domingo, 27 de junho de 2010

Dia 25 de Junho
Pai que estás no céu.





Este dia já passou.Mas não posso deixar de escrever sobre ele.Demasiado importante.
Foi o dia em que começou o campo em Covasna.Um dia atribulado, cheio e cansativo.Um dia em que um pensamento me acompanhou a cada instante.Me faz doer a alma, me fez encher o peito de ar e desejar tanto que as coisas não tivessem sido assim.Mas foram.
Acordei cedo, preparei tudo para partir,não tive tempo para tomar pequeno almoço,chovia torrencialmente e dirigi-me para o centro com a Fabienne, depois de 25 minutos a tentar encontrar um táxi, pois pensámos que estávamos atrasadas.Mas no fim não.No meio da chuva e do trânsito, senti o coração bater.Quis chorar, abrir a janela e dizer a todos o quanto me doía o coração.
Dirigimo-nos para a biblioteca universitária, gente vip  começou a chegar para a sessão de abertura do campo, na sala do anfiteatro.Os voluntários nas mesas de registo, ou com os microfones, pela sala.E quis gritar naquele microfone, o quanto este dia ainda está presente em mim, desde a última vez que o celebrei.
Não sei bem, mas toda a agitação do dia, a partida para Covasna nos autocarros, as 3h30, de viagem, vieram dar-me o tempo e o horizonte necessário para pensar neste dia e no que eu faria se assim pudesse.Encostei a minha cara ao vidro e deixei a paisagem desta Roménia longinqua, entrar pelos meus olhos e perder-me em recordações, doces e amargas.Quis partilhá-las com alguém, mas nenhum momento me pareceu apropriado e assim que chegámos ao hotel, foi acomodarmo-nos e jantar.E depois sim, sentei-me na varanda do meu quarto com vista para as montanhas, debaixo de chuva e escrevi.Escrevi aquilo que gostava de ter dito neste dia, com a minha voz, o meu sorriso e o meu quente abraço.Ao invés da paz que ele me dá,que vazio por vezes se instala quando penso nele.Ainda.E não sei se para sempre?
Dormi como um bébé, mas antes de adormecer, faltou ainda, cantar-lhe os parabéns, soprar as velas e desejar-lhe muitos anos de vida...ver a sua reacção perante um embrulho que trazia sempre um mimo...como em tantos anos, o fizémos.
Sim.Este 25 de Junho, é o dia em que o meu Pai faria, 64 anos.
E dos seus 64, 28 foram para me amar e ver crescer, para me educar e tornar melhor pessoa possivél.Ás vezes não o sei ser, mas tento o meu melhor a cada dia.E orgulho-me tanto de ser um bocadinho dele no mundo, espalhando esperança e alegria, desejando descobrir mais e mais sobre tudo o que me rodeia.Essa é sem dúvida a melhor prenda, eterna e infindável...que ele me deixou.E muitos me dizem que não sabem de onde vem tanto Amor que sentem dentro de mim?Mas eu sei a resposta...e tu também Pai, que estás no céu.
Parabéns ao que foste, és e serás em mim.
Amo-te para sempre e mais um dia...

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