quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O 1º dia...
Durham!

Bom depois de uma noite mal dormida, de tanto entusiasmo, o dia para o Duarte, começou cedo,8h...lá foi para sua rotina, banho, pequeno almoço, arrumar a mochila, como quando éramos pequenos...e sair.
Levantei-me e despedi-me de ti, como se fosses para muito longe, desejei-te um bom dia e disse-te que te esperava para o almoço...á portuguesa.





Eu aproveitei para ficar a descansar mais um pouco...ali entre as tuas coisas.
Quando acordei...soube-me tão bem, abrir a janela...
Fui descobrindo pequenos recantos e surpresas...doces!O teu mundo.

E ainda meio a dormir, resolvi entrar na cozinha...que estava num caos, um verdadeiro caos, com restos de festa por ali...loiça, muita loiça por lavar.Como ia eu cozinhar ali?








Depois de um banho quente, de arrumar o quarto, resolvi arregaçar as mangas e tive 1h a lavar loiça, junto á janela, lá fora chovia e fazia muito vento e frio, e eu detinha-me a pensar em tantas coisas.De vez em quando passava alguém para cima ou para baixo...para as aulas, ou para almoçar, alguém que estaria certamente longe de casa...longe de quem ama, e isso é possivel de observar nos olhares distantes por vezes que trazem...
Por ali fiquei com as mãos debaixo da água quente...organizando um espaço que não era meu...mas porque era um pouco teu, quis fazê-lo.







Por fim chegaste,já trazias saudades... lá me ajudaste a fazer o bacalhau á Brás, para aprenderes...fizeste a salada, e cozinha cheirava a comida Portuguesa!!!
E o sabor...huuummm!







Bacalhau pronto...almoçamos, a tarde seria para visitar Durham...Apesar do frio lá fora e do vento intenso, eu só esperava que no dia a seguir, dia dos meus anos o sol brilhasse...




Lembro-me que no fim do almoço, foste ao frigorifico e foste buscar uma preciosidade, uma Manga!São ao preço do ouro...lá!


Apanhamos o autocarro para o centro, e lá fomos...o dia cinzento ajudou a que a noite chegasse mais depressa...a noite caiu pelas 15h30, 16h...e foi sempre assim, todos os dias!


Durham agitado, com trânsito...com brilhos que a chuva trouxe, com cheiro a natal, e eu que ainda não o tinha sentido por aqui...

Atravessamos a ponte, fiquei a olhar o rio...e as luzes que se acendiam.



Fiquei com estas bolachinhas na cabeça e não chegamos a provar...


A praça do mercado...


A subida para a catedral e para o castelo...



As portas mesteriosas e coloridas que me fascinam...e ás quais juntei a minha cor, porque ás vezes tudo fica demasiado cinzento...


O teu sempre Abraço-grito de liberdade...que tantas vezes testemunhei...mas agora eras tu ali, no teu mundo de agora...longe de todos os outros que conheces.E eu ali contigo.


No coração de Durham...


Esta catedral é fantástica...por fora, dá-nos a sensação de ser intransponivél, uma fachada forte e imponente...alta muito alta, carregada de história...





Depois de a ter imaginado...foi a vez de lhe tocar não só com o olhar.



Tive o cuidado de bater á porta...para entrar.


Lá fora deixava um dia, quase noite...um dia de pequenos nadas, que dizem tudo.


Lá dentro, acolhedora...apesar de ser gigante e alta, fomos imediatamente acolhidos por um habitante local ao serviço da catedral, que nos falou um pouco da sua história...e do quanto se orgulhava de ter nascido ali.

Uma volta pelo corredor central, deu-me a descobrir uma beleza incrivel...e sentámo-nos num dos bancos, sensivelmente a meio.

Começava então um ensaio do coro...vozes arrepiantes de belas que eram.Adoro assistir a ensaios assim, e deixar-me ficar a ouvi-los mesmo com todas as interrupções e erros...é bom.

Uma oração dentro de cada um.A presença de Deus, ali diante de nós...uma lágrima, um abraço, permanecemos ali mais alguns minutos...

Talvez a tomar consciência de que na verdade estávamos mesmo juntos, em Durham.


Descemos calmamente, abraçámos uma árvore gigante á saida da catedral...estava frio, muito frio.

Fizemos o caminho do rio.O mais belo que percorri por lá.Escuro, muito escuro, mesmo junto á margem,passámos uma das muitas pontes da cidade...detivémo-nos a ouvir o rio...e a ver a Lua a surgir cheia de Luz...não tive medo, porque tu estavas comigo...e porque confio em qualquer escuridão ao teu lado.

Lembro-me que falámos sobre tanto...sobre nós, sobre o mundo, sobre o futuro...lembro-me que em meia dúzia de passos juntos, tomámos decisões importantes.Aquele rio, aquela lua, foram testemunhas...





O frio apertava, ao fim da tarde...e entrámos num pub, um local simpático, quente e com uma vista maravilhosa sobre o rio e o castelo, deixando ver a lua a subir por entre as árvores...






Um chocolate quente e um capuccino, era o que apetecia...e assim foi, apesar de descobrir que lá não há serviço de mesa, e expostas estão 1001 bebidas, e tipos de cerveja...que é de facto o que se bebe mais.






Lembro-me de sentir aquele sabor quente e doce, mas já estar quente por dentro á muito...e estar ali, foi como parar no tempo...surgem-nos sempre tantos sonhos e projectos de que falar, e então é quando se ganham asas...e se voa, rumo ao futuro.
Um futuro feito por mim, com os meus passos, aqueles que quero dar...e vou conseguindo.Tudo porque existem pessoas mágicas e únicas na nossa vida...que nos impulsionam a ir cada vez mais longe.




A conversa estava boa, só nos apetecia ficar...quentes e com o tempo por nossa conta.Eu despedia-me das últimas horas com 25 anos...e revia tantos momentos que passaram este ano, em silêncio podia fazê-lo, sem que tu mesmo te apercebesses.

Regressámos a casa...e como vos hei-de exprimir aquele sentimento, "que bom entrar em casa, num local que é mais ou menos um porto de abrigo"...mesmo que não seja muito familiar...

E o que vinha mesmo a calhar era uma sopa á Tugas...quentinha, foi o que fizemos, enquanto o Duarte preparava uma apresentação para a manhã seguinte...eu ia cozinhando.

Foi uma bomba de vitaminas...


Enquanto jantávamos, reparei que só os Portugueses têm este infinito hábito, de comer á mesa, com calma...por diversos países que passei, reparei que a cultura da mesa não é muito praticada...mas sei bem o valor de uma refeição partilhada...

Por ali na residência, cada um come coisas rápidas e se cozinha, vai comer para o quarto...a cozinha está quase sempre ás moscas...



Depois do jantar, demos um saltinho até ao Bar lá do College...e só vos digo, uma torre de babel, cada um de seu canto do mundo...

Um espaço onde se pode estar até ás 23h...e onde há matrecos, sofás, bebidas...espaço para convivio no fundo...

Foi ali que conheci o Denis, de Singapura...muito divertido, que me dava uma vontade de me rir á gargalhada, só pelo jeito de estar...e lá engraçamos um com o outro e foi até ao fim...






E do bar, para a cozinha do Denis, foi um salto...e aí sim, uma Francesa, uma Espanhola, um Turco, uma Alemã, um Inglês, e 2 Tugas (NÓS)...e o Mário das Filipinas.







Este foi um dos momentos que mais gostei, porque ali se fez uma verdadeira comunidade.
Uns foram buscar pizzas, cervejas, e bebidas típicas do seu País...e partilhou-se de tudo, rimos muito, fizemos uma algazarra e chegada a meia noite, os Parabéns a mim...HAPPY BIRTHDAY TO YOU...!
E tive direito a PARABÉNS em todas as linguas presentes...
Mas a alegria teve o seu ponto alto quando ouvi a voz da Madalena do outro lado...=)
Ai lembrei-me do mundo a que eu pertenço, e que amo sem fim...e tive saudades sim.
Mas também era uma experiência diferente estar ali...entre gente tão diferente de mim...com objectivos tão diferentes, mas celebrar a alegria, era algo muito semelhante entre nós...
Ali ficámos a falar até tarde...sobre o mundo, sobre culturas, sobre a vida!






Voltamos ao nosso quarto, para descansar, pois este 1º dia já tinha sido tão intenso...que os próximos também se adivinhavam assim...
Recebi durante 2h, mensagens dos amigos...que me faziam sorrir, e adormecer em paz!





Foi assim que a noite de Durham tomou conta dos meus sonhos ao teu lado, e me fez adormecer num sono tão repousante...e profundo, para despertar no dia dos meus anos com a visão mais bela que algum dia tive, ao acordar...

Plim*





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