A walk of Saturday in the center...
No sábado passado, voltámos a Kizilay, para visitar a grande mesquita de Ankara.É mesmo a maior e mais bonita mesquita que já vi.Penso que só quando vir a mesquita azul em Istambul me vou sentir assim.Uma imensidão de cúpulas e janelas vistas de fora.E lá dentro um acolhimento e uma paz deliciosas.Antes de entrar, todos se lavam, as mulheres colocam todas lenços na cabeça, e tiram os sapatos na porta principal.A arquitectura é de uma beleza estasiante, que nos deixa sem fôlego.E sim o sentimento é forte e percebemos que esta religião tem fortes tradições e seguidas ainda hoje á letra.
Sentámo-nos por 30 minutos, enquanto a nossa professora de Turco fazia a sua oração, nós fizemos a nossa.Estive ali sentada durante aquele tempo.Passaram-me tantas coisas pela cabeça.Nas voltas que a vida dá,naquelas que eu dei com ela, e na forma como encarei cada uma delas.Esta aqui é mais uma...e estou certa que trará algumas mudanças mais visivéis e sentidas.Já o posso sentir.Mas ainda não o consigo explicar.É cedo.
Foi muito bom ter parado aqueles minutos ali.Ver como as pessoas rezam, ver como encaram a sua relação com o divino.Uma coisa eu sinto sempre, em qualquer mesquita as pessoas nunca nos olham de lado e nunca nos criticam por fazermos seja o que for.Outra coisa é que todos podem falar dentro da mesquita, ninguém manda calar ninguém e as pessoas interrompem a sua oração frequentemente para várias coisas, não tem que ser seguido.Isso ainda me custa compreender, que não entrem no mood oração e o levem até ao fim.
Nós as mulheres ficamos sempre á parte dos homens.A zona mais espaçosa e previligiada é para eles.O que nos dá também a possibilidade de um maior recolhimento.
Saindo da mesquita, fomos comer uma sandes de Hamsi, o peixe mais delicioso que provei até hoje.A fila é longa e não pára nunca de aumentar.Depois fomos tomar um café num local novo, e ali há imensas variedades de café.Com sabor a côco, a avelã, a caramelo, chocolate, menta, com gelado, com canela, enfim...cheira e sabe a café.Foi o primeiro local onde encontrei um bom café e prometo voltar, bem ali no centro de Kizilay.Ficámos á conversa o que sabe muito bem, por estes dias em que o tempo escasseia.Mas os Turcos têm sempre tempo para nos ouvir é incrivél, como para eles escutar o outro é muito importante, mais do que falar.(Ou não fosse eu Portuguesa)
Voltámos a casa, apenas porque nos disseram que não é seguro andar no centro depois das 21h, eu não achei nada disso, mas quem sabe, sabe, assim apanhámos o metro e viemos para casa.
Ainda não me habituei á ideia, de que sábado á noite aqui é um dia como os outros, não se faz nada de especial, ou seja, ninguém sai até mais tarde por isso.As pessoas vão a casa dos amigos, saem para fazer compras, mas depois do jantar, não há grande vida social, o que para 2 Portuguesas como nós, é no mínimo estranho.Andamos a precisar de sair á séria, se é que faço entender.
Mas vou percebendo que aqui, as regras religiosas, são uma orientação nas suas vidas muito forte, mais do que em qualquer outra religião talvez.E tudo isso influencia o estilo de vida.
Estilo esse que até aqui me agrada e me surpreende aos poucos.
Tudo na nossa vida é uma oportunidade de descoberta e tudo depende da forma como olhamos cada coisa e a enfrentamos.Eu escolho olhar de frente e nunca desistir.
E isso pode mudar tudo.
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