terça-feira, 16 de março de 2010

Ai Lisboa...










Lisboa...hoje voltei a ela.
A essa baixa, que relembra tempos antigos (meus e de outros...)
Já disse muitas vezes nestes dias,em que me preparo para partir, que não gosto de Lisboa.Que quero ir embora daqui.
Menti.E minto se o disser.Uma coisa são as regras sociais e pessoas que as fazem, os subúrbios e frieza que cresce neles, outra é a essência pura de uma cidade.E Lisboa ainda a guarda muito bem.
A minha cidade, onde nasci e que tantas vezes percorri, é linda.Tem encanto, tem luz, tem algo que mais nenhuma cidade da Europa onde passei, me transmitiu.Não por ser minha, mas por ter um estilo tão seu.
Lisboa ao anoitecer...é de encantar.Lisboa pela noite dentro, esbanja luz e vida, Lisboa ao amanhecer é tirada de um filme envolta em neblina, Lisboa com sol ou chuva, é sempre bela.
Lisboa canta o fado pelas pedras da calçada e tem aquilo que ninguém mais tem, aquilo que os que não nasceram cá, nunca saberão reconhecer.Podem admirar ou até odiar, mas Lisboa, para quem a conhece, sabe o seu sabor a sardinha assada, escuta o seu fado...pelas ruas, sobe as suas colinas e enche os olhos com o azul do rio, sempre a espreitar.
Hoje andei por lá, em jeito de despedida...e a melhor companhia do mundo para o fazer...
Começamos por percorrer a Av.5 de Outubro a pé até ao Saldanha.Fomos ao Instituto Franco Português, ver um filme surreal e do mais Francês que pode haver...só rir.
Saímos e a noite tinha uma brisa agradável, jantamos por ali...conversámos, apanhámos o metro, onde dançámos valsas e tangos por nós inventadas, como se ninguém estivesse a ver e num ápice estavamos na baixa...fomos a S.Nicolau, á celebração das 22h, saímos e a noite ainda aptecia mais.
A Rua Augusta, onde já andámos descalços á noite em pleno verão, com o chão ainda quente...agora amena.Já se sente uma brisa diferente no ar.As montras dos moínhos de café arrumadas e cheias de aromas e cores.
O elevador de S.Justa, iluminado e estreito...o Rossio e a água a correr...e por fim uma paragem na república da cerveja, junto á estação...ali onde os nossos caminhos sempre se separam.As janelas iluminadas nas águas furtadas...o céu limpo, a cidade que não pára, mas em nós a quietude daquele recanto.
Os sonhos colocados em cima da mesa...outros tantos relembrados.
Eu vou ter muitas saudades desta Lisboa. 
De ti.
Subo as escadas rolantes faltam 6 minutos para as 00h e marcamos encontro em Bucareste.Falámos até não nos vermos mais...os outros não importam. 
Até lá?

E para trás não deixei ficar nenhum sapato...mas isso não quer dizer, que esta não seja também uma história de encantar.

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