quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Reencontro.

Disse-me que tinha sido uma espécie de revelação e foi exactamente assim que aconteceu.Descobri-lo anos depois com um projecto a solo, e ele descobrir-me a mim, com tantos outros projectos, uns em curso, outros no coração.A infância lembrada...

Foi uma epifania ainda sentada na minha cama, depois de me mostrar finalmente o que andava a perder.

Pelo nome que ele "se" deu, pensava que ia ouvir uma coisa experimental, música arrojada e difícil de perceber. E não é que lhe falte verve, mas isto é tão bonito, soam caixas de música e aqueles brinquedos que se usa para adormecer os bebés, ouvem-se máquinas fotográficas e a voz é tão segura de si e quente, que me senti quase fragilizada.

E num momento ouço a coisa mais doce dos últimos tempos e a seguir sobe-me uma alegria pelo peito acima e já tenho o rato a clicar sobre o repeat.

À cabeça vem aquela pergunta inevitável, onde é que andaste este tempo todo, e nem sei se é o alerta laranja ou vermelho em que vivemos nestes dias, nem se porque a roupa custa a secar, ou talvez porque às vezes são dez da manhã e parece que está a anoitecer - alguma coisa me prendeu à música de Noiserv, também conhecido por aí como David.

É música de quem não me conhece mas que gravou, sem querer, as minhas memórias mais recentes. E, noutras músicas, guardou a minha revolução interior, o meu coração a querer saltar pela boca e o meu silêncio imposto.

Está frio, os dias estão escuros mas não faz mal, desde que possa continuar a ouvir isto. Vezes e vezes sem conta.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ritinha, Noiserv é altamente fixolas!
Já o tinha visto na fnac do chiado no mês passado. O som é qq coisa do outro mundo, tem tanto de estranho como de apaziguador.

Beijos