segunda-feira, 31 de março de 2008






La vie est un long fleuve tranquille...


















Estou de volta.
Encontrei uma Lisboa mais quente...embora chuvosa.
Hoje o sol voltou a beijar-me.
Depois de voar 2h30 pelos céus, eis que o meu mundo de novo.
Foi rápido e não me deu tempo para pensar em muito.
Não consegui escrever logo uma palavra que fosse, sobre o que vivi estas 2 semanas.As fotos, ainda não as tenho...vão demorar.
É que há tanto para contar...que não sei por onde começar.
É sempre assim.
Taizé foi uma semana de reencontros e descobertas.De sorrisos francos e lágrimas que lavam a alma.
Soube tão bem...mesmo com tanta neve, e frio de rachar...não foi fácil, para quem ficou em tendas!
Tive uma equipa de trabalho e um grupo de reflexão estupendos...e a camarata aveirense foi assim, rir, rir, rir...
As noites passadas na igreja, foram como sempre acolhedoras...reveladoras e bem mais quentes.
Reconciliei-me comigo e com um amigo.
Tomei decisões e sei bem aquilo que não quero nunca mais e vi o tempo que andei enganada acerca de algumas pessoas, na minha vida.
Vibrei com as descobertas de quem lá estava pela 1º vez...caminhei serenamente e ao meu ritmo, pelas tardes fora...ou pela noite banhada de luar.
Encontrei tantas pessoas boas...daquelas que nunca duvidei que existissem.
Abracei sem fim...e sorri a quem não conhecia.
Vi todos os autocarros de Portugal partirem na tarde de Domingo de Páscoa, e pude dizer após alguns instantes: " Afinal é isto que fica...?", um silêncio, uma quietude, e uma saudade...chorei sem fim, por amar tanto, demasiado.
Refugiámo-nos na igreja do silêncio, e tudo começou de repente a fazer um enorme sentido.
Depois uma caminhada até Ameugnhy e á Olinda, onde estivemos com a Dulce e vimos o pôr do sol.Mais uma oração da noite, onde não haviam rostos conhecidos, apenas os nossos lado a lado.
Descobri que uma CASA, não é o local onde vivemos, mas sim aquele onde nos sentimos bem e em CASA.
E o meu é lá.Em Taizé.
Na manhã de 2a feira, acordei com um manto branco que cobria tudo...eu e o Duarte conseguimos uma boleia para Paris, num autocarro que ia para perto, e nos acolheu de uma forma estupenda.Partimos ao som do meu cântico favorito, "El Alma que anda en amor..."
Em 5h, estávamos no centro de Paris.Chovia a potes, mergulhámos no metro de Paris com a Alline, que nos orientou...uma amiga do autocarro, que ficou no mesmo ponto que nós.
De mapa na mão, saímos na estação certa, e pouco tempo depois o tio do Duarte, apareceu de carro, para nos levar para casa, onde passámos um dia e uma noite.
Ah bom!Bien sur!Deu muito que rir...
Senti que tinha chegado a casa...puseram-nos chinelos quentes nos pés, havia calor, e uma refeição que nos deixou cheios, depois da semana em Taize, já não estávamos habituados...
Dormi no sotão...num aconchego tão doce, falámos muito antes de adormecer...e pela manhã também acordei contigo...e sorri.
O pequeno almoço demorado a ver a neve cair lá fora, fininha...um banho quente, e sol no jardim...o tempo estava frio e instável.
Recordo nessa tarde a caminhada junto ao rio...ali ao lado de casa...os patos, o cão a correr.
E chegada a noite, partimos para Serris, para casa da Manue...onde iriamos ficar toda a semana.
Ali toda a gente acolhe, conheça ou não...e esta continuação, fez com que Taizé perdurasse...mesmo com as luzes da cidade ou o trânsito...a paz interior é a mais forte!
A semana decorreu bem...o que vi de Paris encantou-me.Parece que há sempre mais e mais para ver...e o Glamour não se esgota.
Relembro o nosso jantar á beira do Sena, com as luzes da noite ali...a dança do agora eu e depois tu, debaixo da torre Eiffel...ahahah!Ou o meu retrato a carvão em Monmartre...
Cheiro ainda a Paris...a chuva a frio de lá.E ao nosso abraço de despedida rápido na madrugada.
Tenho os bolsos cheios de postais e pequenas recordações, bilhetes...cubos de açucar.
O tempo por lá teve mauzinho, sempre a chover e a fazer frio, o que me fez ficar de cama um dia, para recuperar, a xarope e paracetamol,mas o melhor de tudo,um enfermeiro 5 *, que cozinhou para mim, e me dava os medicamentos á hora certa...e que numa manhã chuvosa, ficou comigo enfiado no saco cama a ver um dvd...
Foi tão bom e importante estes dias longe de tudo...ás vezes é preciso.
Uma coisa eu sei...seja onde for, não importa...se estivermos juntos, será especial.Mesmo que hajam situações inesperadas, e se perca tempo a debater este ou aquele assunto...crescemos.
E porque eu não deixo de acreditar, que há caminhos que escolhemos, mas também há caminhos que nos escolhem a nós...
Há novas vidas na minha vida...há novas imagens dentro de mim...há mais força, porque sei que vou precisar.
E nem tudo são rosas...
Depois de dias assim...ao chegar a casa, percebo no rosto do meu pai, algo...abracei-o.Conheço-o bem...
Depois ele deu-me a triste notícia que vai ter que ser operado...e talvez fazer quimioterapia.
E eu pergunto-me...depois de 2 semanas de brilho e vida...como é que se fica?O que se sente?Por onde se começa?



Segue-se adiante.Não há outro caminho.
Talvez tenha sido a maior aprendizagem destas 2 semanas fora, mesmo sem saber o que ia encontrar ao chegar aqui.
Seguir adiante...confiar.Há sempre uma solução.
Vão ser longos meses...longe de quem se ama.
Sinto que começa uma nova etapa, aqui mesmo.

Ainda assim, tenho tanto para agradecer...por poder viver tantas coisas únicas e poder sentir desta forma...que me faz sempre e cada vez mais ser FELIZ!

1 comentário:

Anónimo disse...

... obrigada