em que os seus mundos, eram  mais autónomos, longe da "boa" prisão de um lar, de onde alias podem ver a casa, onde viveram e nasceram...e o banquinho onde se sentavam tardes inteiras ao sol,agora vazio.
E como se acalma esta saudade?Como se explica que ali estão melhor?Com todos os cuidados, em segurança? Na verdade sabemos que estão.Mas quem os ouve e olha dentro dos olhos, sabe que não estão, pois ali lhes falta a liberdade, que o corpo ou a cabeça lhes roubou.
E agora olham de longe pela janela a sua casa, a sua rua, o seu mundo, como se de um quadro imóvel se tratasse. Abraçamos. Partimos.
Num outro monte, há mais histórias á espera de quem as oiça.
O sol queima, as cores são vivas, os cheiros apurados, uma laranja sabe a mel e Lisboa, por ali, parece uma miragem...tudo o que nos prende, fica para trás. 
Um sentimento familiar que se instala nos abraços de cada reencontro.Porque é mesmo assim que nos recebem, como netos queridos...a quem desejam o melhor do mundo. Dão-nos o melhor que têm.
E quem bom que é poder viver no coração destas pessoas simples e fieis nas pequenas coisas...e elas no nosso.
Para nos ensinarem o Amor.



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