segunda-feira, 23 de abril de 2007

É DOMINGO.








Depois de um dia caseiro, que não tinha fazia tempo, de ter acordado há hora que o corpo pediu, de ter tomado o pequeno almoço em pijama, com a maior calma do mundo em frente á televisão e de esperar preguiçosamente pelo almoço que assava no forno, dou-me ao luxo de um banho demorado e perfumado.
A semana não me permite esta rotina...e sabe bem demorar assim sobre as coisas que nos fazem sentir bem...
Tinha saudades de casa, na verdade é isso, vou a casa todos os dias, mas isso não é estar em casa.A última semana mal vi os meus pais, ou comi com eles á mesa.Saia do trabalho para os ensaios para o festival, e chegava tarde...e cansada.
Este festival consumiu-me tempo e energia.



Valeu-nos o prémio de melhor letra, ou não fosse ter sido escrita por uma poetisa.O festival em si teve um bom ambiente e obrigado a todos os amigos que apareceram por lá, para dar uma força, afinal estar em cima de um palco e olhar rostos familiares no meio de tanta gente sempre ajuda.


Depois de uma semana de correrias, escolho a noite para sair...o ar está ameno e o céu estrelado, apetece-me rio ou mar.


Este domingo é finalmente meu e faço dele o que mais quero.


A companhia é a de muitas e muitas vezes ali, em frente ao rio...conversando.


Ali permaneço na margem contrária, desde a última vez que comtemplei este rio que mais parece um mar, Lisboa adentro.


Águas calmas, serenas, iluminadas pelos navios de cargas que passam e por um cruzeiro que deixa escapar música alegre, que vem até nós pelo sabor do vento.


Imagino por instantes a vida dentro daquele barco, a as pessoas que nele embarcaram, que dançam, brindam, cantam e gozam desta forma a mesma noite que eu, deixando para trás Lisboa, rumo a outras paragens...


Ás vezes apetece-me partir, não por fuga, ou por estar mal aqui, mas porque por mim estava sempre de partida, viajar é das melhores coisas que há, um novo lugar dá-nos sempre novas cores, novos brilhos, novos desejos.


Ainda assim, sabendo que amanhã é segunda feira, fico a ver o cruzeiro afastar-se e alegro-me por todos os que lá vão, e por momentos ter viajado nele...


Olho á minha volta, acordo, e vejo tanta gente, crianças, idosos que passeam de mãos dadas, cães que correm, ninguém parece importado com o facto de ser segunda feira, todos querem aproveitar os restos de um dia que ainda nos pertence por inteiro, há uma agitação fora do normal para um domingo á noite...ou sou talvez eu, que a sinto por dentro.


No meu pensamento, muita gente que não vi, mas queria ter abraçado, no meu pensamento Taizé, inevitávelmente, ainda e sempre muito presente.Os laços que ficaram e que cuido.


Na minha convicção, que esta semana, será mais calma.


Vou pegar naquele livro que deixei a meio e acabar de o ler, vou voltar a escrever tudo o que tenho guardado...


Quero voltar a nadar mais que 1 vez por semana, nadar faz-me bem e eu tenho mesmo que perder peso.


Não é um propósito mas uma certeza.


Será o regresso á calma e ás nossas essências?


Incrivel como um domingo me fez decidir tantas coisas e relembrar outras.


Era disto que eu precisava, de parar junto de mim...e arrumar as gavetas da alma.

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