sexta-feira, 13 de dezembro de 2013





Não recorras ao que já sabes do Natal,
mas coloca-te à espera
daquilo que de repente em teu coração
se pode revelar

Não reduzas o Natal ao enredo dos símbolos
tornando-o um fragmento trémulo sem lugar
no concreto da vida
Não repitas apenas as frases que te sentes obrigado a dizer
como se o Natal devesse preencher um vazio
em vez de o desocultar

Não confundas os embrulhos com o dom
nem a acumulação de coisas com a possibilidade da festa:
o que recebes de graça
só gratuitamente poderás partilhar

Cuida do exterior sabendo que ele é verdadeiro
quando movido por uma alegria que vem de dentro

Uma só coisa merece ser buscada e celebrada, uma só:
o despertar de uma Presença no fundo da alma

Por isso o Natal que é teu não te pertence
Só a outro o poderás pedir.



José Tolentino M.

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