quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Hoje fiz um amigo e coisa mais preciosa no Mundo não há...










As imagens são de hoje, do céu cinzento e carregado que se abateu sobre o Porto.
Mas a brindar-nos o olhar, veio um maravilhoso arco-íris, que nos relembrou Taizé e outros tantos momentos que em comum vivemos, sem saber.
Hoje, foi um dia calmo, com muita paz.
Sem correrias, vou adequando o meu passo, ao ritmo deste lugar.Vou conhecendo locais, rotinas, e vou fazendo as coisas, conforme me manda o coração.
Acordo com música, tomo o pequeno almoço com calma, penso no meu Pai, enquanto olho pela janela e vejo a cidade a acordar chuvosa.
Preparo-me e saio para a rua, faço algumas compras para a casa, digo bom dia ao sr. do café, que intrigado me serve, pois nunca me viu por ali.
Hoje foi dia de ir ter com a Carla.Apanho o comboio para Campanhã, e lá chegou ela por fim, fomos para um local que gosto muito, a casa agrícola, no Bom Sucesso, um café lindíssimo, todo em pedra, onde parece que andamos para trás anos e anos.Entre muita conversa, descobrimos que já nos cruzamos em Taizé,em Zagreb na Croácia, e por fim neste encontro do Porto.Pessoas em comum, caminhos que se cruzam, aqui e ali.
Acabámos na missa de cinzas, na capelinha linda, do Bom Sucesso, onde rezei pelo meu Pai e por todos nós.
Estive também, com os missionários que me acompanharam no caminho de Santiago, há 4 anos, e relembrar esses passos, foi muito bom.Em conversa com um deles, o Vitor, ele contou-me uma história real, que vou contar aqui, pois me fez entender, que aquilo que agora faço, é o melhor para mim e para a minha vida.

Havia um rapaz que adorava jogar futebol.
Treinava todos os dias.O seu pai, que era cego, ia todos os dias, religiosamente, ao campo onde ele jogava apoiá-lo.Não o podia ver, mas gritava com todas as suas forças deixando-se guiar pelo que os amigos diziam e assim ele ia sentindo o jogo e apoiando o seu fillho, incondicionalmente.
Um dia o Pai, faleceu.Nesse mesmo dia, o filho apresentou-se em campo para jogar.
Todos ficaram admirados, e perguntaram-lhe o que fazia ali, se tinha acabado de enterrar o seu pai?
Ao que ele respondeu: - Eu vim Jogar, hoje, porque sei que agora o meu Pai, já me pode ver e por isso não podia faltar de forma alguma.Era o que ele sempre quis.Ver-me jogar e ser feliz.
Por isso aqui estou.Por ele.

Assim eu continuo o meu caminho, embora com dor...e saudade,mas era o que ele queria.Ele sabe bem a Rita que criou, viu crescer e Amou.Sabe da minha natureza melhor que ninguém.
E hoje agradeço á Carla, que é uma pessoa, com um espirito de acolhimento único e que me fez sentir muito bem, neste dia em que passaram 7 dias sobre a morte do meu Pai.Neste dia de recomeçar e de nos pormos a caminho.
Hoje, apanhamos o arco-íris, rimos, projectámos, partilhámos e inaugurámos a palavra Amigo.
Obrigado Carla.

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