domingo, 7 de junho de 2009


Dia e meio





O resto do dia de ontem foi um total inesperado...

A lua, vi-a nascer amarela no céu, cheia.Vinha ela por detrás do hospital no horizonte e eu a ir-me embora depois de consolar, satisfazer esta ou aquela vontade que o meu pai já não pode alcançar sozinho.


Bom, depois a noite foi para festejar o aniversário da Beta, que fez 30 anos...


Primeiro o jantar pelo Bairro alto, com muitas caras novas outras nem tanto e animação.


Valeu por ver a alegria da Beta, e como estava feliz, valeu por ter ido arejar...e me ter rido tanto, pela noite bonita que estava, pelas partilhas.


Mas tudo aquilo, música, luz, gente, me deixou um pouco estranha, o bairro é muito bonito, e tem muitos rostos, mas a realidade que vivo neste momento não me deixou alhear...e estar ali de corpo e alma.O corpo talvez estivesse...


Bom, depois do jantar, andamos um bocadito pelo bairro, a furar a multidão em busca de um cantinho onde se pudesse parar e conversar.Assim foi, com a luz da lua a reflectir-se nas fachadas de azulejos dos prédios...um reflexo que me levou muitas vezes para longe...















O dia de hoje, foi exercer o meu direito de voto e escolha.Esperando assim um futuro sempre melhor e mais equilibrado...para a nossa sociedade.

Depois lanchar e divagar em Belas, e a estrada para o Telhal estava tomada...os meus doentes á minha e á nossa espera e eu ansiosa pelo abraço deles...são lindos.São únicos,são belos, são puros.

No meio deles estou bem.Hoje o Sr.Domingos, que adora cantar o fado, passou o tempo a enfiar-me o pé de uma flor,na cara,nas covinhas e ria-se,feliz.Depois alguém chorava porque a mãe não ligava...um abraço de consolo, mas longe de ser o de uma mãe.Depois o castiço Deodato que fez anos no dia 4 de Junho, e eu não soube.Hoje porém, cantei-lhe os parabéns...cheia de alegria,pelo dom da sua vida.Uma vida que me enche de meiguice e doçura, apenas de pensar nele, o que muitas vidas próximas de todos os dias não conseguiram fazer.Há vidas que nos tiram tanta energia, que nos desiludem tanto...pelo desejo de perfeição.

Ali no Telhal a perfeição é relativa.Estar vivo uma dádiva.Não se corre para atingir os parâmetros da sociedade...

E como eu me sinto bem ali, na presença de Deus de uma forma simples.Muito simples.

E é isso que cá fora me rodeia, em muita gente, a falta de verdade e simplicidade...o querer parecer algo que na verdade não se é.

Sou o que sou pela graça de Deus.Cheguei até aqui pelo que aprendi...da vida.Com todo o amor e desamor que ela contém.E por fim faço a minha escolha pelo Amor.E o amor é sempre transparente.

Aprendo muito ali, de cada vez que entro no Telhal, já estou a aprender, com quadros que vejo...e ficam retidos nos olhos, mas vão direitos ao coração.Por lá ficam até que retire do que vi e senti a lição diária.

O segredo que cada dia traz...para a vida.





Boa semana.

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