quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A happy B day, during 3 days

(21 November)





Finalmente consigo um tempo para mim e sentar-me a escrever que fui sentido estes dias.
Se por um lado estivemos paradas tantos dias, para adaptação e á espera que as férias santas acabassem, para voltarmos á vida normal, a ter cantina, a ter o dormitório cheio, as coisas abertas e funcionais, por outro, hoje só desejo parar.E porque os últimos 4 dias, foram uma correria a contrastar com a calmaria dos dias anteriores.
De repente tudo arranca e começa.Projecto, reuniões, assuntos pendentes, que a meu ver já deveriam estar tratados á algum tempo.
A juntar a tudo isto, o convite da Zehra, que nos recebeu em sua casa, mais do que a prevista noite, mas 2 dias, e 2 noites.Arrancámos do centro da cidade, depois de uma devida volta pelas redondezas em que eu descobri verdadeiras caves de joalheria, prata, ouro, aos preços mais baratos e da melhor qualidade.Houve um anel que me piscou o olho e a Zehra acabou por me oferecer como prenda de anos, esse mesmo anel que adoro e vai sempre lembrar-me a Turquia e esta experiência.
A sua família foi de um acolhimento sem palavras.Adoptaram-nos como filhas, básicamente.
Foi para mim a primeira vez numa casa Turca.E estou impressionada com a forma como nós, os convidados, somos tratados.Na religião muçulmana acreditam que ao receber alguém nas suas casas, é como se recebessem a presença de Deus.E dão-nos de comer de hora a hora, estão sempre a oferecer algo, até nos irmos deitar.Quando chegamos os sapatos são tirados antes de entrar, pois a nossa casa é solo sagrado e deve permanecer o mais limpo possivel.A seguir lavam-nos as mãos com água de colónia de limão que é de uma frescuraque e aroma que dificilmente esquecerei.Acabaram por nos oferecer uma colónia a cada uma, que descubro agora, toda a gente usa, está por todo o lado.
Escusado será dizer que todas as refeições eram típicamente Turcas e muito bem feitas pela mãe da Zehra.Desde a carne do sacrificio, que partilharam connosco, até aos doces que parecem cabelos brancos e se desfazem na boca.Impossivel é ainda aprender todos os nomes e designações.Mas lá chegarei.Há coisas que são inesquecivéis, como o Hamsi.O peixe miniatura de sabor inconfundivel, que cresce apenas no Mar Negro.
Os pequenos almoços aqui, são como almoços, fortes e assim regra geral, os Turcos acabam por saltar o almoço, comendo qualquer coisa leve, e jantando depois, em grandes quantidades.É o que tenho verificado.
 Os cânticos que chamam para rezar, ouvem-se alto e por todo o lado.É fantástico, porque também nós nos sentimos embebidos nesse chamamento.
Foi a primeira vez que saímos do centro da cidade de Ankara e apanhámos um autocarro durante 1h, para outro ponto mais calmo desta gigante cidade.É interessante ver como as pessoas vivem longe do centro.O ar é mais respirável, existem mais jardins com aparelhos desportivos ao ar livre.A verdade é que me senti muito á vontade em casa desta família e não sei porquê a forma como Pai desta casa me recebeu, me fez lembrar o meu Pai, tantas e tantas vezes, na forma de abraçar, de acolher, de preparar as coisas e dar sempre mais e mais a toda a gente.Emocionei-me umas quantas vezes.
(Isto são e só podem ser as saudades a falar mais alto, porque afinal um Pai é sempre um Pai, e um Pai como eu tive, deixa marcas positivas para a vida toda.Como tenho vindo a comprovar.
Foi com ele que eu aprendi muito do que sei e principalmente muito do que sinto.
Ele estará muito feliz a observar cada passo meu.)

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