terça-feira, 12 de julho de 2011

Sol interior.





A vida não tem de ser chata, nem deprimente, nem difícil, nem pesada, nem tortuosa. Haja amigos por perto e coisas para fazer e tudo se torna tão mais doce e macio. Não tem o mundo de mudar por inteiro até se encaixar na nossa personalidade. Não têm de acabar as guerras, a inveja, a crueldade, para que a seguir possamos ser felizes, eles fazem parte da vida e se eles não existissem não teriamos capacidade de luta. Haja prazer no altruísmo e procurar combater as coisas más, em si, traz serenidade e rumo. Não temos de enriquecer nem transbordar de prestígio e títulos. Não é preciso que todos gostem de nós, nem que, ao compararmo-nos com os outros, julguemos ter inteligência ou beleza acima da média.Afinal um dia o tempo, vai consumir toda essa beleza e fica apenas um coração que viveu e amou incansávelmente. Não é essencial ter uma ocupação ou interesses fora do comum nem ser original. Tudo passa pela nossa engenharia emocional. somos bichos MARAVILHOSOS mas poderosos e estranhos: temos a capacidade de ser intensamente infelizes sem que nos falte nada de essencial. Emancipámo-nos do impulso da sobrevivência: não basta que esta esteja assegurada para garantir prosperidade e realização. Há que sobreviver às emoções negativas, venenos de produção caseira, há que escapar da, tantas vezes eminente, auto-destruição.
Por vezes, quase necessitamos de renascer, como quem vem à tona, fugindo ao afogamento num pântano. Outras vezes é só erguer os olhos, ou sintonizar melhor a audição, ou adormecer deixando a mente repousar em sonhos.
Não precisamos de muito.
Da pele para dentro, está tudo o que é precioso, todas as ferramentas para que não seja o ego a medida de tudo. Tão sociais que desejamos ser ás vezes que produzimos sociopatas, vivemos este paradoxo de a felicidade ser alimentada pela felicidade dos outros e ter os alicerces no nosso ser interior. Nada de tão bizarro assim.
É preciso um pouco de silêncio para podermos apreciar a música.
A música da vida...e do Amor.
Caso contrário estamos condenados a perder a nossa vez...por aqui.

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