Há em Maio qualquer coisa de maior, qualquer coisa de promissor.
Não sei bem explicar que amor é este, quando nasceu, porque regras se rege, mas Maio é para mim um mês que torna tudo mais possível, como se as arestas da vida se limassem, como se mesmo o que não se realiza ou sequer se vislumbra estivesse já lá, inscrito na brisa morna, nos dias mais longos, nas noites mais serenas, na lua mais iluminada.
Maio é este amor maior, o canto da rola a embalar o ar, a sombra e a luz em contraste indiscreto, o feno no campo, as floreiras a engalanar varandas, as andorinhas em voo picado, os mangericos que crescem, a sardinha assada, o pão saloio e o cheiro a brasa. Maio é este encanto, este render, este baixar a guarda, este abrir o peito ao vento e os braços à estrada. Maio sabe a começo de viagem mesmo que a seguir a ele o ano se divida ao meio. Maio sabe-me sempre a casa arrumada.
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