sexta-feira, 29 de maio de 2009



Pai,pai,pai,pai,pai...

















A minha ida ao Hospital hoje foi uma aventura.Primeiro para chegar,depois para entrar e no fim como tive de sair.

Cheguei tarde.Mas mesmo assim fui, sabendo que corria o risco de não o ver.Não me queriam deixar entrar, eram 19h35, por 5 min.Olhei para o segurança muito séria e disse, olhe faça como quiser, mas eu vou entrar de qualquer maneira.



Ele deixou.Acho que o intimidei não sei como?Talvez por saber que nada neste mundo me pode impedir de estar com o meu pai, no estado em que ele está.Sei que regras são regras, mas hoje mandei-as á fava.A vida fala mais alto do que tudo isso,ou não?



Subi, ia com o coração apertado, porque ontem ele não estava muito bem.Quando me abeirei da porta do quarto, encontrei o meu pai, prostrado, os olhos fechados, com ferro a correr para a veia, e muitos sacos a sair da barriga.Abriu os olhos, mal falou, sentei-me depois do beijo de sempre, pelo qual espero, o dia inteiro.Hoje custou vê-lo assim, hoje fez dor ao olhar.



Sei que não dormiu bem, estava com os olhos inchados e ar exausto.Daí a 30 min, ia fazer uma transfusão de sangue, para ganhar forças.



Hoje, pelo que me disse, recusou fazer fisioterapia porque não tinha forças.



Já tinha jantado pouco, foi a auxiliar que lhe deu o jantar.Depois, deixei-o dormir, descansar, e permaneci ali mais 10 min, de mão dada com ele, a olhar para ele e a sentir, que cada vez o vejo pior...mais fraco, mais longe da vida, do mundo.

Mas não de mim.



Sei que de uma forma ou de outra, estamos e estaremos juntos, numa ligação bela que nunca ninguém poderá romper, afinal, pai é pai.



E um pai como este...





(Acabei por ter que descer, mais cedo, porque o senhor da cama do lado, pediu para entregar um cheque á filha que estava no átrio, pois não pode subir, e eu como nunca deixo de ajudar e vi a aflição deles, já não me deixaram subir de novo...)

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