quarta-feira, 28 de novembro de 2007



(Bom, depois de alguns dias passados sobre o regresso de uma realidade encantada, é tempo de partilhar...depois de dar eco á alma, e deixá-la repousar.)









A Partida...








E foi assim, que prestes a completar 26 anos de vida...deixei Lisboa para trás, numa manhã de sol...que acabou por ser de chuva ao descolar...


Saí de casa com o maior sorriso do mundo, lá fui para o aeroporto.


A espera na sala, tornou-se uma intensa observação de como as pessoas reagem antes de iniciarem uma viagem pelos ares, e as conclusões são sempre incriveis,muita ansiedade, passos para cá e para lá, café...ligam para todos e mais alguns.


Eu, pensava que me esperavam muitas horas, até chegar ao meu destino, portanto, estava calma e só pensava naquele abraço, que há tanto tempo, queria encontrar...


Claro k a easyjet, acaba sempre por se atrasar, saimos com 1h30 de atraso, e para começar bem, um senhor teve um ataque de ansiedade, o que levou o inem a bordo, e ali estivemos até que ele se acalmasse...

Não consegui ir juntinho á janela, pois uma Chinesa muito sonolenta, ia a tombar a cabeça constantemente, e não me deixou despedir da minha cidade de LuzBoa...
E aqui está ela...






















A chuva apareceu...















Adormeci, e quando acordei a 20 min de chegar a Londres, estava quase de noite e eram apenas 16h30...uma linha laranja ao fundo, marcava o rasto do sol...









Bom, chegada por fim a uma terra que nunca antes tinha pisado, fui direita aos passaportes, um frio de rachar, que me cortou ao meio, veio assim que saí a porta do avião...


Fiz uma descoberta importante, e estranha, que o meu B.I, é partilhado por uma cidadã que se faz passar por mim, e é Brasileira, tudo porque aqui a Rita perdeu um B.I, e nunca mais o viu, agora sei, onde anda...e apanhei um susto, quando vi a policia pedir para os acompanhar.Pensei que já não chegaria a Durham...mas tudo se resolveu, pois o passaporte não deixa margem para dúvidas...


Segui o meu caminho, no Free Bus, para os comboios de Luton, para poder chegar ao centro de Londres e apanhar por fim o comboio com destino a Newcastle, em Kings Cross.


Os comboios não muito cheios, com gente de todas as nacionalidades...trouxeram-me aquele sabor a subúrbio.Londres é de facto Cosmopolita...como imaginava!

Á minha frente uma senhora que me parecia Indiana, rezava baixinho com um livro na mão...e eu sentia-me cada vez mais perto de chegar!







Por fim, Kings Cross!Uma estação Enorme, cheia de Luz, e destinos...tinha algumas horas de espera, 3h, resolvi guardar as malas num cacifo, que se pagava 7 Libras por hora...deu um total de 20 libras só ali...o que é bastante, para umas simples malas.Bom mais liberta, fui comer ao Mac...e rodopiei pelas ruas, vi gente, lojas, autocarros, uma cidade imensa e agitada...de seres individuais...distantes, mas lá estava eu...a fazer parte de tudo aquilo...sabendo bem para onde queria ir!Sem me sentir perdida...tinha um sorriso interior, que me permitia observar...cada detalhe!




Pelas 22h, apanhei o meu comboio, e acomodei-me junto á janela, mesmo com a noite cerrada, queria ver, e sentir o mundo lá fora...e o caminho que me levaria mais perto de ti.

Á conversa fui, com o "Gadelhudo", que não chegou a dizer-me o nome...mas que estudava engenharia civil, e ia para York...falamos o essencial, sobre Portugal e Inglaterra, as razões daquela viagem...enfim!O cabelo dele era mesmo fenomenal...


Fiquei quase sozinha na carruagem, e faltava pouco para chegar...e nunca vou voltar a sentir o que senti, neste percurso, o aperto cá dentro, as pernas meio a tremer, uma ansiedade estranha assim sentida, de finalmente estar a chegar junto de ti, 2 meses depois de nos tornarmos um pouco virtuais...no que toca á comunicação.

Porque acredito que uma outra forma de comunicar, nos deixa bem perto das pessoas que amamos, sem ser necessário qualquer tipo de tecnologias...e essa, nós já a descobrimos faz tempo.

Oiço por fim, Durham...

Pego nas malas, e mal me posso conter, abre-se a porta, e olho para um lado, ninguém, olho para o outro e lá estás tu...acenas-me e vens a passos largos ter comigo a sorrir, e eu largo toda a bagagem no chão...desprendidamente, e abraço-te por fim, com toda a força que trazia...depressa se enchem os olhos de água, que voltam para dentro...há gente por perto, alguns amigos que te fazem companhia nesta aventura longe de casa...a estação está deserta, e fria, muito fria.

Mas finalmente tinha chegado ao meu destino, cheia de histórias lá segui caminho...sem acreditar que estava ali!

Apresentações feitas, retiram-me as malas, e caminhamos para o night-bus...este leva-nos ao college, e eu pela janela vou olhando as ruas, e as pessoas, que apesar da hora avançada, e do frio se passeiam por ali, sem roupa...e sem sono!

Ou não fosse Durham uma cidade de estudantes...cerca de 15.000!

Chegados ao college, subimos a colina, e cada um segue para o seu bloco, há imensos,um local agradável e bem organizado, onde há minimercado, ginásio,um bar, sala para festas,lavandaria e todas as estruturas para que tudo funcione bem...sem razões para recear estar longe de casa, mesmo muito longe, a não ser as razões que não podemos calar, dentro de nós!

Chegados ao quarto, foi imediatamente desarrumar as malas, e dar aquilo que a familia e os amigos tinham enviado...o bolinho feito pela avó, que bem que soube, e tudo foi com sabor a Portugal e ver-te assim feliz por estares mais perto do que amas, foi muito bom!

Mensagens de força...e de saudade!



E queriamos dizer tanta coisa, um ao outro...que nos atropelávamos nas palavras e nas emoções, lembro-me inclusivé, de ir á casa de banho e de me teres dito, para continuar a falar, para aproveitarmos todos os segundos!

Eram 4h da manhã a tagarelice continuava...e tu tinhas aulas cedo, enquanto eu podia ficar a dormir entre o teu mundo...

Deitamo-nos, e a conversa não parou...o coração parecia querer saltar do peito...era um não acreditar na presença fisica um do outro...uma ansiedade boa de sentir!

O dia nasceu e entao adormecemos.

Que bom reencontrar este sorriso de Duende...que me fala como nenhum outro.

Que bom estar ali, sentir-te respirar e pensar que haviam dias á nossa frente!






Boa noite!
E um sempre até amanhã...mesmo que longe.

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