quinta-feira, 22 de maio de 2008


Viver implica...


...mas é tão bom.











Gostava por vezes de escolher o caminho certo.
Pensar muito bem, ser muito segura de todas as escolhas e ponderar e isso tudo.
Fazer o mapa e tomar as decisões de amanhã e depois. E prever as viragens, congelar as palavras, pré-fabricar os gestos.Mas não podia ser assim.
Lembro-me muitas vezes dos comboios e das linhas, tão certas, tão certas, tão certas...é sempre em frente e parar quando deve de ser, deixar entrar e sair e seguir...é simples demais.
As agulhas lá no sitio. Esquerda, direita, linha um, linha dois, linha infinito mais mil.
Tudo estudado e mais que previsto, ao minuto, ao segundo...
Mas não, a minha vida não consegue ser assim.

Habituei-me a andar a pé, devagar e a ver-me desenhar a minha história, a apreciar pequenas coisas que encontro nos passeios...nos rostos e olhares dos que não conheço.Na hora.A virar agora á esquerda e pensar que a seguir vou virar á direita, mas depois vislumbro ao fundo da rua, algo belo e que me chama a atenção e lá vou eu, rua acima, para descobrir e ás vezes o que encontro é maravilhoso...Surpreendente.De todo não nasci para planos muito estudados e rotinas sempre iguais.Deixo-me guiar pelo coração e pelo sentir.
É tão mais genuíno.E sou tão mais feliz assim...
E tantas vezes me engano no caminho, tantas vezes perco o fim, tantas vezes vagueio sem rumo.
E é por isso, só por isso e por algo mais que não sei explicar, só sentir...que a vida tem sabor e que aprendemos.

E há dias em que existir com saudade, dói. Há dias em que ser sem ti, cansa.

Sobram outros em que se percebe que a dor nos lembra estarmos vivos e o cansaço nos ensina a aproveitar a paz saida de um mar laranja e feliz...

Mas a maioria dos dias, ah esses...aí o existir não dói, porque é o melhor que temos e o ser, é ser-se só aquilo que se é, e isso é tão natural, e quanto á dor, essa acaba sempre por passar, e no fim só nos tornou mais fortes.


Estou a viver.
(E isso ás vezes não me deixa tempo para escrever...)






3 comentários:

Anónimo disse...

sim "há dias em que existir com saudade doí" ... mas a saudade só fica quando algo ou alguém nos deixa alguma "coisa" que se retem com carino e ternura ... e válido só por isso ...
que todos os recantos da tua mente sejam saudados pela saudade daquilo que se teve e nunca será perdido enquanto houver saudade ...mesmo que doa!

Beijinho

Anónimo disse...

P.S. e,sim, dor e medo são ilusões! Grandes ilusões que servem apenas para acorrentar o cerebro num calabouço de trevas ...
Outro ... beijinho!

Os olhos da alma... disse...

Bom, não sei quem é o autor(a), destas palavras...porque não assinou.Mas que são verdadeiras, são, e me fazem pensar que sim, que de facto o a dor o medo e a saudade, acorrentam-nos e não nos deixam avançar livres...
Um beijinho também...não sei a quem.