Olhos que vêm,olhos que sentem... flutuam,acariciam, protegem, olhos que se apaixonam, todos os dias...pelo mundo.
quinta-feira, 5 de julho de 2007
Eu Velhinha...
Queria um dia ser muito velha. Ter rugas bonitas, sulcos das expressões traçadas na minha vida, marcas dela em mim; e cabelos muito brancos, longos como a minha existência e lisos como a fluidez de plenamente a ter vivido, inocente e cheia de silêncios acertados.
Queria que os meus olhos, com o passar do tempo, se tornassem candeias, muito claros; ou então negros como a transparência que se esconde no fundo de um poço que sacia quem por lá passa.
Os braços, meigos de abraçar, longos e fortes de ternos e os ombros, pouso das aves cantoras, dia e noite.
O peito, um leito doce de encantos confortáveis, ao ritmo compassado de uma respiração lenta e sábia de experiências, e o coração, leve como um canto, enorme como os vulcões sossegados.
O sorriso, finalmente verdadeiro, largo como uma planície onde eu pudesse avistar todos os meus desejos, consumados ou não; e o regaço... sempre guardado para abrigo do Amor Maior, pois nele é que se verteriam todos esses dons que eu sonharia ter, se ousasse tanto, e se conseguisse um dia ser tão velha.
Todo o sangrar de mim se concentraria inevitavelmente nos pés de bailarina com muitas danças por cumprir; mas creio que o restante haveria de impedir que até mesmo eu pensasse nessas danças mais vezes do que... um imenso quase nunca.
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1 comentário:
Hás-de viver, sim,e se não for em idade, viverás na memória de cada um de nós, que te amou...a quem tu,tanto marcaste.
Um abraço do Armando, da serra da estrela!!!
(Quando vens cá?)
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