domingo, 5 de abril de 2009

Na quietude de um Domingo...










Queria dizer-te isto:





Lisboa é tão bonita. Olha como o entardecer de Abril pousa suavemente sobre a cidade. Vê como a Primavera volta passo a passo aos sítios que foram seus, e a brisa da tarde beija as cortinas e as plantas das casas do teu bairro.


A tua vida tem estado feita de noites, de lágrimas e de estrelas, de luas frias e silenciosas. Deixaste que os teus olhos se acostumassem às ruas escuras, à penumbra dos bares, às luzes de neon e ao fumo azulado, como se fosses um anjo caído.


Ouve-me, eu vim da tarde luminosa e asseguro-te que chegou a Primavera. Fecha as portas do teu armário e deixa que a tua roupa negra, os teus sombrios pressentimentos, as tuas máscaras de amargura caiam no esquecimento. Vai à varanda da tua sala, olha para os céus diáfanos, ouve o ritmo musical da vida nas ruas e procura aí a tua esperança.


Lisboa é tão bonita. Estou contigo na varanda e vejo o mesmo que tu, sei que a esperança sempre esteve aí, nas ruas de Lisboa. Escondida e em silêncio como uma criança que se esconde, à espreita e ansiosa por ser descoberta.


A sombra da morte nunca poderá anular aquilo que é vida!





Um beijo*







Dizem-me por vezes que é absurdo o Universo, que a vida não tem sentido. Mas não é um sentido o que procuro, nem uma explicação ou uma promessa, senão o estar aqui, viva e em equilíbrio comigo. Gosto deste simples abandono, sim, a palavra justa será abandono, a doce renúncia que me proclama dono e senhor do meu caminho. Hoje sinto vontade de deixar a outros as tarefas deste mundo, e que o meu mundo seja a magia desta tarde, e dos sonhos que ardem dentro do meu coração. Quero deitar-me no areal e sentir a quietude de Abril pousar sobre mim, essa subtil penumbra Primaveril, e saber que ninguém virá interromper a minha tarde. Quero viver o que sinto dentro de mim, não quero sobressaltos, nem vozes, nem horas marcadas. Agora sei onde está o meu equilíbrio, agora sei que vive dentro de mim algo que é mais vivo do que a vida que tantos dizem viver.


1 comentário:

zélia disse...

minha rica menina....


OBRIGADA PELA PAZ QUE ME TRANSMITISTE NESTE PEQUENO, GRANDE TEXTO.....

Tu sabes que ás vezes sou terrível...mas eu sei que tu melhor que ninguem sabes onde está a tua felecidade....e como a procurar e viver....

um bom domingo pra ti....

que saudades dos fins de semanas arrozzzzzzzzzzzzzsssssss...lol mas eles voltarão....aquela casa tens as portas sempre abertas ..


bjs adoro te


Tudo que vive em Lisboa esta comigo e permanecerá eterno...agora sei que se deve voltar ao sítio onde já fomos felizes...pois concerteza que seremos mais ainda...