sábado, 16 de janeiro de 2010

A chegada ao nosso destino, Poznan!







A chegada ao nosso destino, deu-se pelas 6h da manhã...ainda noite em Poznan, enquanto a cidade dormia, entravam, vindos de todos os lados, autocarros, cheios de jovens europeus, cansados mas muito anciosos para viver este encontro.
Assim que pus os pés fora do autocarro, senti o frio e vi que chão era gelo, uma pista de patinagem pronta a receber-me.
Um voluntário Polaco, acomapanhou-me até dentro da escola, onde fizemos o acolhimento geral, foi bom rever rostos conhecidos á nossa espera tal como o Ir.David, sempre bem disposto.

Depois de recebermos todos os documentos e informações necessárias.Lembro-me que este ano, senti necessidade de trabalhar neste encontro e sentir-me útil, ficando então na distribuição do jantar.Foi uma experiência muito boa, que já tinha sentido em outras ocasiões, e que espero repetir. Partimos  então, em direcção á nossa paróquia, para a segunda fase do acolhimento, onde seriamos distribuidos pela mesma zona, mas em casas de famílias diferentes.
Apanhámos o eléctrico, seguindo as indicações do mapa, detalhado,pela janela podia ver um pouco por toda a parte imensos jovens de mochila ás costas procurando tal como nós a sua "casa", durante este encontro.Logo na paragem onde saimos, encontrámos alguns Espanhóis que estavam também na nossa paróquia e nos indicaram o caminho.
Na paróquia á nossa espera, uma imensa mesa, que nos retemperou as forças, depois de uma viagem longa e cansativa.
Depois de distribuidos, seguimos com alguns jovens, que iam e vinham a manhã toda, como guias, mostrando a quem chegava o local onde iam viver, e assim fomos um pouco mais aliviados pela ajuda preciosa nas bagagens.Andei 50 metros e estava na minha família de acolhimento.Era mesmo ao lado da igreja...isso era bom sinal, pois 5 minutos antes das orações da manhã, saiamos de casa.
Subimos até ao 2º andar e á porta já nos esperava uma criança.Logo aí, senti uma enorme felicidade, porque uma casa onde há crianças, é sempre diferente.A casa esta tão quentinha.Á entrada todos se descalçam assim que entram, e colocam-nos logo, pantufas nos pés.
Aquele menino, que soube depois ter 10 anos, acolheu-nos tão bem e de sorriso aberto.Mostrou-nos a sala onde iamos dormir, aqueceu-nos um chá quente, mandou-nos sentar na cozinha,deu-nos bolachinhas de chocolate.A comunicação foi complicada, para podermos exprimir o que quer que fosse, mas logo ele apareceu com um diccionário de Inglês-Polaco,o que facilitou tudo.Com 10 anos, este menino arranhava o inglês.Mas nem tudo era perceptivél.
De facto ele marcou este encontro, de uma forma muito especial.Pela forma carinhosa com que nos chamava para a mesa ou esperava por nós na porta de casa, ou se vinha aninhar junto a nós de vez em quando.Era bom chegar a casa e vê-lo ali, a sorrir.Dono de uma voz encantadora, era solista no coro da catedral de Poznan, e aprendeu rápidamente os cânticos de Taizé.

Depois de um banho, e de nos acomodarmos, almoçamos um esparguete á bolonhesa, preparado por uma das irmãs mais velhas, que veio ajudar, visto a mãe estar a trabalhar, e trouxe consigo um bebé lindo, o Igor, de 1 ano e 6 meses.
Depois do almoço, foi tempo de nos prepararmos para sair, para a reunião do trabalho.E todos juntos lá fomos descobrindo caminhos do centro da cidade para os pavilhões onde seria o encontro, estávamos precisamente a 15 minutos a pé.E todos os dias, descobriamos mais um caminho ainda mais perto.
Depois de distribuir o jantar, encaminhamo-nos para a oração da noite, onde pudemos repousar o espirito e também o corpo.Todo aquele ambiente, me fez voltar a sentir, que sim, que vale a pena arriscar, partir ao desconhecido e lutar por ideal  comum, acreditando e sentindo uma fé comum.
Estavam presentes imensos países, que todas as noites eram citados, nesses momentos tinha a consciência, que taizé há muito se tornou, um caminho para muitos, na europa e no mundo.
No regresso a casa,deparámo-nos com um lago congelado, com jardins cheios de neve, uma passagem pelo supermercado, onde as pessoas trabalham de pantufas, por causa do frio.
Ao chegar a casa, a mãe Polaca, estava á nossa espera,com um grande sorriso, falava em Polaco e muito depressa.Preparou-nos um prato típico de peixe com legumes, frios, chá quente para acompanhar.Descobrimos então que um dos guias, que nos tinha levado da paróquia a casa, era um dos filhos, um rapaz de 15 anos.Ao todos eram 6 filhos.Alguns emigrantes em Dublin, mas que falavam connosco diáriamente pelo telefone, para poderem traduzir aquilo que diziamos, ou apenas para nos saudar.Da parte de todos senti um enorme esforço para nos compreenderem.Desde tradutores na internet, desde diccionários, gestos, expressões, a linguagem é universal.
Naquela noite, caimos no sono,mais depressa do que podiamos imaginar.Assim que nos deitamos o silêncio reinou.Lembro-me de sentir o calor daquela casa e sentir isso mesmo, confiança e acolhimento, vivendo mais uma vez o inesperado.

O dia seguinte era outro dia de encontro.

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