domingo, 18 de maio de 2014

Amizade.







Sabe pela vida, a visita de um amigo, por estes dias.Ontem 30 minutos, hoje 1h de caminhada, devagarinho, ao entardecer,rodeada de amigos.Os que são sempre passo certo na caminhada.Mas quando estamos mais circunscritos ao espaço de casa, e os movimentos não permitem grandes aventuras...são uma lufada de ar fresco.Para fazer rir.Para sonhar.Para recordar.Para mimar.Para vegetar.A cama já não tinha mais espaço.Mas o coração tem.Há horas mais silenciosas, que me perco.Outras que sou apenas sorrisos.E vontade de assim permanecer.

E as 3 de hoje, nós, partilhamos algo em comum. Experiências além fronteiras.África e Timor.E a saudade tão grande que fica.E a vontade de voltar.Sempre.Isso ainda nos une mais.

Por isto e muito mais,ter fé é inevitável. Por mais que a vida nos ponha à prova, nós vamos continuar a acreditar nela. Podemos, até, ter de assentar melhor os pés no chão, manter uma passada mais forte, mais firme e mais certa. não faz mal. Podemos ter de correr mais dias do que os que tínhamos previsto, se isso nos fizer transpirar tudo o que não queremos cá dentro, vamos. Sozinhos, ou na companhia de quem nunca nos deixa para trás. Nunca.

Depois, quando esta fase de desilusão passar, quando a calmaria voltar ao nosso coração, vamos voltar a pensar que tudo se vai compor. Tudo se compõe sempre, e a vida acaba por nos ajudar a encontrar um caminho alternativo. 
Tudo depende do nosso olhar, da nossa disposição, da forma como encaramos o que nos acontece, quem nos acontece na velocidade dos dias, de como nos levantamos perante cada queda e como nos comportamos face às adversidades. Se pensarmos que não vamos conseguir, o mais certo é não conseguirmos mesmo. se acharmos que não somos capazes, as forças vão faltar ao longo do caminho. Se acharmos que não podemos, o vento vai soprar mais forte e vai-nos mandar ao chão, é mais do que certo.
Há momentos em que estas coisas cansam mais, parece que fica tudo empancado no mesmo lugar e nenhum nó se desata. Parece que nunca mais saímos do mesmo sítio e ainda assim passamos os dias às voltas e a crescer. Há dias em que nem valorizamos a sorte que temos. Tontos, parvos, ingratos.
Há dias que são verdadeiros testes à nossa paciência. Mas a vida é isto mesmo e tem fases. Umas mais coloridas, melhores, alegres e certinhas. Outras mais cinzentas, turbulentas, estranhas. Mas tudo passa. Tudo. E por isso é que a única forma que conheço de passar por algumas coisas é respirar fundo, bem fundo, até sentir o ar abraçar-me com muita força. Depois... depois é arregaçar as mangas e trabalhar.Trabalhar lado a lado com a fé. A mesma que está lá sempre, nos dias bons e em todos os outros.




São também assim os dias de que é feita uma vida. De sombras e lugares estranhos. De dúvidas, retrocessos e equívocos. Depois o tempo avança, os gestos reconciliam-se com o dia a dia. Passam os minutos que se transformam em horas e com elas regressa a vontade de continuar o caminho, ainda que o destino seja uma incógnita. 

Quando o corpo resiste o Sol insiste. Sorri-se perante a obstinada resistência. A nossa.
Rendemo-nos à evidência de que a cada dia tudo recomeça. E que no que de nós depende, pode sempre ser melhor.
A vida vale sempre, sempre a pena.




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