segunda-feira, 16 de julho de 2007

Espelho?












Vou agora encontrar-me comigo mesma, encarar-me no espelho que tem a moldura enfeitada com pedaços de cascas de árvores, folhas vermelhas e frutas silvestres, doces, tão doces.

Vou olhar-me até a minha imagem ser completamente, aos meus olhos e sentir , aquilo que sei que é...que gosto que seja e que não me arrependo que seja. Mas sobretudo aquilo que aceito.

Coisa que não preciso de fazer, para o saber, olhar-me ao espelho?!

No entanto para que não restem dúvidas a quem não concorda com a minha forma de viver e a acha exageradamente feliz, descabida e utópica, eu hoje olho-me ao espelho, esse espelho interior, que muita gente nunca vislumbrou sequer (ou anda com ele partido...) e faço até uma reflexão.







(Ora então se me dão licença...é questão de minutos...volto já!)







Gosto de esperar...enquanto me olho.Não tenho qualquer espelho á frente.E os meus olhos estão fechados.Olho para dentro.

Gosto dos meus olhos que não mentem, e esbanjam tudo o que sentem.

Gosto de cometer loucuras, sem vergonha...de as fazer acontecer e do inesperado, que corre sempre bem melhor, que o planeado.

Gosto do sorriso parvo, que deixo sair, por pensar que vou continuar a ser exactamente como sou, deixando que o tempo e a vida me moldem e nada mais...e há-de haver sempre quem Ame, e quem desgoste.

Mas eu, eu Gosto, e isso é o interessa no fundo...

Gosto também quando choro, e digo porquê...e não tenho pudor de pedir um abraço ou de me evadir em desvaneios.

Gosto dos dias em que tomo decisões, pontuais, e sei tão bem que têm de ser tomadas ali, naquele dia.Nunca sei se me protegem, se me ameaçam as decisões, mas assim nunca seria possivel decidir nada, mas eu faço-o. Nunca vi as garras que pressinto. Mas já vi muitas vezes as asas brancas e macias que me abraçam sem fim.

Depois... depois adormeço e sinto o abraço dessas asas em volta do meu corpo que se abandona, e então vêm os sonhos, que não me assustam, repletos de sentidos cujo significado julgo perceber sem jamais admitir tal coisa.

Gosto de esperar.

Mas o meu tempo está a esgotar-se e eu estou envolta em novos sonhos e caminhos.





Fora do meu casulo macio, aguarda-me um planeta onde há ainda gente que se arrasta, atrás não sabe bem de quê?!... e uma vida onde não sei se ainda haverá lugar para mim e então terei de ter, EU, lugar para ela.

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