Não consegui chegar...
O mês de Setembro já lá vai, e o dia 1 de cada mês é sempre uma promessa, não sei bem de quê.
Setembro foi o mês do campo missionário, de algumas certezas, e também do agravamento do estado de saúde do meu pai, o que vai fazer com que me lembre sempre deste mês com um misto de saudade pelas coisas boas que vivi e de preocupação, pelas que estou a viver.
Hoje, estava tudo um caos com a greve, não consegui chegar ao hospital a tempo de ver o meu pai, pois os autocarros além de cheios passavam de 2h em 2h.
Fiquei triste.Muito triste.Foi o 1º dia que falhei.
Compreendo que a greve seja um direito e necessária, mas quando sei que milhares de pessoas eram para ser operadas e não foram, quando outras tantas esperaram meses por uma consulta e no fim não tiveram...tendo sabe Deus que esperar mais outros tantos, até que remarquem.
A greve nos serviços de saúde acaba por se tornar muito grave.Nos transportes ainda se vai dando um jeito, tal como em outros sectores, mas na saúde é brincar, com um sistema de saúde já por si deficiente e pobre.
Mas a minha mãe conseguiu chegar, pois foi a meio da tarde e não á hora de ponta, e esteve com ele.
Sei que ontem á noite lhe tiraram a sonda, finalmente e que começou a beber chá.
No entanto, quando tudo parece estar bem...não está.Os vómitos recomeçaram e por isso, continua sem comer nem beber.E voltou a sentir dores.Nada fica no estômago...fez uma TAC, para ver o que se passa e mais noitícias, só amanhã.
Juro que por momentos respirei fundo de alívio, mas quando percebi que tinha piorado, caí de uma altura enorme...esperámos tanto que aquela sonda fosse retirada, e agora não sei.
Não sei.
Não vale a pena perguntar onde anda Deus, nesta altura, porque sei que está precisamente ao nosso lado, como sempre esteve e não nos vai deixar.
Por isso continuo a esperar e a confiar.Não tenho feito outra coisa.
Eu e uns tantos que Amo, que comigo caminham.
Amanhã é outro dia.
Boa noite.
3 comentários:
Força!
Lembra-te que também há trabalhadores na saúde e que precisam de defender a sua dignidade.
Eu lembro-me, mas quando a dignidade estiver á frente de salvar uma vida,aí não me lembro...porque nada justifica adiar uma operação que ás vezes se esperou muito tempo...
É a minha opinião.
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