segunda-feira, 19 de outubro de 2009

She have diamonds on the inside...










Hoje, quis parar por aqui...apesar de todo o trabalho que se acumula, neste mesmo computador, aqui mesmo na janela do lado.
O tempo é escasso.Sei que me tenho queixado de falta de tempo para escrever, nos últimos meses.Talvez não escreva mesmo por isso, porque acabo sempre por me lamentar das coisas e não o quero fazer.Não quero transformar isto, num muro de lamentações, ainda que este seja o lugar onde me habituei a gritar para o mundo...do fundo da minha alma.Sem vergonhas e porquês.
O trabalho aumenta, agora que tenho o projecto de sala para fazer.É um desafio.
Apesar de ás vezes achar que trabalhar 8 horas, com imenso gosto e entusiasmo, e correr para o hospital para ver o meu pai, voltar a casa cansada e com coisas para fazer, jantar, dizer um olá aos amigos, respirar e fazer o resumo do dia, que passou, não cabe tudo no mesmo coração de outrora.E por isso as palavras não fluem como antes, não que não surjam, mas tempo para as deixar sair?Os sentimentos esses, tão doces e profundos como sempre.Apenas, vivem e permanecem no silêncio dos dias.
No entanto, sei que a hora a que visito o meu pai, é a NOSSA hora, aquela em que mais ninguém vai aparecer, que o tempo é nosso e posso estar com ele enquanto janta, e depois disso um bocadinho,para que o possa aconchegar para mais uma noite longe de casa.
Apareço e sorrio da porta, como se ele já me esperasse.Sou a última visita do dia, sempre.A hora a que vou, é a hora que mais custa a passar dentro de um hospital, pois é normalmente á hora do jantar que todas as famílias se reúnem.Tenho saudades disso.Muitas.
O sono chega mais cedo agora, e preciso estar bem para uma enorme responsabilidade que tenho em mãos, vidas muito pequeninas...e a descobrir o mundo, também através de mim.Conheço cada um deles, pelo nome, pela forma de chorar e rir, de pedir colo, e mimos, sei o cheiro de cor e as personalidades distintas e vincadas, mesmo tão pequeninos...Sei também as dificuldades, que me esforço para com eles superar.Tal como tento superar as minhas também.Somos seres imperfeitos.
No meio de tudo isto...ainda vai sobrando de vez em quando um tempo, de loucura em que rumo até Sintra,converso no pateo do Saudade,(o meu spot preferido do momento) ao som de boa música, com as estrelas como pano de fundo e redescubro sorrisos, memórias, sabores e sinto o cheiro a Outono, que a noite traz.
Esta semana, fiz uma coisa, troquei de mp3 com o Duarte, ele com o meu e eu com o dele por aí, e assim, é uma nova cor, saber o que o outro tem dentro, o que ouve...e descobrir novos sons que vão marcar algum momento...outros que são um puro regresso.Sabe bem, no fim de um dia que se fez cinzento, e de trânsito lento...sabe mesmo muito bem, deixar-me surpreender por uma música que me inebria os sentidos e me faz evadir, da rotina.
Deixo-vos uma delas e um sorriso meu, como há muito eu não tinha.
Afinal, fazer missão aqui, tem muito mais encanto, do que podia imaginar*











E peço força,envolta numa boa dose de esperança, para os dias que se avizinham.

1 comentário:

Fernando De Jesus disse...

Olá querida Ritinha... Embora longe, calado e "desaparecido", garanto-te que estás e estarás sempre presente nas minhas preces e orações! Um beijinho e um abraço deste teu amigo que não/ nunca te esquece...*