You have my bless
Em jeito de resumo.
Depois de um fim de semana agitado, por diversas razões, mas que acabou da forma mais especial que podia haver, a semana começa em força.
O Domingo, teve uma tarde de voluntariado especial, única, esplendorosa.E quando digo isto, falo pelo que vejo que os doentes sentem e eu sinto, e nós sentimos, numa sintonia tão cúmplice, que nos faz sentir vivos e com um carinho por cada um deles muito em especial.A força que eles me dão é essencial e já não saberia viver sem passar as tardes de Domingo ali.E a alegria que eles sentem por poderem contar connosco é imensa da mesma forma.Há sempre uma surpresa, uma lição.Cada vez sinto mais que o meu futuro passa por ali.É um imenso campo, á espera de ser trabalhado e semeado.E a terra muito fértil.
Os dias correm ao sabor da esperança, aquela que não morre, mas subsiste conformada, no que toca ao meu pai.
Passou ontem para enfermaria, e hoje já o pude aliviar nos pequenos cuidados que diariamente me habituei a fazer.Hoje teve muitas visitas e estava muito bem disposto.Está num piso diferente, com caras diferentes, tudo novo, (daqui a uns tempos, desconfio que vou conhecer todos os cantos ao hospital...).
Na quinta feira celebra 62 anos.E eu ainda não sei como vai ser e o que fazer, mas há-de surgir-me algo criativo, ainda que seja simples.Umas flores coloridas, para animar o quarto, um bolo pequenino mas personalizado, e muitos sorrisos e amor por perto.
Hoje quando saí do hospital, fui jantar fora com os meus tios e estivemos largas horas á conversa, sobre questões importantes, relativas ao futuro.E ambos concordamos que dar tudo pelos que amamos até ao fim, é indiscutivelmente necessário e uma forma de amor, que nunca devia ser negada, nem devia faltar á pessoa em questão, ainda para mais se o grau de parentesco for o de filha.
Eu, faria o que estou a fazer pelo meu pai, a qualquer pessoa que precisasse de mim, porque cedo me habituei a estender a mão, onde é preciso, quanto mais fazê-lo pelo meu pai.É claro que sim, como toda a dedicação.
O estender de mão que vem do alto de uma secretária, de um estatuto ou via telefone, pouco faz, ou vai mudar.E para gestos concretos, estamos nós a família.Não podemos contar com boas intenções, mas com gestos que mudam e ajudam a minimizar este sofrimento, físico e emocional do meu Pai.E do qual partilhamos.
Falar do futuro, implica imaginá-lo sem o meu pai e isso é algo que eu não quero fazer ainda, porque terei tempo para o sentir.
Não nego que penso nisso e apenas de o pensar os meus olhos se enchem de água que retorna ao local de onde veio, sem cair.Isso porque sei, que vai mudar muita coisa.Será uma página que se vira.E não é todos os dias que viramos páginas na nossa vida.
Mas enquanto há vida, faz-se pela vida,depois não adianta.Depois será sempre tarde...e aquele sentimento que podíamos ter feito mais, não tomará conta de mim, porque faço tudo o que está ao meu alcance.Iria ao fim do mundo por ele, mas ir ao fim do mundo não seria suficiente para o curar.
Por agora, quero aproveitar cada segundo e enchê-lo de sentimentos positivos.
Esse é o meu esforço e missão diários, que partem de pequenos gestos.
Gestos que falam de Amor.
Amar-te, até ao fim.
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