segunda-feira, 3 de dezembro de 2007











"A VIAGEM PARA AS TERRAS ALTAS DA ESCÓCIA...FÁ-LA-EI DE MANHÃZINHA"














SCOTLAND












EDINBURGH










O dia começou cedo...5h da manhã, sem perdão.


Entre as 6h30 e as 7h00 tinhamos que estar junto dos autocarros...


Rápidamente , arrumámos tudo, comemos cereais com leite quentinho e saímos, o frio da madrugada era duro,a noite cerrada, mas rápidamente, comecei a ver outros estudantes que se encaminhavam para a o mesmo local, e começaram a surgir mais e mais, de todos os colleges...que por ali há.


Rostos diferentes, formas de caminhar diferentes.


O percurso a pé era ainda de uns 25 minutos, mas até aqueceu...havia gente dos dois lados da estrada, e o bruburinho começava a ser algo concreto.


Chegámos por fim ao local de encontro, estavam 3 autocarros parados, entrámos escolhemos o lugar e lá mandámos a Norueguesa para outro banco, para podermos ficar juntos...(isto não se faz, coitada!)


Partimos, os espanhóis não se calavam lá atrás, sempre em verdadeira festa e algazarra...




A viagem durou cerca de 3h30, e passado 20 min, estavam todos a dormir...

























Confesso que passei pelas brasas, mas não fui capaz de dormir, afinal não queria perder aquelas paisagens mágnificas que se iam revelando aos meus olhos, á medida que a manhã levantava...

O que mais recordo é o verde, as montanhas, e as casas de sonho á beira dos riachos, como a minha será um dia.E dizer casas de sonho, não significa serem autênticos palácios, mas a riqueza reside no que possuem á sua volta...verde e mais verde, paz e mais paz.















Passaste a viagem embalado no meu colo, e eu só pensava no poema que me tinhas dado no dia anterior em Barnard Castle : " A viagem para as terras altas da Escócia...fá-la-ei de manhãzinha, para ver nascer o sol..." e tudo se cumpria!



Chegados a Edinburgh, senti que a cidade acordava, de uma noite fria e chuvosa.Tudo brilhava.

éramos cerca de 150 jovens...e logo ali, cada um começou a tomar o seu rumo...e a embrenhar-se pelas ruas que escolhera.











Uma breve paragem para consultar mapas, e saber onde virar...até que nos deixámos ir, e acabo por pensar que é sempre o melhor...









O normal desta cidade é estar cinzenta e chuvosa, mas lembro-me que á medida que caminhava o sol começava timidamente a espreitar...e assim foi, até que entrou por toda a cidade, de tal forma, que tudo ganhou outro brilho...


Mantivémo-nos com o grupinho de "origem", aqueles da festa na cozinha...e os mais próximos do Duarte também.Mas apenas pela parte da manhã.








Percorremos uma ,longa avenida...e só a arquitectura, deixou-me logo com aquele olhar do: "ISTO É ABSOLUTAMENTE FANTÁSTICO!!!"...







O sol ganhou força...uma força tal, que não me deixava ver certos horizontes, pois a cidade de um lado, está banhada de mar, e de outro de montanhas imponentes!


E era este sol, que dava á cidade aquele toque, de luz, em chão molhado...


Apesar de ser Domingo e ainda cedo, as lojas estavam todas abertas, e havia gente nas ruas...







Entrando nas lojas, era o mais comum ver-se, os 1001 tipos de xadrez Escocês, e cada um deles etiquetado com o nome da família a que pertence...existem milhentos e nenhum é igual ao outro.Reproduzem-se em meias, mantas, Kilts, chapéus...enfim, até os assentos dos autocarros têm direito a xadrez!







Senti-me uma verdadeira Escocesa...


E com tantas atracções, perdiamos em média 20 minutos por loja...porque entre comprar postais, lembranças para os amigos...e Pais!O tempo voa...o que vale, é que as lojas normalmente têm música Escocesa a tocar, e estar lá dentro dá-nos vontade de dançar!







Trânsito, habitual das grandes cidades mesmo num Domingo...


O sol ia alto já...e eu perdia-me em fotografias!Na terra dos sonhos, que hoje até se tinha vestido de azul...e sol, para nos receber =)






E lá vinhas tu, rua acima, resolvemos entrar na catedral...


Lindissima, com algumas diferenças, de uma catedral católica, esta por ser Anglicana, tem inúmeras particularidades que me dei tempo a perceber!








Vitrais mágnificos, filtravam a luz intensa do sol...as cores batiam no chão que eu pisava.Caminhei devagar por entre as colunatas...o Deus que conheço, habitava aquele local.


E nem por isso deixei de dar uma mentirita piedosa dentro da Catedral.Ora estava eu feliz da vida a disparar fotografias ( ainda que sem flash!), aproxima-se uma velhota, sorridente, e pede-me 2 libras!! Porque para tirar fotos é preciso pagar...logo lhe disse, que não tinha tirado, e que me estava apenas a preparar para o fazer...é um facto menti, dentro de uma igreja!


Uffa!







Á saida, parámos para comer uma sandes deliciosa com guardanapo, colado...ahahaha!


E foi quando vi um típico escocês, tajado a rigor, cuspir para o chão, no centro de um coração desenhado no chão de pedra...


Levantei-me logo e fui perguntar-lhe porque toda a gente cuspia ali?Se era alguma tradição?Que efeitos teria?


Pois, cuspir ali com toda a alma, dar-nos-ia sorte...em tudo, bastava acreditar.Lá enchi o peito de ar, puxei atrás e ploofff...cuspi!


Estas tradicões Escocesas...vá-se lá saber!






Continuámos a subir, e deixei-me deslumbrar pelas casas, altas, mas de uma harmonia arquitéctónica, incrivel.






E para quem julga os Escoceses antipáticos ou frios...pois desengane-se!São até prestáveis e sorridentes.


Á medida que ia espreitando pelas montras, havia sempre algumas que tinham algo de interessante, como esta onde um verdadeiro Escocês, se trajava a Rigor...quando percebeu que eu era uma PAPARAZZI...sorriu, e deixou-se fotografar!







E aqui as saias são para os homens e não para as mulheres, alguns deles vão trabalhar assim vestidos, o que para a população local é algo normal...


Diz a tradição que nada usam por baixo, essa parte não me foi possivel averiguar, mas com o frio que se fazia sentir, acho pouco provável!






Ainda em grupo, visitámos uma destilaria...onde o wisky conta a sua história!

Continuámos a subir, e o Duarte continuáva a fazer as suas compras de Natal...
















A subida terminaria numa praça cheia de luz e de gente, com vista para todos os pontos da cidade, e o castelo...muito bem conservado, e no seu estilo arredondado, assente em rochedos...no ponto mais alto da cidade!

















Ao longe montanhas, que rodeavam parte da cidade...e nos fazem sentir liberdade e não prisão...sentimento comum, a muitas das cidades que conheço!


Do outro lado, mar...muito mar!





Quando vi estas casinhas, pensei logo na Madalena, que sonha viver na Escócia...aliás ela esteve sempre no meu pensamento, de forma especial.Se te reconheci aqui?Em cada recanto =)







Sabia bem aquele sol...e aquele espaço aberto...no topo da cidade!


Por ali ficámos, até resolvermos que iriamos agora só os dois, deixando o grupo para trás...eram já horas de almoço e todos começavam a dar sinais de fome!






Comecei a descer de novo a rua, atraida pelo som de uma gaita de foles, que ecoava no ar...
Na descida, eu e a minha nova amiga, da Venezuela, mas a viver em Barcelona, deliciámo-nos com este Gaiteiro, e até nos puxou um pézinho de dança...fabuloso!

Como explicar que esta música já nasceu dentro de mim, e me reconheço nela de forma arrepiante.







Sim agora confiando no sentido de orientação do Duarte e nos mapas, iriamos nós...á descoberta!







Numa das ruas, demos de caras com o museu da Escócia, entrámos e demos de caras com um espaço muito bem organizado, e o melhor de tudo, completamente grátis...(Exemplo a seguir para os nossos governantes na pasta da cultura!!)


Fomos imediatamente recebidos e foi-nos entregue uma espécie de comando, onde teriamos um guia automático, bastava carregar no número da peça ou da sala, e ouvia-se tudo...em diversas linguas, claro que não tinha Português, apenas Espanhol ou Inglês...


Seguimos pelos andares...a história falava-nos.


Fiquei a conhecer muito bem certos aspectos de toda a Escócia...não só das cidades, bem como de toda uma fauna e flora...riquissimas, e belas.


Cultura musical...também.






Mas a melhor surpresa estava reservada para o topo do bolo, foi quando o Duarte se sentou na escada com o mapa do museu e descobriu que havia um terraço com vista sobre a cidade...


Descobrimos o elevador...e...









...e...ali ficámos perto de uma hora, a captar com o olhar verdadeiros postais, desta cidade que encanta!


O vento fresco...vindo do norte, e o céu que começava a escurecer e a ameaçar chuva, não nos deteve.


Recordo que foi neste terraço os melhores momentos de Edinburgh...as maiores e mais sentidas gargalhadas de vida, de presença...de nós!


E esta cidade é LINNNNDDDAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!






Ou não tivesses tu a infeliz ideia de me tirar esta fotografia...mais triste, PALYMOBIL!!!AHAHAHAHHAHAHHAHHA...esta só nós percebemos, pinipon!!!E a falha do dentinho...hein, é uma boa prespectiva de mim...que nos fez rir o resto do dia!Ligámos a máquina tantas vezes, para a ver e rirmos, que ficámos sem bateria... e de Edinburgh á noite, não há registos!


Pronto riam-se á vontade..eu sei que tá do pior!Mas se bão a pusesse aqui a historia não ficava completa, pois não Du?







Fui imensamente Feliz...contigo, neste local, quero voltar, pois há tanto que ficou por ver, pois na verdade, era estar contigo, o mais importante e o que tornava tudo tão especial e bonito.


Imaginei-me a ver aquela cidade sozinha, ou com outra pessoa, e porque é uma cidade bela, iria adorar na mesma...mas estas pequenas coisas, que nos fazem rir até á alma...quem as tem?








As nossas risadas atrairam um Escocês, que trabalhava no museu, era licenciado em história, e trabalhava como guia, ofereceu-se 1º para tirar uma fotografia, que nenhum de nós fazia questão de tirar, mas lá ficámos com um sorriso meio amarelo, pois já tinhamos milhentas fotos naquele local...mas pronto.


Depois começou a explicar-nos a história da cidade, de cada torre que apontava, de cada edificio que perguntávamos, ele sabia e indicava com o maior orgulho os pontos chave da sua cidade...






O céu ficava cada vez mais cinzento...e o vento mais forte, e afastei-me um pouco, comecei sem querer a ficar pesada por dentro, pensava que este era o meu último dia contigo. Depois seria o regresso a Lisboa, e a um mundo que amo, mas que não te tem, neste momento, e como me estava a custar, deixar momentos tão felizes...







Enchi o peito de ar, e decidida resolvi, que agora queria ser eu a dar-te algo..,por pouco que fosse, e pensei no mar, no mar que tanto falas e que tanto te diz, desde que deixaste Portugal ainda não tinhas estado perto do Mar.
Avancei, e perguntei, como se ia até ao mar de Edinburgh, quanto tempo levava?


Estávamos a 30 min a pé...por uma avenida, segundo ele.Mas também poderiamos apanhar um autocarro.


Assim fizémos.Estava decidida a levar-te ao mar.Sbia o quanto isso te ia, deixar bem.







Uma chuva forte, começou a cair...deixámos o terraço e passámos ás ruas agitadas.


A procura do autocarro certo.


E então foi a loucura, nunca me ri tanto, ao maldizer as velhotas Escocesas, que na fila do autocarro nos passaram á frente com uma pinta, aquilo é que foi chamar-lhes nomes em Português, e elas ainda sorriam e agradeciam!!!ahaahha...


Depois quando por fim iamos entrar no autocarro, não nos deixaram porque tinhas um capuccino na mão...


Voltámos á paragem, onde bebeste tudo até queimar a lingua...ahahha, meteste no bolso e entornaste...ahahahahhha!


E finalmente, quando entrámos, no 30, colocaste 2 libras, em vez de 1 libra, para o bilhete e só depois viste que aquilo era para pôr certo e não dava troco.Sentei-me a meio do autocarro e mijei-me a rir, com a tua discussão com o homem...


Vieste sentar-te indignado...e reclamaste todo o caminho!


Aos poucos deixávamos para trás o centro, para conhecer o subúrbio de Edinburgh...surpreendente, que não se vê nada com mau aspecto...ou mal cuidado.Tudo com um aspecto, florido...mesmo as casas mais pobres...eram um mimo.





Ás tantas, já não sabiamos onde estávamos e ficámos muito aflitos, pois mar nem vê-lo...só campo...o autocarro ia ficando vazio...e nós ali, a noite a cair.


O pior é que tinhamos deixado as nossas coisas na clockhouse do museu...que fechava as 17h!


Mas eu sabia que algo nos estava reservado...confiei!



E por fim o MAR, ao fundo de uma rua...que percorremos quase em silêncio.Sentia nas tuas passadas largas que querias lá chegar depressa.


Caminhaste para ele, e abraçaste-o.








E como uma criança, agarrate na areia e sentiste-a...respiraste fundo aquele cheiro...era o mar do norte, frio, escuro...








Fiquei a ver-te, feliz no mar que te quis dar...






A praia estava a ser varrida por um vento forte e muito muito frio...que decidimos aguentar e enfrentar, e por isso em silêncio, percorremos pela beira mar, um bom percurso...onde não foi necessário, falar, era um silêncio necessário a ambos, sentia-o.

Á nossa frente a lua surgia branca no céu...como em tantas outras praias longe dali, em que escolhemos estar, como desta vez.

Por ali apanhei pedras e conchinhas...de muitas cores, que já distribuí, por aí...por ali, senti que aquele frio, me arrancava de ti...e isso fez-me sentir de novo pesada.



E esta foi a última imagem de Edinburgh...que vos posso mostrar.

Depois disto a máquina perdeu a bateria...e as imagens estão guardadas em nós.E só as palavras as podem pintar.



















Voltamos ao centro, mesmo a tempo de ir buscar as coisas ao museu, que estava mesmo a fechar...tu foste a correr, e eu fui ter contigo...aquele percurso sozinha, fez-me bem.



Agora iamos percorrer as ruas iluminadas de natal, e ver uma cidade de luz...entrámos em lojas de música, puramente Escocesa, perdemo-nos nos sons, e tu não resististe a comprar um CD de harpa, e um livro, pois já deves sentir saudades de tocar...

Descobri Kate Rusby, como um segredo, que mantive até aqui chegar...

Descemos por uma parte da cidade que não conheciamos...e foi assim, maravilhoso, aquela encosta virada para 1000 luzinhas...






Lá em baixo o Christmas market...agitado, quente...



Mas antes de descermos, parámos para um chocolate quente...e Edinburgh é também uma cidade estudantes...onde eles têm direito a imensos descontos.

Descemos, passámos a ponte, e misturámo-nos na multidão, no calor de um mercado onde há de tudo...onde tu procuravas um gorro, com orelhas e experimentaste mais de 100...
Por lá haviam chapéus de Duende, cogumelos, fadas e magias universais, que reconheço...

Olhámos a roda gigante...e os gritos vindos das diversões de natal, senti-me pequenina, numa cidade tão fabulosa e surpreendente.Mas também senti que a tinhamos aproveitado da melhor forma.

E a melhor forma não é ver tudo e saber tudo sobre ela, mas saber viver cada momento como único e efémero.


A hora de partir estava próxima, e começamos a caminhar lentamente para o ponto de encontro...logo apareceram todos, cheios de sacos de compras, com ar cansado de tanto percorrer...a contar as novidades do dia, que tinha sido longo e cheio de emoções.

Entrei no autocarro e depois de uma fatia de pizza, adormeci.
Assim deixava Edinburgh para trás...e um dia de sonho.

Acordei e fomos á conversa...sobre estes dias, sobre o que nos une...sobre o futuro.
E foi tão bom.
Agora não haviam mais dias para gastar...
Quis adormecer...quis.

Chegámos a Durham eram 23h...fomos ao quarto e ainda houve energia para os restos de uma festa Arábica organizada no college...onde o Dennis ainda me conseguiu por a dançar...
Mas depressa pensei no dia seguinte e nas horas de viagem sozinha, que tinha de fazer...talvez o mais duro fosse mesmo, as lembranças que trazia, deixá-las para trás.
Deixar-te a ti.
Fui para o quarto e arrumei a mala, pousei o caschecol da tua avó no bengaleiro, e fiquei assim...
Tu chegaste pouco depois...e então...


JKFGUDITHEUIRGVMPEROJVHGNIOÇXHJEAKJDKF
DHJFGYDRBUUJIIOIKNJFDJHDGFHGRHJGGHJGHJGJHK

hjgfiurhgjfhgjrkghfoerfhnjjgbbhg


Adormeci com o teu abraço...que tudo resolve.
Apazigua.
Compreende.


No dia seguinte era muito simples...eu ia, e tu ficavas.
Mas seria tão simples assim?







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