sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Moldava, Roman and the country country side side of Mamaia















Recebemos o convite há muitos meses, e finalmente nos organizámos, ainda que sem um membro essencial para mim nesta equipa a Kristine, e lá rumámos a Roman, na Moldavia, para visitar a Avó da Andreea a nossa mentora.
Foram algumas horas de comboio, novamente, depois de acordar de madrugada novamente.Desta vez a Nicia, uma Portuguesa em Evs, que conheci no Predeal, veio connosco.
Por fim chegámos e a uma cidade chamada Roman, onde descansámos cerca de 1h30 e visitámos um mosteiro, e algumas igrejas.Por fim, e por grupos, fomos indo para o interior profundo, fora das portas da cidade.O que encontrei, ao longo do caminho foi-me ilucindando para o que iria encontrar, vilas e mais vilarejos, longe de tudo, isolados, onde todos possuem um poço no quintal para se abastecer de água potável.Campos de cultivo, rios, vales, e animais que pastam calmamente.
Chegámos por fim a casa da Mamaia, como gosta de ser chamada.Um lugar pacato, um quintal repleto de flores e galos e galinhas que gentilmente nos bicam os pés e que nos fazem querer agarrar neles e brincar!
De braços abertos nos recebeu, sempre atarefada a preparar o almoço, Ciorba de galinha, uma sopa deliciosa, mamaliga, peixe frito para os vegetarianos,e vinho feito por ela, compota de fruta fresquinha tudo delicioso.Tudo o que faz é com enorme paciência, sabedoria e claro amor, aquele que só as avós têm e sabem dar.
Depois do almoço, caímos todos por terra, numa longa e deliciosa "siesta", que por aqueles lados faz calor e bem.
Ao fim da tarde a família começou a chegar, e um delicioso barbecue, foi preparado e a alegria reina sempre.Na minha cabeça, eu que tinha acabado de chegar de uma parte Húngara e estava agora numa parte Moldava, tentava estabelecer as diferenças porque as há.A forma de festejar é diferente, a forma de cozinhar, de beber, de falar.É interessante conhecer tantas diferentes realidades dentro de um mesmo País.
A noite foi para ser literalmente mordida pelos mosquitos, que ali são 20 x piores que em Bucareste.Entre vinho, alegria, música, a noite acabou por cair...e o sono veio.Distribuídos pela casa, com imensos quartos, lá nos acomodámos que o fim de semana prometia ser longo.
Ao som de grilos, e com um céu estrelado do mais bonito que há, fui descansar.
Acordar no campo é das coisas mais saudáveis e inspiradoras que há.Mesmo se acordamos com imensa vontade de ir á casa de banho e a casa de banho fica fora de casa, junto ao galinheiro...lá tem que ser.O dia começa com um café...que cheira maravilhosamente bem, depois o pequeno almoço aqui é rico em vegetais, e carne.
O dia vai ser para ajudar a Mamaia a preparar imensos pratos e doçarias.Decidi ficar em pijama o dia todo, para poder ajudar e sujar-me á vontade.Aprendi a fazer placinta, com queijo doce, amassei, espremi, aprendi os pontos certos, arrolei, e por fim provei!E claro muito melhor que aquela que compro nas ruas de Bucareste.Depois foi o dia todo a preparar petiscos e a visitar a vizinhança, o rio, os vales e colinas por ali.Muito bonito.
Houve ainda um passeio de burro, numa carroça e uma visita ao cemitério.
Pela noite mais família se juntou e então éramos muitos, matou-se um grande peru, depenou-se, queimou-se, cozinhou-se ao lume, e ali com música tradicional, se dançou e celebrou o facto de estarmos juntos.Uma alegria muito bonita, tomou conta de nós.E as conversas no quintal, duraram até tarde, acompanhadas de vinho doce...afinal a cama era logo ali ao lado, a uns passos de distância.
A manhã seguinte foi para arrumar tudo e preparar a partida.Depois do almoço, despedidas feitas lá deixámos o casa da Mamaia.Esperámos horas por um autocarro que nunca chegou,ao sol, no meio do nada, decidimos andar para não perder tempo, e pelo caminho comemos as sementes directamente tiradas do girassol.Até que apanhámos boleia de uma carrinha amiga, que nos deixou na estação de comboios, para regressarmos a Bucareste.E assim sonolentos e desejosos de um banho a sério, sim foram 3 dias a lavar tudo ás pinguinhas, mas uma experiência que nos ajuda a dar valor á água que corre na torneira.
Chegámos tarde a Bucareste e foi banho e dormir.
Mas nunca esquecerei estes dias em que esta família nos deu o melhor que tinha e nos acolheu tão bem.A Andreea estava muito feliz, por poder partilhar tantas memórias da sua infância connosco.
Afinal a vida não é mais que um acto de partilha constante.

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