sábado, 22 de novembro de 2008

Ontem na Peninha...
Não sei olhar para a noite, sem me comover com a beleza que ela traz, naqueles dias ventosos em que pareço distante e em que me esqueço de tantas coisas. Quando estamos longe, é exactamente este o momento que repito em segredo, é com esta imagem que me convenço que afinal ainda há tanto a celebrar, que o Outono em que nasci, é uma estação cheia de folhas douradas que revolvemos com a ponta dos nossos sapatos.

Fechas os olhos quase timidamente enquanto levas a mão à cabeça e é tudo tão delicado que me sinto incrédula perante tantas estrelas cadentes, perante uma lua que nos sorri e um silêncio de ouro que nos inunda até ao fundo - este local para começar o fim de semana foi muito bem escolhido por ti.

Quero-te tanto, mas deixo que o vento te mantenha seguro, longe de mim, longe do meu desejo de te prescutar os sonhos.

Pedacinho de alma, não sei se te hei-de chamar assim.Ficamos horas a divagar sobre o mundo e o universo,ali mesmo debaixo dele, mas tu olhas-me com essa doçura tão grande, olhas-me sem pressa, como se o meu olhar te fizesse sentir seguro e te desse certezas daquilo que procuras.Soubesse eu as respostas, mas apenas te posso dizer, que sim, que a tua espiritualidade sente-se, faz sentido e pode chegar muito longe, ajudar tanta gente.

Quero fixar a placidez com que encostas o teu rosto ao tecto da noite e à pedra, a forma como encaixamos durante as recordações, tu tranquilo, eu consumida pela imagem da noite.

Quero que sejas sempre assim, quero ouvir-te dizer o ainda e sempre e prometer que estarei para sempre junto de ti.

Quero sentar-me devagar junto á parede do mundo, onde as luzes em alvoroço lá ao fundo, nos fazem imaginar vidas e sentir a tua luminosidade como um foco de paz ali ao lado.

Mas quando fecho os olhos, tudo o que vejo são ainda estrelas cadentes.

-"Viste??

-Vi!!"

E as estrelas cadentes são belas, mas fugazes.

Ainda sinto é o frio desta noite.

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