sábado, 12 de setembro de 2009

Respiro fundo e lembro-me da força!












E chegado o fim de semana, é tempo de fazer um resumo do que foram estes dias.
De como eu estou e me sinto.


Esta semana, a Renata, voltou para Timor, e amanhã de lá também, chega a Flor.


Foi a semana em que percebi que há dias muito maus, e em que confirmei que eu não nasci para viver numa cidade o resto da vida, nem isto me diz coisa alguma, este stress constante, de apanhar transportes, de picar o ponto, de passar á frente dos outros em tudo, de tratar mal seja quem for, por um lugar no autocarro.


As pessoas estão descontroladas, perderam as estribeiras e não olham a meios para atingir os fins.


O pior dia da minha semana, foi 3a feira, quando saí de casa e apanhei logo uma molha, debaixo de uma trovoada imensa.Só se viam pessoas a fugir,ainda de sandálias e roupa de verão.A primeira chuva de Setembro, veio brindar-nos forte e feio.Eu encharcada lá segui o meu percurso.No regresso a casa, depois de um dia cheio, os autocarros não passaram durante 2h, devido a um acidente.E quando vieram, fui obrigada a assistir a uma discussão sem nexo, e mais tarde a violência entre algumas pessoas, que apenas estavam cansadas e sob pressão.Foi horrível...no pára arranca, a noite a cair e eu dentro de um autocarro, em plena zona industrial, a ouvir uma pequena guerra.Isto é tudo o que não quero, isto é tudo o que não vou aguentar muito mais tempo, isto não faz parte do meu projecto de vida e vou lutar para mudar isto, dentro em breve.Por agora tem de ser assim...porque tenho que me manter perto de casa e da minha família.


Mas neste mesmo dia, confirmei, que de facto ando ao contrário do mundo, das massas e da maré.E que bom é, ser assim, sentir assim, viver assim.


Saber que o menos procurado é o melhor, que o menos visto e falado, é no fundo a melhor escolha.
Ontem foi noite de sair do trabalho e ir directamente para casa da Lu e jantar uns legumes divinais feitos no WOK, e depois conversa no saudade, aquele lugar que me vai conhecendo também.Soube-me a pouco mas foi relaxante.Acabei por constatar, que não me sinto parte desta sociedade tal como ela é...mas sim de uma sociedade remota, que desconheço e que vive num ritmo bem mais lento e harmonioso, com pessoas mais simples .Chamem-lhe utopia, o que quiserem,mas sei que existe e que me espera.Essa é a minha certeza.E que pode inclusive, resgatar-me para toda a vida...como quem arrebata um coração eternamente.



Não sinto que seja minha opção,não ter tempo para ler um livro, porque estou cansada e que chegar a casa, tomar banho, jantar e dormir seja também uma forma saudável de viver.Eu que sempre dei valor ao lado mais humano e ao tocar e ser tocada pelas vidas dos que amo.


Vejo os amigos de semana a semana, e alguns não vejo há 2 semanas.E aguento-me sim, pois que remédio, mas isso não impede que me queixe e reclame á vontade.


Este mesmo blog, a quem visitava todos os dias, como um bálsamo regenerador, agora visito 1 x por semana, ao fim de semana, porque só aí tenho tempo e vontade para escrever algo com cabeça...e coração.


Mas apenas para dizer, que os olhos da alma, continuam abertos e a funcionar, a captar o mundo e a senti-lo de forma intensa e profunda, só que a paisagem mudou um pouco ou um bom bocado e eu não posso transmitir nunca aquilo que não vejo.


Os olhos são afinal um espelho do que somos...e é através deles,que eu "vomito" o mundo, esta cidade, esta realidade e condição...neste momento.


E acreditem que isto não é nada bom de sentir, traz desconforto e ansiedade...aquela que me acorda antes do despertador tocar todos os dias e me faz suspirar enquanto espero o autocarro, ou olhar pelo vidro em andamento e perder-me em pensamentos, acompanhada pela banda sonora da minha vida.


É que o mundo é tão grande e vasto e há tantas pessoas a quem gostava de dar o meu abraço e alegria, pois precisam deles e depois, viver entre aquelas que não o conhecem e não sabem o que significa dar mas apenas ter, nunca poderão compreender isto, é no mínimo castrador.


Este não está a ser o melhor ano decididamente,é que ninguém me preparou para a quantidade de imprevistos e desvios que tive pela frente, mas o ano ainda não acabou...e o futuro é um segredo iluminado.Creio.






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