terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O reencontro, Lichinga
























O tão esperado momento do reencontro, aconteceu por fim, no dia 14 de Fevereiro.Um céu ao amanhecer lindo...visto do avião, que me deixou elevar os pensamentos.
Que melhor dia, este, em que muitos clamam o Amor, sem saber muitas vezes o seu verdadeiro significado.
Aterrei numa Lichinga, completamente verde e mais fresca, do que aquela que tinha deixado.Aterrei com uma mala cheia de sonhos e projectos a aplicar.
O cheiro, era o mesmo.Nunca se esquece.
Á nossa espera a inconfundível Ir.Ferreira.Depressa me vi no caminho para casa.Depressa aquela paisagem me encheu a vista.
O ponto alto, a paragem na escolinha.
Quando entramos no bairro, o meu coração começou a bater a 1000, só de pensar nos rostos que deixei há 3 meses atrás.E no quanto eles significam para mim!No quanto me mudaram e enriqueceram.
Assim que o carro parou, e eles me viram, começaram a correr e eu saí do carro, mal conseguia pôr o pé dentro da escola, e depois, foi um momento de alegria, ouvir gritar o meu nome:"Tia Rita!!Tia Rita!!", pulamos, abraçamos, sorrimos, nem sabia bem para onde me virar, o sorriso falava por mim.
Esperei tanto aquele momento.E de repente estava ali.E eles também.As lágrimas da despedida, deram lugar a sorrisos de chegada.
Como se esquecem estas pessoas?Como se vive longe desta realidade para sempre?
Nunca.Não há forma de o fazer.Deixam uma marca tão forte e tão bonita, pelo que nos ensinam.
Só pensamos em voltar, em abraçar estas vidas, confortá-las, torná-las melhor.Olham-nos nos olhos, fixam-nos.E sei que não poderei ficar para sempre.Sei que é um tempo exclusivo da minha vida.
A escola cresceu, encontrei mais estruturas, mais alunos, (cerca de 400 no total).
A nossa escola é boa, é considerada uma escola piloto, por estas bandas, claro que há muitas falhas, técnicas e humanas, mas comparado com a maioria das escolas, esta escolinha ainda tem, cor, condições mínimas e aceitáveis.Há ainda dignidade, tentam passar-se regras básicas, de higiene, comportamento, relação com o outro.
Depois cheguei a casa e foi entrar num espaço cheio de memórias.As saudades da Benedita que partilhou comigo 5 meses de projecto.
O dia, foi para arrumar tralha e mais tralha no devido lugar, como se me tivesse mudado para aqui...e o sentimento era esse, o de chegar a casa.Chegar ao que é simples, ao que sempre se desejou, como projecto de vida.
Adormeci por fim ao começo da tarde, com aquele sentimento de paz, apesar de cansada, estava pronta para entrar num longo e regenerador sono.
Depois acordar,para 10 meses de serviço, pronta para sujar as mãos com o que for preciso!
Pronta para o que vier.
De coração aberto, porque não há outra forma de Amar.

1 comentário:

Rosa disse...

Só assim é ser de Deus.mas não é fácil deixar tudo...ou será que a compensação não é mais gratificante, sentir que somos úteis a quem pouco tem.