terça-feira, 23 de junho de 2009


You have my bless










Em jeito de resumo.

Depois de um fim de semana agitado, por diversas razões, mas que acabou da forma mais especial que podia haver, a semana começa em força.

O Domingo, teve uma tarde de voluntariado especial, única, esplendorosa.E quando digo isto, falo pelo que vejo que os doentes sentem e eu sinto, e nós sentimos, numa sintonia tão cúmplice, que nos faz sentir vivos e com um carinho por cada um deles muito em especial.A força que eles me dão é essencial e já não saberia viver sem passar as tardes de Domingo ali.E a alegria que eles sentem por poderem contar connosco é imensa da mesma forma.Há sempre uma surpresa, uma lição.Cada vez sinto mais que o meu futuro passa por ali.É um imenso campo, á espera de ser trabalhado e semeado.E a terra muito fértil.

Os dias correm ao sabor da esperança, aquela que não morre, mas subsiste conformada, no que toca ao meu pai.

Passou ontem para enfermaria, e hoje já o pude aliviar nos pequenos cuidados que diariamente me habituei a fazer.Hoje teve muitas visitas e estava muito bem disposto.Está num piso diferente, com caras diferentes, tudo novo, (daqui a uns tempos, desconfio que vou conhecer todos os cantos ao hospital...).

Na quinta feira celebra 62 anos.E eu ainda não sei como vai ser e o que fazer, mas há-de surgir-me algo criativo, ainda que seja simples.Umas flores coloridas, para animar o quarto, um bolo pequenino mas personalizado, e muitos sorrisos e amor por perto.

Hoje quando saí do hospital, fui jantar fora com os meus tios e estivemos largas horas á conversa, sobre questões importantes, relativas ao futuro.E ambos concordamos que dar tudo pelos que amamos até ao fim, é indiscutivelmente necessário e uma forma de amor, que nunca devia ser negada, nem devia faltar á pessoa em questão, ainda para mais se o grau de parentesco for o de filha.

Eu, faria o que estou a fazer pelo meu pai, a qualquer pessoa que precisasse de mim, porque cedo me habituei a estender a mão, onde é preciso, quanto mais fazê-lo pelo meu pai.É claro que sim, como toda a dedicação.

O estender de mão que vem do alto de uma secretária, de um estatuto ou via telefone, pouco faz, ou vai mudar.E para gestos concretos, estamos nós a família.Não podemos contar com boas intenções, mas com gestos que mudam e ajudam a minimizar este sofrimento, físico e emocional do meu Pai.E do qual partilhamos.

Falar do futuro, implica imaginá-lo sem o meu pai e isso é algo que eu não quero fazer ainda, porque terei tempo para o sentir.

Não nego que penso nisso e apenas de o pensar os meus olhos se enchem de água que retorna ao local de onde veio, sem cair.Isso porque sei, que vai mudar muita coisa.Será uma página que se vira.E não é todos os dias que viramos páginas na nossa vida.

Mas enquanto há vida, faz-se pela vida,depois não adianta.Depois será sempre tarde...e aquele sentimento que podíamos ter feito mais, não tomará conta de mim, porque faço tudo o que está ao meu alcance.Iria ao fim do mundo por ele, mas ir ao fim do mundo não seria suficiente para o curar.

Por agora, quero aproveitar cada segundo e enchê-lo de sentimentos positivos.

Esse é o meu esforço e missão diários, que partem de pequenos gestos.

Gestos que falam de Amor.

Amar-te, até ao fim.



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