segunda-feira, 1 de março de 2010

Home sweet Home.






Desde que cheguei a casa, ainda não parei.
A viagem no Alfa, fez-me pensar sobre tudo o que vivi e senti estes dias.Sobre o futuro principalmente.As viagens de comboio têm esse poder.
Trouxe comigo uma energia que não quero perder.
Abri a porta do prédio, subi as escadas, abri a porta de casa e por fim, home sweet home.
Foi mais fácil do que esperava.Respirei fundo e senti o silêncio.Pus música, acendi alguns incensos aqui e ali.
Sim ainda há coisas que estão no mesmo local, onde o meu pai as guardava, outras já eu mesma me encarreguei de me desfazer delas, dar ou deitar fora.Só parei quando eram 23h30.Foi sempre a andar.Arregacei as mangas e pus mãos á obra.Espaços que eram dele, passam agora a ser nossos.O lugar da roupa no roupeiro, muita dela, vai para o Telhal.E ficarei muito feliz, se vir um dos meus utentes, com alguma coisa que era do meu pai.Mais vontade de os abraçar terei.
A gaveta da casa de banho, os produtos da barba, as colónias...custa deitar fora.Guardei uma que usava nestes últimos tempos,saber que aquilo era tudo do meu Pai,sim do meu Pai.
Mas isto é algo que tem de ser feito.E sinto que a minha mãe não é capaz ainda.Em pouco mexeu.
A ela custa-lhe bem mais.São 31 anos de casamento.São muitas histórias, vivências.
Como sempre, revisto-me de uma força, que não me pertence só por si e faço o que há a fazer.
Quando partir, quero deixar tudo no seu lugar...como deve de ser.Dentro e fora de mim.
Hoje passei no Ikea, e substitui algumas coisas aqui em casa.Pequenas coisas, que trazem nova cor e novo ambiente.Talvez seja cedo ainda, mas se sinto necessidade de o fazer agora...porquê esperar?
Depois, para além de tudo isto, hoje foi dia de conversas sérias.De comunicar decisões e avançar, respirando fundo para o dia de amanhã.Na minha rua, os vizinhos vêm-me passar, alguns ainda me dão os sentimentos...e dizem que não me têm visto, eu sorrio suavemente e digo que está tudo bem.
Tenho saudades do Porto e da Gnoma.
Sinto-me leve e acompanhada pelo meu Pai.
Sempre.
Sinto um orgulho imenso dele.
E daquilo que fez de mim.
 

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