segunda-feira, 14 de abril de 2014

Duarte em Lisboa.



























Olhar Lisboa, de frente.Ficar de costas para Lisboa.
Sentir Lisboa longe e perto ao mesmo tempo.Vislumbrar-lhe as formas...e admirá-las.Com calma, sem pressa.
Cruzando outros destinos distantes e tão diferentes, nesta mesma paisagem, é mágico.É mágico com quem fala a mesma língua do que nós.Com quem nos conhece a alma, desde há muito.Com quem viajou connosco, de comboio, a pé, á boleia, com quem se partilhou a sandes, os últimos trocos, com quem se perdeu comboios e autocarros, com quem se respirou o sol, as montanhas, o mar, a cultura remota de um povo.Com quem se sentiu vezes sem conta, a presença de Deus.
Ás vezes jantamos, outras vezes apenas bebemos.Ás vezes passamos horas a ouvir musica e a dançar, sem querer saber onde e quem nos está a ver...outras vezes apenas contamos o dia-a-dia.Ás vezes a coisa fica preta, mas lá nos reconciliamos.
E rimos.E choramos.E ficamos pelos sonhos.Alguns já tornados realidade.
Os caminhos do mundo, desaguam no Tejo.Num ponto final...que nunca o é, porque o retorno a quem se ama nunca tem fim.
Mas seja qual for o caminho, sabemos sempre para onde vamos: o sossego no outro.No silencio que não incomoda.No trajecto, há sempre uma forma nova de surpreender - no sorriso, no abraço, na companhia. Todos os dias ( que são muito poucos), diferente.De cada vez que passam meses, ou anos sem nos vermos...é imprevisível, mas nunca é o fim - isto nos traz a paz no outro. 
Como tão bem sabemos, não precisamos de gps, nem de trajectos marcados, nem de linhas traçadas, para chegar aqui.Onde estamos nas nossas vidas. Porque viver de verdade é isso: é ter a confiança, a certeza, a vontade férrea, de, qualquer que seja o caminho, sabermos sempre o destino: tu,que vives no meu peito, feito porto.Eu, na tua mão, feita âncora...



Ps.Para as minhas mãos, veio um brinquedo que chegou da Índia, de onde ouvi as histórias.E de Istambul matei as saudades.

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